Hugo destrincha lições de primeiro ano como titular e mostra ambição no Flamengo: ‘Sempre querendo mais’

Ao LANCE!, o goleiro comentou a emoção sentida em sua primeira conquista como titular do Flamengo e sobre o processo de aprendizagem com os erros cometidos em 2020/21

Hugo Souza
Segurança com as mãos: Hugo Souza retornou aos treinos no Ninho do Urubu (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

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O choro de Hugo Souza, em 27 de setembro após a partida contra o Palmeiras, não era apenas pela emoção de estrear pelo Flamengo com uma boa atuação. Era a primeira vez que o goleiro entrava em campo após o falecimento do pai, seu grande incentivador. Desde então, o camisa 45 viveu uma série de outras emoções. Entre elas, ser campeão brasileiro como titular. Ao LANCE!, o goleiro fez um balanço desse período, mostrando consciência dos erros cometidos e, em especial, comprometimento em evoluir para continuar defendendo o clube.

- A expectativa para 2021 é a melhor possível. Vamos melhorar os detalhes que precisamos. Temos muito a evoluir ainda, eu mesmo tenho muito a aprender, só tenho 22 anos e quero aprender sempre para me tornar um goleiro completo. Vou buscar isso todos os dias, trabalhando quieto no meu canto e aprimorando - disse Hugo, que, no início de 2020, era a quarta opção do Fla.

As lesões e o surto de Covid-19 no elenco deram a Hugo a primeira chance, e, com as boas atuações, o camisa 45 logo tornou-se reserva imediato de Diego Alves, que voltou a ser desfalque na reta final do Campeonato Brasileiro.

Assim, Hugo Souza foi o titular na arrancada do Octa. O goleiro antecipou o fim das férias e se reapresentou no Ninho na segunda-feira. A data prevista era no próximo dia 15, e o camisa 45 explicou o motivo de retornar antes aos treinos.

- Acredito que eu preciso estar ainda melhor para essa temporada, preparado, e é assim que vou encarar para dar o meu máximo pelo Flamengo - afirmou.

Mais jovem goleiro do Flamengo a conquistar o Campeonato Brasileiro, Hugo Souza está na história do clube também por fazer parte de um grupo campeão, que conquistou sete dos 11 títulos que disputou nas últimas duas temporadas.

Os próprios líderes do Flamengo, como Diego Ribas, Arão e Everton Ribeiro, costumam destacar que "chegar ao topo é difícil, mas manter-se é ainda mais". Contudo, esse elenco já deu mostras que não se acomoda com as vitórias, e a expectativa de Hugo Souza para 2021 é ambiciosa, de mais e mais títulos.

Hugo Souza: 'Jogar no Fla proporciona algumas coisas que ajudam na caminhada. Pude ver de perto o Júlio César treinando, hoje treino com outro goleiro consagrado.'

- Esse grupo é sensacional. A vontade de vencer é o que reina, é o mais importante. Independentemente do que a gente enfrente, das dificuldades, a gente está sempre querendo mais. O principal é isso, acredito que não tenha segredo. A gente não quer marcar um ano, uma temporada, e sim uma época vencedora, fazer história, como o próprio professor Rogério falou. Agora, temos que manter isso para que 2021 seja ainda melhor. Infelizmente, não conquistamos esses 11 títulos, mas foram sete e vamos brigar por tudo esse ano de novo, se Deus quiser - analisou o goleiro do Flamengo, de 22 anos.

Se a disputa pela titularidade promete ser boa com Diego Alves, Hugo Souza sabe que seu trabalho no Flamengo é que o credenciará para a Seleção Brasileira, que é outro sonho do atleta. No radar da comissão técnica de Tite, o goleiro revelou que foi procurado duas vezes por Taffarel na última temporada.

César, Diego Alves, Wagner Miranda, Hugo Souza e Gabriel Batista
Hugo Souza ao lado de César, Diego Alves, Wagner Miranda e Gabriel Batista, após o título do Brasileirão (F: Alexandre Vidal / CR Flamengo)

Confira mais respostas do goleiro Hugo Souza, do Flamengo, ao LANCE!:

O Octa já foi conquistado há algumas semanas, você aproveitou alguns dias de férias... Qual a sensação de ser campeão brasileiro como titular do Flamengo? 

H: O título foi um sonho pra mim. Ser campeão jogando como profissional do Flamengo sempre foi um sonho. E quero ganhar mais títulos, a sensação de vencer é incrível, ainda mais com essa camisa, de um clube que se alimenta de vitórias e títulos. Fazer parte disso não tem preço. É um sonho de infância não só meu, mas da minha família e dos meus amigos. A ficha caiu depois de alguns dias, mas agora passou e vou trabalhar para buscar mais, com humildade, pés no chão e respeitando meus companheiros como sempre fiz.

Aos 22 anos, você ainda está em desenvolvimento ao mesmo tempo em que precisa lidar com grande responsabilidade. Como tem trabalhado em cima de erros cometidos e quais lições tirou da partida contra o São Paulo, na Copa do Brasil, por exemplo?

H: Como disse, tenho 22 anos e um lastro muito grande de evolução. Dizem que o goleiro chega ao auge um pouco mais tarde, com 25, 26 anos, e vou trabalhar muito para atingir o meu o mais rápido possível, sem pular etapas, em relação à parte técnica, tática e física. E vou aprender também com os erros, usando eles como combustível para seguir em frente e não cometê-los mais.

A última temporada foi atípica para todos por conta da pandemia, mas a sua trajetória foi ainda mais especial. Qual seu sentimento olhando para tudo o que aconteceu desde a partida contra o Palmeiras, na sua estreia pelos profissionais, na qual você se emocionou bastante após o jogo?

H: Sentimento de realização, de ver todo o trabalho feito até chegar nesse momento, de dar certo, de ver tudo o que eu e minha família abrimos mão e corremos atrás, toda nossa trajetória de vida e as dificuldades que a gente enfrentou. Sentimento de que tudo valeu a pena para chegar até aqui. A emoção é gigantesca, passa mesmo um filme na cabeça, de me lembrar do meu pai também naquele dia, que vou guardar pra sempre na minha memória.

O Flamengo há algumas temporadas vem atuando de uma forma que exige do goleiro uma boa saída de bola com os pés. Como tem sido o trabalho no Ninho do Urubu, com a comissão técnica de Rogério Ceni e os preparadores Wagner e Thiago?

H: É uma coisa que, ao longo dos anos, evoluiu no futebol. Hoje, a gente até precisa participar da criação e da construção das jogadas usando os pés. É algo que tenho muito a melhorar, tive falhas durante a temporada, algumas acabaram sendo marcantes, mas só o trabalho do dia a dia vai consertar isso. Errar é humano, claro, mas não podemos cometê-los. Rogério e os nossos preparadores trabalham muito firme em cima disso.

Agora você tem Rogério Ceni, um especialista da posição, como treinador. Como é esse contato com o técnico Ceni? Costuma dar toques para você?

H: Rogério é um grande treinador, foi um grande goleiro e tem bastante contato com a gente por conhecer muito da posição. Mas ele deixa os treinadores de goleiros à vontade para trabalhar e corrigir aquilo que tem que ser corrigido. Às vezes, dá um toque ou outro, mas ele é um cara que, por mais que tenha sido da posição, precisa se preocupar com um todo por ser o treinador da equipe.

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