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O que aproxima e o que afasta Libra e LFF na criação da liga única? Entenda pontos-chave

Grupos que discutem a criação da liga no futebol brasileiro mostram otimismo em acordo<br>

SAF futebol

Libra e LFF negociam formação da liga do futebol brasileiro (Arte Lance!)

Lance! - 01/05/2023 - 12:25

Lance! - 01/05/2023 - 12:25

A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte Futebol (LFF) vivem momento decisivo nas negociações pela criação de uma liga no futebol brasileiro. Com a meta de organizar o Brasileirão a partir de 2025, ambos os blocos têm pressa para concluir o produto nos próximos meses e levá-lo ao mercado em busca dos acordos comerciais.

Após apresentarem grandes divergências, Libra e LFF consideram estar mais próximos de um denominador comum. Representantes dos dois grupos participaram do Sports Summit, na última semana, e trataram com otimismo um acordo pela formação da liga única. Abaixo, o LANCE! apresenta os pontos que aproximam e os que afastam os dois blocos.

O QUE APROXIMA?

- Desejo em comum

A opinião é unânime entre todos os envolvidos nas negociações: uma liga única renderia muito mais dinheiro aos clubes do que um cenário de divisão em dois blocos. Do ponto de vista dos negócios, a gestão centralizada dos direitos teria a capacidade de desenvolver todo o potencial comercial do Brasileirão e, assim, aumentar o bolo para que a fatia de todos seja maior.

Este desejo em formar a liga única foi compartilhado por representantes da Libra e da LFF em palestras no Sports Summit, na última semana. Ambos os lados falaram sobre a importância de um acordo entre os 40 clubes das Séries A e B e se mostraram otimistas em relação à união.

- Sem os 40 clubes, temos dois grupos de negócio e não é o que queremos. Eu diria que neste tema dos direitos e distribuição dos direitos, supercomplexo, estamos nos finalmentes. Vamos chegar lá, acredito muito nisso. Vou até fazer uma analogia, temos uma feijoada completa na mesa, falta a laranjinha - disse Thairo Arruda, diretor geral da SAF do Botafogo e um dos representantes da Libra no Sports Summit.

- Pela maior maturidade dos clubes, não há mais discussão se deve ou não ter uma liga, é inegável que precisamos de um novo produto para trazermos mais valor ao campeonato nacional. Estamos fazendo um negócio para 50 anos, nunca nos debruçamos nesse nível de profundidade nesse assunto, então é natural que haja uma divergência, opiniões assimétricas. Eu diria que houve um primeiro momento em que se desejava fazer junto, depois foi se afastando, e agora estamos muito próximos de um acordo - afirmou Fred Luz, diretor da Alvarez&Marsal, uma das interlocutoras da LFF.

Libra

Dirigentes em reunião da Libra (Foto: Rodrigo Corsi/FPF)

- Concessões da Libra e volta do diálogo

O atual cenário de otimismo tem explicação. No fim de fevereiro, a Libra se reuniu em Assembleia Geral e aprovou mudanças no modelo de divisão de receitas do bloco, tornando-o mais próximo ao da LFF - leia mais aqui. A diferença entre o clube de maior e o de menor receita, que antes era de 4,88x, passou para 3,9x no período de transição e 3,4x após o fim do mesmo.

A Liga Forte Futebol reconheceu o avanço e se mostrou aberta a um diálogo. Desde então, foram criadas duas comissões, uma na Libra e outra na LFF, para a retomada das discussões, que estavam interrompidas desde o ano passado.

O QUE AFASTA?

- Cláusula de estabilidade

Um dos principais pontos de divergências que persistem é sobre o modelo de divisão de receitas. Enquanto a LFF defende um maior equilíbrio de forma imediata nas cotas de televisão, a Libra propõe um início menos discrepante do que o cenário atual, mas com uma evolução gradativa.

O grupo, inclusive, criou a cláusula de estabilidade, que protege Flamengo e Corinthians de possíveis perdas de receitas no período de transição. A Liga Forte Futebol é contra essa regra e quer o limite máximo de 3.5x de diferença entre o clube de maior e o de menor receita já a partir da temporada de 2025.

Liga Forte Futebol

Dirigentes em reunião da Liga Forte Futebol (Foto: Divulgação)

- Cláusula da unanimidade

Outra fonte de distanciamento reside em uma questão da governança. O estatuto da Libra prevê que qualquer mudança no modelo de divisão de receitas deva ser aprovado por unanimidade, enquanto a Liga Forte Futebol defende que o quórum ideal para decisões importantes seja de 2/3 dos votos válidos.

Esta regra, inclusive, é motivo de insatisfação interna na Libra. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, tornou público o assunto no último mês e reclamou da postura de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, quanto ao tema. Espera-se que os clubes discutam e votem uma mudança na próxima Assembleia Geral do grupo, que está prevista para meados de maio. 

Há ainda outros pontos de discordância entre os grupos, mas que são mais fáceis de serem resolvidos. O percentual de repasse para as Séries B e C é um exemplo. A Libra defende 15% do bolo para a segunda divisão e nada para a terceira, enquanto a LFF propõe 18% para a Segundona e 2% para a Terceirona. Os grupos buscam chegar a um denominador comum quantos a estes valores.

OS BLOCOS

Os 18 clubes da Libra: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

Os 26 clubes da LFF: ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense

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