Grupo de sócios mantém-se ‘vigilante’ no processo de investigação e prepara ações em memória das vítimas do CT

O grupo "Flamengo da Gente" atua na Gávea pela apuração dos fatos que levaram à tragédia de um ano atrás e prepara ações para este sábado, em memória dos dez mortos

Garotos do Ninho - Flamengo
Homenagem aos Garotos do Ninho no entorno do Estádio do Maracanã (Foto: Luiza Sá)

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O incêndio que vitimou dez atletas da base do Flamengo completará um ano neste sábado e, por ora, poucas respostas foram dadas sobre o ocorrido. O Ministério Público aguarda a entrega do inquérito por parte da Polícia Civil para apresentar as denúncias. O clube finalizou acordos com três famílias e o pai de uma das vítimas. Internamente, a direção aguarda a investigação externa sobre o caso ser encerrado para, então, dar início ao processo interno de apuração.

O grupo "Flamengo da Gente", que atua na Gávea pela apuração dos fatos que levaram à tragédia e o apontamento dos responsáveis, por exemplo, mantém-se como um "vigilante do processo", ao mesmo tempo que prepara ações em memória das vítimas para este sábado, quando o time de Jorge Jesus enfrentará o Madureira pela sexta rodada da Taça Guanabara, no Maracanã.

- O questionamento vem antes dos seis meses. Ainda em março, conselheiros ligados ao nosso grupo, assim como de outro grupo político, entraram com requerimentos de inquérito no âmbito interno do Clube. Conforme divulgado pela própria imprensa, e sinalizado pelo próprio VP Geral e Jurídico do Clube, quando o inquérito externo se concluir, haverá uma nova abertura para a investigação interna. Então seguiremos vigilantes, e prontos para cobrar - afirmou Carol Rocha, membro do "Flamengo da Gente", ao L!, antes de seguir

- O Flamengo da Gente está marcando a data desde a semana passada, com postagens em nossas redes falando um pouco sobre cada um dos meninos. Para o dia 08 (de fevereiro), realizaremos ações adicionais, de outras naturezas, mas ainda não podemos divulgar detalhes de como serão - completou.

Flamengo da Gente
Ações do grupo (Foto: Divulgação)

No último sábado, dia 1º de fevereiro, o Flamengo divulgou um vídeo em seu canal oficial a fim de dar esclarecimentos sobre o caso. O presidente Rodolfo Landim, o vice-presidente geral e jurídico Rodrigo Dunshee e o CEO Reinaldo Belotti participaram, e, este último, falou sobre o processo de investigação.

- No Flamengo fazemos investigações internas para pequenas infrações. Essa situação é enorme e importante, que está sendo vista pela polícia e justiça. No dia que concluírem, tirarem as conclusões, apontarem as causas e eventuais culpados, aí o Flamengo vai se manifestar internamente. Não seria correto intervir em uma questão que ainda está nas mãos das autoridades - afirmou.

Em seu perfil no Twitter (confira aqui), o "Flamengo da Gente" tem compartilhado histórias de Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique, Rykelmo Vianna,  Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías, as dez vítimas do incêndio no Ninho do Urubu.

Veja outras respostas de Carol Rocha, representante do "Flamengo da Gente":

O que acham da postura da diretoria, tanto nos contatos direto com o Movimento quanto para com o público?

- Não se trata apenas da Diretoria. Diz respeito a todos nós, como coletividade. Falta tratar o extraordinário como extraordinário. Não pode se pensar em virar a página. Clubes e instituições marcadas por tragédias fizeram de memórias duras lições para o futuro, sem escapar da dureza do que se passou. Cito um trecho de um comunicado do Flamengo da Gente, ainda em fevereiro de 2019: “O Flamengo tem o poder de definir como vai se enxergar no espelho no futuro. Como o Flamengo quer se encarar nas próximas décadas? Como o clube que se açodou em virar a página? Ou como o clube que fez de seu instante mais sombrio um alerta para si mesmo e para os outros?”

Qual análise o Flamengo da Gente extraiu do recente vídeo de pronunciamento via Fla TV?

- Não temos muito a analisar sobre o pronunciamento do clube. O que se passou ali trouxe muito pouco de novo.

Vocês sentem o Movimento abraçado pela torcida do Flamengo? Já sofreram algum tipo de ameaça ou insulto?

- Sim, a receptividade, de uma maneira geral, foi muito boa. Fomos às ruas, nos seis meses da tragédia, sem saber exatamente qual seria a reação das pessoas, mas fomos muito bem acolhidos, muitos fizeram questão de demonstrar que partilham do mesmo sentimento. Claro, há quem nos critique, dentro e fora do Clube. Mas, no geral, o balanço é muito positivo.

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