Golfe brasileiro quer mudar a imagem de esporte elitista

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, presidente da CBGolfe, Euclides Gusi, explicou trabalho que busca desenvolver a profissionalização do esporte e quebrar o estigma de inacessível 

Felipe Navarro
Felipe Navarro foi sexto colocado no QSchool, no Rio (Foto: Anajade Falcão/Campo Olímpico de Golfe)<br>

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A fama de esporte esporte elitista e inacessível do golfe não passa de um estigma, segundo a entidade que comanda o esporte no Brasil. A Confederação Brasileira de Golfe (CBGolfe) luta para quebrar preconceitos e divulgar o esporte que voltou a ganhar status de olímpico na Rio 2016. E o palco dos Jogos da Cidade Maravilhosa acaba de sediar o QSchool, torneio qualificatório para o PGA TOUR Latino América, evento que soma pontos para o ranking mundial e Tóquio 2020. Segundo o presidente da CBGolfe, Euclides Gusi, o evento faz parte de uma estratégia da instituição de atuar em duas frentes. De um lado, divulgar o esporte e atrair praticantes e de outro, investir na profissionalização.

Em entrevista exclusiva ao LANCE! no Campo Olímpico da Barra da Tijuca, Gusi disse ainda que desde a Rio 2016 o esporte passou a atrair maior atenção do público brasileiro. Nestes quase três anos, a CBGolfe tem lutado para mostrar que a prática do esporte não é restrita àqueles com recursos financeiros.

– Os Jogos Olímpicos ajudaram o esporte a ser mais visto no Brasil. Além disso, a partir de 2017, iniciamos um trabalho de divulgação e desenvolvimento do esporte. O golfe ser rotulado como esporte de elite não passa de um estigma. Hoje, o Brasil tem centros de treinamento em espaços públicos em vários estados como PR, SP, RS e RJ. Nossos principais jogadores vieram de projetos sociais. Temos diversos projetos voltados para crianças. Se temos 300 crianças jogando, é muito provável que algumas apresentem potencial para as competições. As pessoas que não têm condições de serem sócias de algum clube podem jogar golfe em espaços públicos. Estamos sempre abertos a jovens com vontade de aprender e jogar – afirmou.

A profissionalização do golfe tem como objetivo classificar atletas brasileiros para os grandes torneios mundiais do esporte, como o PGA Tour e os Jogos Olímpicos. Para isso, a CBGolfe tem lutado para trazer torneios de renome para o Brasil. Além do QSchool no Rio, outros dois eventos de elite estão previstos para 2019: O São Paulo Golf Club Championship, entre 9 e 15 de setembro, na capital paulista, e o 66º JHSF Aberto do Brasil, entre 16 e 22 de setembro, na Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP). Todos eles somam pontos para o PGA TOUR Latino América e para a corrida olímpica por uma vaga nos Jogos de Tóquio 2020.

– Realizamos torneios profissionais no país e o golfe amador começou a evoluir. A profissionalização do golfe no Brasil começou a andar. O Brasil foi campeão da Copa Los Andes 2018, competição Sul-Americana por equipes, que reúne dez países, depois de ter sido rebaixado em 2016 e de ter ficado de fora em 2017. Também conseguimos o quinto e sexto lugares na LAAC (Latin America Amateur Championship) esse ano, na República Dominicana.Nosso trabalho com os profissionais está cada vez mais forte. Na temporada passada, pela primeira vez na história, sediamos duas etapas no Brasil do PGA TOUR Latino América. Neste ano, com o qualificatório, serão três eventos de altíssimo nível em solo brasileiro – explicou Gusi.

Falando em Tóquio 2020, a expectativa da CBGolfe é de classificar até três atletas brasileiros sem depender de convites.

– Desde 2017, iniciamos um planejamento para os Jogos de Tóquio. Nossa meta é colocar pelo menos três jogadores por mérito. No pior dos cenários projetamos um atleta no masculino e uma no feminino. Os eventos profissionais que temos sediado no Brasil ajudam esses atletas a somarem pontos. Temos vários profissionais em condições de chegar à Tóquio como Adilson da Silva, hoje o melhor colocado no ranking, Alexandre Rocha, Rafael Becker e Rodrigo Lee. No feminino, nomes como Luisa Altmann, Miriam Nagl e Vic Lovelady.

Classificam-se para a Olimpíada de Tóquio 60 jogadores no masculino e 60 no feminino. O critério será o ranking mundial, mas há um limite de quatro atletas por país. Adilson da Silva é o brasileiro melhor colocado na 266ª colocação.

No Rio,  Felipe Navarro foi o brasileiro melhor colocado no QSchool, nesta sexta-feira, e  ganhou um cartão para a primeira metade da temporada do PGA Tour Latino America. 

O PGA TOUR Latino América divulgou seu calendário para o primeiro semestre, na última quinta. Serão oito torneios em seis diferentes países até o final de julho. O primeiro evento da temporada 2019 acontecerá no Panamá, no Buenaventura Golf & Beach Resort, em Rio Hato, entre os dias 24 e 30 de março. 

*Sob a supervisão de Aigor Ojêda

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