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Ao L!, Edinho relembra passagem no Inter e exalta Fernandão: ‘Um anjo’

Campeão da Libertadores, Mundial e Sul-Americana pelo Colorado, volante participou do 'De casa com o L!' nesta última terça-feira 

História entre Edinho e Fernandão virou história motivacional na véspera da final do Mundial (Foto: Reprodução)
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Campeão da Libertadores, Sul-Americana, Recopa e Mundial, o volante Edinho fez história com a camisa do Internacional. Convidado do 'De casa com o L!' de terça-feira, o jogador relembrou a sua trajetória até desembarcar no Beira-Rio e entrar para a história do clube com conquistas inesquecíveis. 

Natural do Rio de Janeiro, Edinho precisou superar as dificuldades no caminho até chegar ao Internacional. Com 16 anos, foi tentar a vida fora do país, mas foi 'abandonado' e teve problemas. Em meio a um dos momentos mais difíceis da vida, a sua história cruzou com a de outro jogador que se tornaria um dos maiores ídolos colorados: Fernandão. 

- Passei por muitas dificuldades, mas Deus colocou um anjo para me ajudar que era o Fernandão. Estava numa cidade pequena próxima de Paris e vi uma notícia na televisão que o Olympique de Marselha contratou o Fernandão. Fui atrás dele e o Fernandão foi o cara que, sem nunca ter me visto na vida, me estendeu a mão - relembrou Edinho, que ainda realizou testes na França antes de retornar ao Brasil.

"Fernandão foi o cara que, sem nunca ter me visto na vida, me estendeu a mão"

Após retornar frustrado do exterior, Edinho cogitou até desistir de se tornar jogador, mas o Internacional abriu as portas e sua história começou a mudar. Em 2003, subiu para os profissionais e no ano seguinte começou a temporada no elenco principal. Foi justamente no primeiro ano como profissional que o seu destino voltou a cruzar com um 'velho conhecido': Fernandão.

- Em 2004, comecei o ano no time principal e o Fernandão chega. Perguntei se ele lembrava de mim, mas ele não lembrava. Contei a história, ele relembrou e me deu um abraço apertado. Foi um cara que num dos momentos mais difíceis da minha vida, sem nunca ter me visto, estendeu a mão para mim. Sou muito grato a ele. Era o meu 'paizão' - afirmou.

Com a camisa do Internacional, Edinho conquistou três títulos do Gauchão. Já nos primeiros dois anos entre os profissionais foi bicampeão gaúcho. Ao L!, o jogador relembrou a primeira conquista, que teve um gosto mais especial, principalmente pelo gol marcado na final. 

- O meu primeiro título estadual fiz um gol na final contra o Ulbra. Isso marca muito. Esse primeiro título estadual foi muito importante - destacou. 

As conquistas da Libertadores e Mundial 

Com a camisa do Internacional, Edinho conquistou os títulos mais importantes da sua carreira: a Libertadores e o Mundial de Clubes, em 2006. Mas a história começou um ano antes: no polêmico Campeonato Brasileiro de 2005, marcado pelo escândalo da 'máfia do apito'.

O título nacional escapou por detalhes das mãos coloradas, mas o impacto da derrota capacitou o time a sonhar com conquistas maiores. Na decisão, porém, o Inter teve que superar o atual campeão continental e mundial: o São Paulo, o time a ser batido no Brasil e na América do Sul. 

- A equipe estava muito preparada. Tinham 70 mil são-paulinos no Morumbi, mas nós fizemos um dos melhores jogos do nosso time na Libertadores. A equipe estava muito preparada e madura para aquele momento - recordou. 

Internacional conquistou a Libertadores de 2006 (Foto: JEFFERSON BERNARDES/VIPCOMM)

O Internacional desembarcou no Japão meses após conquistar a Libertadores, mas antes de encarar o Barcelona na decisão, era necessário superar o Al-Ahly, do Egito, na semifinal. Enquanto o campeão da Liga dos Campeões da Europa goleou o América do México por 4 a 0, com grande atuação de Ronaldinho, o Inter sofreu, mas venceu por 2 a 1. 

