Ex-goleiro do Chelsea trilha caminho nas artes marciais e sonha com UFC

Ricardo Prasel treinou nos Blues com nomes como Michael Ballack e Didier Drogba

Ricardo Prasel
(Foto: Marcio Valle)

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Dos gramados europeus para o octógono. Trocar as chuteiras, ou melhor, as luvas de goleiro pelas luvinhas de MMA é, no mínimo, inusitado. Mas essa foi a maneira encontrada pelo peso-pesado Ricardo Prasel, conhecido nas artes marciais como “Alemão”, para permanecer no esporte. Paranaense de Guarapuava, cidade a 250km de Curitiba, ele começou sua caminhada no futebol nas categorias de base do Atlético-PR. Depois, passou por Joinville, Juventus-SP e, aos 18 anos, embarcou para Londres. Foi quando teve a chance de treinar no Chelsea de Didier Drogba e Michael Ballack.

- Fiquei um período curto de seis meses no Chelsea. Eu precisava do meu passaporte alemão pronto e tinha um prazo de dois meses para poder me firmar. Eles esperaram seis meses e o passaporte alemão não ficou pronto. No Chelsea, apesar de ter sido só alguns meses, foi algo que marcou a minha vida. Quantas pessoas não fazem de tudo por uma foto com estrelas como eles e eu estava lá no meio deles todos os dias treinando e conversando com eles, tentando defender as faltas e pênaltis que o Drogba e o Ballack quase todos os dias treinavam (risos)? Cheguei a atuar em partidas pelo time B do Chelsea, até porque o titular era o Petr Cech e o reserva era o português Henrique Hilário. Treinava junto com todos, mas só era aproveitado no time B - relembrou Prasel.

Após seis meses no time inglês, Prasel ainda atuou por dois anos na Bélgica, onde defendeu o Standard Liège. E foi no time belga que ele começou a sofrer com as lesões. Diagnosticado com uma bursite crônica no quadril e convivendo com a dor, ele foi forçado a desistir do sonho de se tornar um jogador profissional aos 22 anos. De volta ao Brasil, o paraense decidiu que não ficaria parado e, por influência do seu irmão, começou a praticar Jiu-Jitsu.

- Quando encerrei a carreira de jogador, meu irmão já era praticante de MMA e eu entrei no Jiu-Jitsu para poder acompanhar ele. Em 2012, após vencer vários eventos de Jiu-Jitsu, fiz uma luta de MMA, direto no profissional, só pra ver como era e sentir o clima. Eu nunca tinha treinado em pé na vida (risos). Quando me perguntam quando de fato comecei MMA, eu falo que foi em 2015, pois foi quando entrei de cabeça nesse sonho. E foi assim, lado a lado com meu irmão, muito por influência dele, que comecei no MMA - contou.

Ricardo Prasel
Prasel com Ballack no Chelsea (Foto: Divulgação)

Desde que estreou no MMA, Prasel já fez 11 lutas, conquistando dez vitórias na carreira, sendo oito por finalização e duas por nocaute, e sofrendo apenas uma derrota, que aconteceu em maio em sua estreia internacional. Sua última luta ocorreu no dia 2 de dezembro, quando venceu por nocaute, no Imortal FC, em Curitiba. Ganhando destaque aos poucos no MMA e evoluindo tecnicamente, alemão sonha com o dia que irá lutar em grandes eventos como UFC e Bellator.

- Espero crescer mais dentro do esporte. Sei do meu potencial, mas não se constrói um bom nome do dia para a noite. Já tive a experiência de lutar fora do Brasil, no Rizin FF, e espero em breve poder lutar novamente grandes eventos mundo a fora. Imagina pra mim, um ex-jogador de futebol que encerrou a carreira precocemente, iniciou a faculdade e começou a praticar Jiu-Jitsu apenas para praticar um esporte, chegar em um evento da magnitude do UFC e do Bellator? Seria algo fantástico! Seria uma realização chegar na elite em dois esportes diferentes. Quem sabe em breve isso não acontece (risos)? Hoje, se eu tivesse a opção de jogar na seleção brasileira ou entrar para o UFC ou para o Bellator, escolheria mil vezes lutar MMA nesses grandes eventos - encerrou.

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