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Cruzeiro em 2020: redução da folha salarial, sem dinheiro em caixa e sem contratações para o elenco

Esse é o cenário desenhado para a próxima temporada pelo conselho gestor da Raposa, que tenta tirar o clube do "limbo" financeiro e esportivo 

O grupo de gestores que estão conduzindo a Raposa estão descobrindo a cada dia novas dificuldades para colocar a vida do clube em dia- (Divulgação/Cruzeiro)
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O Cruzeiro está sem dinheiro. A frase parece óbvia devido à grave e extensa crise financeira que o clube vive, com uma dívida acima dos R$ 700 milhões. A frase faz sentido quando se observa as declarações dos membros do conselho gestor do clube, que vem descobrindo em pouco tempo que a situação da Raposa é caótica, o que vai impactar em uma série de situações da equipe dentro e fora de campo.

Só de salários, são três meses atrasados, além de um caixa quase zerado. O cenário assustou o vice-presidente de futebol e membro do conselho gestor, Pedro Lourenço, que pediu paciência para o torcedor, pois há muito o que fazer. Lourenço também disse que o Cruzeiro não tem dinheiro para fazer contratações.

-Está muito pior do que pensávamos. Mas estamos aí, trabalhando com o Vittorio Medioli(CEO do clube) e o pessoal para criarmos um rumo para o Cruzeiro. Realmente, o Cruzeiro passou do fundo do poço. O que a gente pede é paciência para a torcida do Cruzeiro. Contratar não vamos contratar, porque não temos dinheiro e os jogadores já vão para quatro meses de salários atrasados. Os jogadores estão voltando, e nós temos compromisso que não sabemos nem como vamos fazer. Estamos reunidos aqui para tentar alguma criatividade e ver o que fazer. A situação do Cruzeiro não é apenas grave, é caótica. A torcida do Cruzeiro não merece passar o que está passando- disse o empresário supermercadista, em entrevista à Rádio Itatiaia, para em seguida fazer um “raio-x” ainda mais complexo do estado financeiro do Cruzeiro, dando prioridade para os pagamentos na FIFA, onde a Raposa tem diversas pendências.

-O que apuramos até agora é que são mais de R$ 700 milhões em dívidas. A da FIFA é de R$ 52 milhões. Tem que pagar US$ 4 milhões (cerca de R$ 16 milhões) em janeiro. A folha do Cruzeiro hoje é de 15 milhões de reais. Ou seja, serão quatro meses em atraso. Hoje não tem receita. Foi antecipado durante três anos para frente. A folha de 15 tem que reduzir. Se você ver os salários que está no futebol, dá para a gente comprar outra rede de supermercado. É fora da realidade de qualquer coisa no Brasil- explicou.

Pedro Lourenço também comentou que espera contar com a colaboração dos jogadores do atual elenco para aceitar um plano de pagamento de dívidas, que ainda será pensado pelo conselho gestor. Lourenço garante que ninguém irá ficar sem receber o que lhe é devido.

-O que nós vamos falar com eles? Que não temos como pagar hoje. Tem que fazer uma composição. O Cruzeiro vai pagar, não dará cano, mas precisamos de um tempo para nos organizar e buscar receita. Com calma, daremos um jeito. Tem que subir o Cruzeiro. Não pode ficar do jeito que está. Alguma coisa vamos fazer- contou.

Orçamento pequeno e ajuda do torcedor

O panorama sem dinheiro em caixa e poucas fontes de receitas, vai afetar drasticamente o orçamento do Cruzeiro para 2020. Segundo do CEO do clube, Vittorio Medioli, a previsão orçamentária do próximo ano ficará em torno dos R$ 80 milhões.

Medioli disse que nem todo o dinheiro disponibilizado será colocado no futebol, pois há uma previsão usar R$ 20 milhões para amortizar dívidas.

Com o orçamento 2020 neste patamar, o Cruzeiro prevê ter uma folha salarial entre R$ 4 e 5 milhões. Para melhorar o caixa celeste, Pedro Lourenço acredita que uma adesão em massa ao programa Sócio 5 Estrelas, de sócio-torcedor poderá ser um caminho importante na recuperação celeste.

-Nós estamos levantando a receita que teremos e o que faremos. Vamos fazer um sócio-torcedor para tentar recuperar. Não sabemos a fórmula ainda. Estamos no terceiro dia de reunião com o Medioli e toda a turma para criar uma estrutura e começar- explicou.