CBG decide lançar cartilha para prevenir casos de abuso sexual

Confederação Brasileira de Ginástica cria normas para evitar casos de assédio. Documento será enviado às federações estaduais e a outros órgãos filiados à entidade<br>

Fernando de Carvalho Lopes
Fernando de Carvalho Lopes acusado de abusar sexualmente de ginastas (Foto: Divulgação/CBG)

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A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) decidiu criar uma cartilha com algumas regras e recomendações para prevenir casos de assédio. A ação foi consequência da revelação de casos de abusos sexuais envolvendo o ex-treinador da seleção brasileira de ginástica artística masculina, Fernando de Carvalho Lopes. 

As novas normas propostas serão publicadas na próxima semana no site da organização e também serão enviadas às federações estaduais e a outros órgãos filiados. O intuito é que se cumpra de forma imediata e obrigatória as orientações. 

A cartilha estabelece que haja maior rigor na escolha dos profissionais da Confederação de Ginástica. Dessa forma, o órgão toma precauções para evitar que episódios como os de Fernando de Carvalho Lopes se repitam. Um dos novos preceitos é a checagem de antecedentes criminais dos prestadores de serviço da entidade. 

Na última sexta-feira, a diretoria da entidade se reuniu em Aracaju para discutir as instruções. Em entrevista à TV Globo, SporTV e GloboEsporte.com, o assessor jurídico da CBG, Paulo Schmitt, afirmou que médicos e membros das comissões técnicas não deverão mais fazer atividades com os atletas de forma isolada. 

- Queremos diminuir a probabilidade de que uma situação de assédio ou abuso possa ocorrer. Queremos que técnicos, membros de comissão técnica e médica não desenvolvam suas atividades perante atletas em isolamento, mas em ambientes profissionais com acompanhamento - garantiu Paulo Shmitt. 

As novas medidas são chamadas de "padrões de comportamento" e visam a construção de um ambiente mais seguro para os atletas. A CBG também pretende criar um Comitê de Ética e Integridade. 

- Estamos anexando ao nosso código de ética várias recomendações e proibições relacionadas ao tema de assédio e abuso, considerando as normas do COI (Comitê Olímpico Internacional), FIG (Federação Internacional de Ginástica), MPT (Ministério Público do Trabalho) e até mesmo o estudo da USA Gymnastic (Federação de Ginástica dos Estados Unidos) realizado após os problemas nos EUA (referentes aos casos que envolvendo o médico da seleção americana de ginástica Larry Nassar) - enfatizou o assessor. 

Além de fazerem acordo com a Confederação Brasileira de Ginástica, os procuradores do Ministério Público do Trabalho assinaram também parcerias com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e com a Confederação Brasileira de Ciclismo. A finalidade é intensificar ações preventivas e de combate ao abuso sexual no esporte. 

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