- Quando chegamos no Japão, o nervosismo foi muito grande, sabíamos que o peso era enorme. Sabíamos que no primeiro jogo teríamos mais dificuldades - disse Edinho, que relembrou que após a classificação não conseguia dormir direito pensando em como marcar Ronaldinho e cia. 

- Nós sabíamos da força do Barcelona, mas tínhamos a oportunidade de fazer história. Eu não conseguia dormir na noite anterior, fechava os olhos e via o Ronaldinho, o Deco... Na época nos entregavam um vídeo com lances do adversário, onde mostravam os lados que os jogadores mais gostavam de driblar. Mas e o Ronaldinho? Ninguém sabe o que ele vai fazer. Foram dias difíceis de dormir - brincou. 

Na véspera da decisão contra o Barcelona, o palestrante motivacional Evandro Mota, que atualmente faz parte da comissão do Flamengo de Jorge Jesus, foi responsável por motivar o elenco colorado. E a história do encontro entre Edinho e Fernandão motivou os jogadores. 

- O Evandro Mota sempre buscava formas de motivar os jogadores. Nesse dia, ele contou uma história de um cara que foi fazer teste na França e passou dificuldades, mas teve um jogador que o ajudou sem conhecê-lo. No final, ele fala os nomes e revela que era a minha história com o Fernandão, e que estávamos juntos ali para conquistar o Mundial. Todos se arrepiaram, se emocionaram e foi o que aconteceu. Ele foi muito feliz nessa colocação e deu tudo certo - contou. 

"O Gabiru era um cara que ninguém queria no Beira-Rio. Mas o Abel abraçou o cara e disse que era importante"

O Internacional venceu o Barcelona por 1 a 0 e conquistou o título do Mundial de Clubes de 2006. O gol do título, no entanto, foi marcado por um herói improvável: o atacante Adriano Gabiru. E um dos maiores motivadores da permanência do jogador foi o técnico Abel Braga. Edinho exaltou a postura do treinador.

- O Gabiru era um cara que ninguém queria ele no Beira-Rio. Mas o Abel abraçou o cara, colocou embaixo do braço e disse que era importante para o time. O Abel dispensa comentários como profissional e pessoa. Todo mérito também para ele que estudou o Barcelona e teve a ousadia de marcar alto. Quando acabou o jogo, demorou para a ficha cair, mas foi uma noite especial - afirmou. 

Internacional foi campeão do Mundial de Clubes de 2006 (Foto: AFP)

Nova fase, liderança e título da Sul-Americana 

Após a saída de Fernandão e a reformulação no clube, Edinho assumiu o posto de capitão. Apesar da permanência de nomes como Clemer, Índio e Alex, o time colorado ganhou novos rostos como D'Alessandro, Nilmar e cia. Em 2008, sob o comando de Tite, o Inter conquistou a Sul-Americana e coroou uma nova fase na carreira do volante. 

- A Sul-Americana foi uma conquista especial porque foi com Tite e eu era o capitão do time. O Fernandão saiu e eu me tornei o capitão da equipe. Foi um ano difícil porque era um peso muito grande. O Fernandão era um líder que não precisava nem falar. Nós olhávamos para ele e sabíamos o que fazer. Foi um ano diferente, mas muito importante para a minha carreira - disse. 

Edinho deixou o Internacional em 2009. O volante foi contratado pelo Lecce, da Itália, mas ficou apenas uma temporada no futebol italiano. Em 2010, assinou com o Palmeiras, mas um ano depois foi contratado pelo Fluminense, onde permaneceu até 2013. Após a passagem com a camisa tricolor, ainda rodou por Grêmio, Coritiba, CSA, Ceará e Vila Nova-GO. 

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