Filipe Luís explica estratégia do Flamengo de olho nos pênaltis: ‘Imaginei’
Rubro-Negro vence o Estudiantes nos pênaltis após derrota no tempo regulamentar

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Técnico do Flamengo, Filipe Luís analisou a classificação da equipe à semifinal da Libertadores nesta quinta-feira (25), após bater o Estudiantes nos pênaltis. Em entrevista coletiva, o treinador explicou o porquê de não ter feito todas as cinco subsitutições e deu como justificativa a disputa das penalidades.
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— Sobre as substituições, eu optei por deixar os jogadores em campo pensando nos que poderiam bater pênalti. No caso do Jorginho, eu queria tê-lo tirado antes, mas imaginei a possibilidade da decisão nas penalidades — declarou o comandante rubro-negro.
— O Lino, na minha visão, estava levando perigo por aquele lado. Estava sendo difícil, porque ele tem esse um contra um muito forte, até que uma das melhores jogadas de perigo no segundo tempo foi dele. Por isso, optei por não fazer as trocas. Acreditava que os jogadores que estavam em campo eram os melhores para poder vencer. Fisicamente, não foi o problema, porque acabamos o jogo no campo do adversário em todo momento — completou.
Sobre a atuação do Flamengo nesta quinta-feira (25), Filipe Luís evitou criticar o time pela derrota no tempo regulamentar. O técnico valorizou a classificação e demonstrou gratidao por trabalhar no clube.
— Foi um jogo muito difícil, nosso adversário fez um sacrifício imenso na parte defensiva. Todos os jogadores se envolveram muito na defesa. Eles nos induzem muito a sair por dentro para sair no contra-ataque. Ao mesmo tempo que cedem espaços, aproveitam as perdas de bola e isso gera frustrações, que o time se parta muito durante o jogo, principalmente a forma que eles têm de atacar, que é com bolas longas no atacante e jogo por fora. Esse tipo de jogo não é fácil, é difícil jogar quartas de final da Libertadores. Talvez as manchetes de amanhã serão "Flamengo passa, mas…", sempre tem o "mas", mas a manchete é só uma: "O Flamengo está na semifinal". A eliminatória tem 180 minutos, passamos nos pênaltis e, se passamos, merecemos passar. Sou muito grato. Desde 2019, vivi coisas incríveis e sinto que esse clube é especial e a sinergia que tenho aqui faz eu viver emoções incríveis. Estou feliz por passar de fase.

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Outras respostas de Filipe Luís após Estudiantes x Flamengo
Lições na Libertadores
— É uma grande lição. Na verdade, minha maior lição como treinador até aqui foi contra o Central Córdoba. A Libertadores é muito complicada, é muito difícil. É claro que eu, como treinador, tento propor a melhor das condições na fase ofensiva para que os jogadores se sintam confortáveis com a bola, tenham mais tempo para poder jogar e para que eles achem as soluções dentro de campo. Depois, no terço final, é muito a criatividade, a confiança, o momento que o jogador se encontra e, vocês podem ver, o Arrascaeta não estava no seu melhor dia, mas o Carrascal estava em um bom momento, entrou muito bem no jogo. Então vai muito do feeling do jogador que está no jogo.
— A verdade é que criamos muitas chances, inclusive no segundo tempo tivemos três chances claras que não se traduziram no último passe, que eu lido como chance clara, e deixou a eliminatória aberta. Já falamos do árbitro, do que aconteceu, mas também estaria aberta com o 2 a 0. Então o que eu tentei falar para os jogadores foi que, para ganhar a Libertadores, às vezes temos que passar por essas provações. Foi assim nos outros anos também, são jogos muito difíceis e temos que saber passar por esses momentos para chegar em mais uma semifinal de Libertadores. Não sei quantas o Flamengo chegou em sua história, mas eu lembro que estava, quando eu cheguei aqui em 2019, há 38 anos sem chegar. Então eu estou muito feliz de estar em mais uma semifinal, agora é tratar com todo o carinho que o momento merece, porque é o sonho de todo mundo ganhar essa Libertadores.
Mais um adversário argentino
— Cada time tem uma história diferente, um contexto diferente. Mas a verdade é que as equipes argentinas são muito competitivas. Esse é o primeiro ponto, igualar essa intensidade e essa competitividade. E o que mais me surpreende deles como treinador é o quanto eles conseguem cobrir de campo, com sacrifício. Às vezes em inferioridade numérica, um atacante marcando dois, três jogadores, e isso faz com que seja complicado. Às vezes no futebol brasileiro com uma troca de passes você já elimina os jogadores e já chega em uma situação confortável na área do adversário. No futebol argentino, dificilmente você vai ter essa facilidade. Então talvez essa seja a principal lição. Com certeza contra o Racing vai ser da mesma forma que foi aqui.
— A verdade é que é uma partida que temos que nos preparar porque será uma partida em um nível parecido de intensidade, de sacrifício e o jogo durante a fase ofensiva. O Racing é uma equipe que, pelo o que eu vi, tem muita intensidade, acelera e são muito verticais. Isso é complicado nessas partidas de ida e volta. Mas será uma partida muito linda de semifinal de Libertadores. Sobretudo é desfrutar e, para estar em Lima, teremos que ser melhor que o Racing nos 180 minutos da série.
