Abel defende DM, escala Richarlison e diz: ‘Estou certo que foi manipulado’

Treinador do Fluminense concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira, no CT Pedro Antonio, e teve que mais uma vez abordar a polêmica envolvendo Richarlison e Palmeiras

Abel Braga
Abel Braga na coletiva desta sexta-feira (Foto: Nelson Perez/Fluminense F,C,)

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Mais uma vez a novela envolvendo Richarlison e Palmeiras foi pauta no Fluminense. Desta vez, foi Abel Braga quem deu sua versão do assunto e o técnico não quer saber de polêmica: logo na abertura da coletiva garantiu a escalação do atacante na partida contra o Grêmio, nesta quinta, no Maracanã.

Demonstrando carinho pelo jovem atacante, Abel Braga ainda aconselhou o mesmo a ficar no Fluminense. Para o experiente treinador e ex-jogador, é o clube ideal para o camisa 70 desenvolver seu futebol nos próximos anos.

- . A juventude do Richarlison é muito clara. As coisas estão acontecendo muito rápidas. Ele saiu do América-MG e veio para o Fluminense. Terminou o ano relativamente bem, foi para a seleção sub-20. Nesse ano, deu uma subida muito grande. Ganhou a condição de titular com a lesão do Scarpa, soube aproveitar - avaliou Abel, antes de comentar os fatos da última semana:

- Na sexta-feira, dito por ele, que os empresários passaram proposta do Exterior, ele disse que não queria ir para a Europa agora. Nesse momento, o melhor caminho para ele é o Fluminense. Está alinhado aqui, colegas gostam dele, a torcida gosta, ele não dá trabalho. Aqui ele terá um aprendizado maior. Se ele não quer sair para a Europa, quem garante que ele será titular em outro clube? Ele está escalado e vai jogar amanhã. Vai ter um palco para jogar. Ele teve uma marca negativa na carreira que, com certeza, vai fazer ele crescer.

"Estou certo de que ele foi manipulado. Não tem 99% de certeza... Eu tenho 100% da razão", afirmou Abel Braga sobre o pedido de Richarlison para não enfrentar o Palmeiras

Abel Braga ainda fez questão de exaltar o departamento médico do Fluminense. Para o técnico, a nota publicada pelo atacante na segunda-feira, na qual ele disse que vinha atuando com dores, deixou o "isso meio nublado", referindo-se o trabalho realizado diariamente no clube das Laranjeiras. 

- Nessa história, com nove ausentes no jogo passado, uma coisa não ficou clara. Quero enaltecer. Tenho certeza de que pode ter algum clube com um departamento médico igual ao Fluminense, mas melhor não tem. Desses nove, apenas um é muscular. Só o Wellington Silva, que ainda vem de uma lesão mal curada. Tudo aqui é trauma. Podem escrever: os nossos médicos e os nossos preparadores físicos têm capacidade ímpar - afirmou o comandante tricolor.

Como foi a conversa com Richarlison após a partida contra o Palmeiras?
A grande verdade no homem, para mim, são as lágrimas. Eu já assisti várias cenas falsas. Não fui eu que tive conversa com ele. Ele que veio falar comigo. Ele fez ontem... foi na minha sala, bateu na porta. Na sexta, eu falei a sós. Ontem, estavam o Leomir, o Fabio Moreno, Torres. Ninguém saiu da sala. Ele chegou, cumprimentou todos. Puxou uma cadeira vazia e sentou. E começou a falar. Ele disse que se sentiu mal, vendo os colegas correndo e não podendo ajudar. E vieram as lágrimas.

Qual deve ser a postura do atacante no Maracanã?
Richarlison não tem obrigação de fazer mais do que pode fazer. O que ele tem obrigação, faz muito bem. Dá a vida. Ele é muito bom de grupo, é um atacante agressivo. O torcedor pode ficar descansado. E, se puder, dê um incentivo antes, seria legal. Ele canta o nome de todos os jogadores. Isso seria bom, até para os colegas verem que ele está sendo apoiado. Tem de superar a besteira que ele fez. Ele é um menino, eu já fui menino e já fiz muita besteira. Ele reconheceu, está pronto para nos ajudar.

Qual será a escalação diante do Grêmio?
​Não vou dar o meu time, não. Richarlison vai jogar, isso é óbvio. Quebrei a minha cabeça até hoje. O time está definido, amanhã vocês saberão. Eu fico puto, com o perdão da palavra, que a gente fecha treino, eu não digo o meu time e vocês descobrem (risos). É um direito de vocês, todo o repórter tem de ter o lado investigativo.

Devido às lesões, entende que o elenco está curto para a disputa do Brasileiro?
Tenho 29 jogador. Mais um que é o Marlon chegando do Flu Samorin. Comecei o ano com Renato Chaves. Quando coloquei o Nogueira, Renato teve o problema do parafuso solto no pé. Analisa o quanto de esforço esse cara fez. Gum também machucou, mas eu observava o Reginaldo. Depois, eu perdi Orejuela, Pierre e Luiz Fernando, todos da mesma posição. Eu saberia que seria um ano difícil. Está sendo. Não sabíamos onde chegaríamos e continuo sem saber. No próximo jogo (Flamengo, domingo), tenho a volta do Orejuela. Estamos conseguindo levar, na frente de muito time considerado o bicho papão.

O Fluminense decidirá nos próximos dias se bancará a reforma do Giulite Coutinho e tem arcado com prejuízos ao atuar no Maracanã. Você, como treinador, avalia de que forma essa situação e a importância de atuar no Maracanã?
Eu te falo isso com uma convicção muito grande. Sou o terceiro treinador com o maior número de jogos, com 256. Eu nunca tive casa. Nem em 2005... Não pode, cara. Mas vai ter uma casa logo. Não pode jogar todo o jogo com prejuízo de R$ 300 mil. Isso é surreal. Você se torna 30% mais forte quando se tem casa. É só ver o percentual de vitória dos mandantes no Brasileiro. Nos 10 jogos que ficou sem vencer no Brasileiro do ano passado, se tivesse ganho uns três, iria para a Libertadores. É uma questão de honra aos tricolores. Tem conversas com amigos. O Fluminense vai ter uma casa, não tenho a menor dúvida. Já vi até maquete. Isso tem de acontecer. Pode demorar um pouco, tem muita gente interessada e trabalhando pelo bem do clube. Se o Pedro Antonio botar a mão acontece mais rápido. Ele fez isso aqui (CT) rápido.

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