Corinthians chega a clássico contra o Palmeiras em momento de aprendizado com o rival

Enquanto o Timão está há quase quatro anos sem títulos, o Verão empilhou oito taças no período

Júnior Moraes e Piquerez
Junior Moraes e Piquerez em um dos Dérbis de 2022 (Foto: Rodrigo Coca/Ag,Corinthians)

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O Corinthians está há quase quatro anos sem ganhar um título. O último foi o Paulistão de 2019. Neste período, o Palmeiras levantou oito taças: Paulista (2020 e 2022), Campeonato Brasileiro (2022), Copa do Brasil (2020). Supercopa do Brasil (2022), Libertadores (2020 e 2021) e Recopa Sul-Americana (2022).

Sete das oito conquistas tiveram Abel Ferreira como técnico. A exceção foi o Paulista de 2020, que possuiu o comando de Vanderlei Luxemburgo, quando os palmeirenses bateram o próprio Timão na final. Neste período, o clube alvinegro teve cinco treinadores: Tiago Nunes, Vagner Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira e agora Fernando Lázaro.

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Em nenhuma dessas temporadas, o técnico que começou o ano dirigindo o Corinthians foi o mesmo que terminou. Em 2019, Tiago Nunes iniciou e Mancini encerrou. Vagner, por sua vez, foi dispensado no início do ano seguinte, após a eliminação corintiana na semifinal do Paulistão para o próprio Palmeiras. Sylvinho foi quem assumiu e terminou 2020. Porém, o ex-lateral, que fazia o seu primeiro trabalho como treinador no futebol brasileiro, foi dispensado após três jogos em 2022. O sucessor foi Vítor Pereira, contratado justamente para que o Corinthians acompanhasse o modelo europeu adotado pelo rival, e também com o Flamengo de Jorge Jesus, em 2019, e que deu certo.

Porém, Vítor não teve o mesmo sucesso que os ‘patrícios’. O lusitano até chegou a levar o Timão à final da Copa do Brasil, mas foi derrotado pelo Fla. O desejo da direção corintiana até era dar sequência ao trabalho do profissional, mas o próprio treinador optou por não renovar o contrato, alegando questões familiares e dizendo que voltaria para o seu país natal. No entanto, poucos dias depois ele acertou com o Rubro-Negro carioca, deixando uma marca negativa nos corintianos.

Vítor Pereira e Abel Ferreira
Abel e VP durante um dos encontros que tiveram em Dérbis no ano passado (Foto: Reprodução/Twitter)

Agora, o Timão está apostando em Fernando Lázaro, alternativa que deu certo em um passado nem tão distante, em 2017, quando a direção do clube alvinegro optou pela efetivação de Fábio Carille e nas mãos dele o time foi tricampeão paulista (2017, 2018 e 2019) e campeão brasileiro (2017). Assim como Carille, Lázaro tem a sua formação como treinador no Corinthians, onde trabalha desde o início deste Século - com poucos hiatos, quando trabalhou com Tite na Seleção Brasileira e Sylvinho no Lyon, da França.

Fernando Lázaro está em seu primeiro trabalho como técnico efetivo. Ele já havia comandado o Timão em algumas ocasiões, mas interinamente. Assim como era com Abel, quando começou no Palmeiras, Lázaro nunca foi campeão com o treinador, mas pode conseguir o feito com menos de três meses, assim como o português fez no Verdão. Para isso, precisará vencer o Paulistão, que tem a decisão programada para o dia 9 de abril.

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MONTAGEM DO ELENCO E VALORIZAÇÃO DA BASE

Outra diferença que os rivais envolvidos no Dérbi possuem nos últimos anos é a forma como montaram os seus elencos. O Palmeiras, que tinha se acostumado a ser um clube comprador desde 2015, passou a investir nos seus jovens a partir de 2020. Neste meio-tempo, houve a ascensão de uma série de pratas da casa que foram fundamentais em algumas conquistas conquistas recentes, como: Renan, Danilo, Gabriel Menino, Patrick de Paula e Endrick, além de outros que estão pedindo passagem há algum tempo, como Garcia, Vanderlan, Fabinho, Giovani etc.

Já a aposta corintiana foi buscar atletas renomados, até com identificação com o clube, mas que possuem idades mais avançadas. Durante a atual administração, comandada pelo presidente Duílio Monteiro Alves, chegaram peças como Giuliano, Paulinho, Renato Augusto, Willian, todos vindos do exterior, com bagagem internacional, mas com idade acima de 30 anos. Alguns deles, principalmente Renato, fazem a diferença quando estão em campo, mas estão comprometidos fisicamente e precisam ser desfalques em alguns compromissos para controlar a carga. Já Willian, por exemplo, que chegou com uma grande expectativa, acabou saindo pelas portas dos fundos. E também tem Giuliano, que nunca executou o que se esperava tecnicamente, ainda que tenha tido alguns lampejos e apresentado a sua importância em momentos decisivos, como no vice-campeonato corintiano na Copa do Brasil do ano passado.

Renato Augusto e Danilo - Corinthians x Palmeiras
Veterano Renato Augusto disputando bola com o negociado Danilo (Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians)

Isso não significa que o Corinthians não aproveitou a base neste período, até porque a equipe conseguiu promover alguns atletas que ganharam espaço, como Robert Renan, Du Queiroz, Adson e Gustavo Mantuan. Porém, eles estão longe de ocupar o espaço de protagonismo que as crias da Academia tiveram. A comparação está na forma com que algumas revelações palmeirenses foram negociadas, em relação às corintianas. O Verdão arrecadou mais de R$ 500 milhões com a venda de Danilo para o Nottingham Forest, da Inglaterra, e de Endrick para o Real Madrid, da Espanha - sendo que o segundo só vai para o clube merengue em 2024, quando completar 18 anos. Até Patrick de Paula, que deixou o Palmeiras pelas portas dos fundos, após atos de indisciplina e falta de comprometimento, não saiu do clube alviverde de graça. O Verdão recebeu R$ 33 milhões e ainda ficou com 50% dos direitos econômicos do atleta - que não bateu as metas do primeiro ano de contrato com o Fogão, que obrigaria o clube carioca a comprar mais 20%.

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No Corinthians, Robert e Du tiveram os seus direitos repassados ao Zenit, da Rússia, para que o centroavante Yuri Alberto fosse comprado em definitivo. O Timão não colocou dinheiro na aquisição do seu camisa 9, mas cedeu todo o percentual que tinha desses dois atletas aos russos. O valor que o Zenit estipulou para a venda de Yuri foi de 25 milhões de euros (R$ 139,1 mi, na cotação atual). Como os corintianos adquiriram 50% dos direitos do atleta, o registro que fica é que 55% da parte econômica envolvendo Robert Renan e 90% relacionada ao Du Queiroz foram negociadas por 12,5 milhões de euros (R$ 69,5 mi, na cotação atual), que é metade do valor que os russos precificaram Yuri Alberto.

Mesmo com quase R$ 1 bilhão em dívidas, o grande objetivo da diretoria corintiana é colocar o clube alvinegro no primeiro escalão do futebol brasileiro. O entendimento é que eles estão atrás de clubes com maior poderio financeiro e investimentos depositados, como são o Atlético-MG, o Flamengo e o próprio Palmeiras.

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