Jogar mal e classificar é sorte de campeão?
— As armas de um time que incomoda muito são sempre defender muito forte, perseguições, faltas… e eles (argentinos) sabem fazer muito bem isso, a fase defensiva deles é muito forte. E, dessa forma, abrem mão de jogar por uma segunda bola e chegar mais perto da sua área. Isso se traduziu em chances claras para o Estudiantes? Não vejo assim. O Flamengo foi mal no jogo? Poderia dizer que o Flamengo não foi o que vocês estão acostumados a ver, muito por mérito do Estudiantes que conseguiu incomodar, mas a gente teve todo o controle do jogo no primeiro tempo. Tivemos a posse, chegamos muitas vezes na área do adversário, porém, o último passe não estava saindo. Mas dizer que o Estudiantes foi superior não condiz com a verdade. Tanto é que tivemos o segundo tempo todo ali tentando machucá-los na área. Não conseguimos progredir nesse terço final e temos que melhorar.
Intensidade do Flamengo e padrão de jogo
— Que bom que os jogadores confiam e continuam acreditando. Se não tivesse dado certo e tivéssemos perdido nos pênaltis, onde a linha é muito fina, eu estaria aqui dizendo que fui eu que pedi para eles fazerem o que fizeram. A questão da intensidade é simples: o adversário deixa certos espaços no campo que temos que encontrar e aproveitar. Quando o adversário deixa um jogador livre com a bola e o resto todo marcado, o seu time não pode circular a bola. Não tem como dar intensidade na circulação de bola se todos os seus jogadores estão marcados e tem um jogador livre. O que acontecia? Jorginho, muitas vezes livre, levava a bola e acabava caindo na armadilha de tentar forçar um passe e cedia o contra-ataque. A intensidade para voltar era grande, todos voltavam para marcar, mas nunca estiveram livres, então dá a sensação de que o time não teve intensidade. Mérito do Estudiantes de tirar a nossa criação e induzir o jogo onde eles se sentiam confortáveis.
Fator casa na ida contra Racing, Palmeiras e Cruzeiro
— Eu tenho que pensar no próximo jogo agora que é contra o Corinthians. Trabalhar como a gente vai enfrentar o Corinthians, como vamos nos planejar para vencer, os jogadores disponíveis que estão em um grande momento para vencer. Você falou sobre definir o confronto no primeiro jogo. É muito complicado. Eu sempre falo que o jogo são 180 minutos e há times que jogam pior o primeiro jogo, mesmo em casa, e depois conseguem vencer fora. Isso acontece no futebol, aconteceu agora se eu não me engano com o Independente del Valle na Sul-Americana. Isso acontece. Para mim não existe você fechar uma eliminatória, a não ser claro um resultado absurdo, que é raro. É raro em uma semifinal de Libertadores, contra um time super competitivo, que está enfrentando você com as suas armas. O que temos que fazer é ser sólidos. Melhorar a transição, melhorar a defesa, melhorar com a bola, melhorar em todos os aspectos para que possamos fazer uma partida perfeita do jeito que foi o primeiro tempo contra o Estudiantes, no outro dia, para podermos chegar nessa final tão sonhada. E sobre ter Palmeiras e Cruzeiro em casa no Brasileiro, isso é mais para a frente. Também fomos na casa deles, foi difícil, vai ser difícil para eles também, mas acho que é a partida que o jogador gosta de jogar. É o tipo de partida que a gente percebe um outro ambiente no dia a dia do vestiário.
Jogadores deixam de finalizar?
— Não acredito nisso. Hoje, eles não conseguiram se encontrar da mesma forma, como foi no primeiro jogo. Todos estavam com uma marcação individual e não conseguiram se conectar. Senti que nosso time estava um pouco distante, os atacantes não se conectaram. Não é fácil jogar fora de casa, com esse ambiente e com o que está em jogo na eliminatória, é complicado para a cabeça do jogador. Acredito que o jogador pode tomar decisão errada. Os que tomam as melhores decisões são os jogadores mais caros do mundo. Temos aqui os jogadores com mais qualidade da América do Sul, mas nem sempre escolhem certo. Depois vou analisar com mais calma.
Clima do estádio e relação com o Simeone
— Eu falei para os jogadores antes da partida: hoje senti vontade de jogar outra vez. Falei sobre esse ambiente, sobre como estava perfeito. O clima do estádio estava impressionante. A verdade é que é um privilégio jogar em um ambiente tão incrível como esse estádio. Sobre Simeone, ele foi campeão aqui, né? Mas é torcedor do Racing (risos). Eu já disse muitas vezes, ele é como um pai para mim. Se hoje estou sentado aqui foi porque ele me inspirou a fazer isso. Ele mudou a minha vida em muitos sentidos e sou muito agradecido a ele. Eu desejo toda a sorte do mundo para ele, porque ele sabe que eu me importo muito.
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