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Laboratório do COB amplia despesas com pessoal e engatinha em inovação

Setor custa R$ 5,64 milhões em 2019, sendo 73% com funcionários e 27% com manutenção e atendimentos. Em três anos, o crescimento dos gastos com salários e encargos foi de 56%<br>

Sala de biomecânica do Laboratório. Lá, atletas realizam testes em busca de melhor performance (Foto: Jonas Moura)
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Perto de completar três anos de operação, o Laboratório Olímpico do Comitê Olímpico do Brasil (COB) amplia a cada ano as despesas com pessoal, mas engatinha para entregar o que prometeu ao receber um financiamento de R$ 13 milhões do governo federal, uma década atrás: ciência e inovação.

Em 2019, até 21 de novembro, o Laboratório custou R$ 5,64 milhões ao COB: R$ 4,11 milhões (73%) foram gastos com pessoal e R$ 1,53 milhão (27%) com manutenção e atendimentos aos atletas, que usam a estrutura em busca de melhoria de suas performances.

Isso representou um aumento de 17% com salários e encargos em relação ao ano anterior. Em 2018, o custo do Laboratório foi de R$ 5,16 milhões: R$ 3,50 milhões (68%) com pessoal e R$ 1,66 milhão (32%) com manutenção e atendimentos. Há 23 contratados no setor em regime de CLT atualmente. 

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Os números também cresceram na comparação entre 2017, quando o Laboratório era um projeto da área de alto rendimento do COB, e 2018. O aumento das despesas com salários e encargos no período foi de 33%. Entre 2017 e 2019, a variação foi de 56%.

No primeiro ano da operação, com 15 contratados, a entidade aportou R$ 3,34 milhões, sendo R$ 2,63 milhões (79%) com pessoal e R$ 707 mil (21%) com manutenção e atendimentos.

Todos os recursos são provenientes da Lei Agnelo/Piva, que destina cerca de 1,7% da arrecadação bruta das loterias federais aos esportes.

A montagem do Laboratório foi possível graças a um convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e a Fundação Coppetec, aprovado em 2009, meses depois de o Rio de Janeiro ter sido eleito sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O objetivo do setor é gerar informações que possibilitem aos treinadores monitorar a preparação e o desempenho dos melhores atletas brasileiros. No dia 2 de dezembro, o LANCE! revelou a subutilização de equipamentos de espectrometria de massas do Departamento de Bioquímica e a ausência de produção científica, uma das promessas para o investimento do governo.

Em três anos, não há nada publicado ou submetido à publicação. O COB afirmou ao L! que está no início de coleta e tratamento de dados, e cita a palavra “inovação” em referência a um teste do Departamento de Fisiologia do Exercício com um analisador metabólico portátil, para registrar as variáveis em movimentações do caratê. A entidade diz que o trabalho será publicado “futuramente”.

O COB explicou que os valores de manutenção e atendimento aos atletas comportam aquisições de consumíveis para avaliações, como cartuchos e eletrodos, conservação de equipamentos e logística de deslocamento dos esportistas avaliados no Laboratório.

Em relação ao pessoal, a entidade informou que tem despesas com autônomos, como médicos, fisiologistas, biomecânicos e fisioterapeutas. Os serviços são providenciados de acordo com o que é solicitado pelos treinadores e equipes.

O Comitê também ressaltou que "o processo de análise é dinâmico e totalmente ligado ao desenvolvimento de tecnologia, o que nos faz estar atentos a novos métodos e possibilidades, aprimorando constantemente os nossos protocolos de atendimento. Por isso, é natural que novos equipamentos sejam adquiridos em substituição a outros".

De acordo com os números do COB, foram atendidos 325 atletas de 16 confederações em 2018.

Já em 2019, até novembro, a diretoria contabiliza 478 atletas atendidos, de 22 confederações. No mesmo ano, segundo o COB, foram realizadas 3.589 avaliações, sendo 1.545 dentro do Laboratório, 871 em campo, 209 relacionadas a pesquisa científica e 964 durante os Jogos Pan-Americanos de de Lima, em julho. Além disso, foram organizadas 27 palestras e um Seminário Internacional para Treinadores Olímpicos, em novembro.

"Como o Laboratório também tem o viés educacional, realizamos cursos de capacitação de treinadores, preparadores físicos, analista de imagens, etc. E anualmente temos a realização de um workshop ou seminário – dependendo do tema a ser discutido", completou o Comitê.