Bando de Loucos

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Análise: Vítor Pereira fez bem ao Corinthians, mas derrota para o Galo provou que é hora de virar a página

Treinador português poderia ter contribuído um pouco mais com o Timão no aspecto tático

Suspenso, VP não esteve no banco no último jogo da sua 'era' pelo Timão (Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians)
Escrito por

Antes de mais nada, eu quero deixar claro que eu sempre defendi a permanência do técnico Vítor Pereira no Corinthians. Mas isso não significa que eu não veja defeitos da equipe nas mãos do agora ex-treinador do clube. E a derrota corintiana para o Atlético-MG, na última rodada do Brasileirão mostrou alguns pontos que reforçam que o elenco precisa virar a página e pensar em evoluir no ano que vem.

+ Confira detalhes da terceira camisa e a nova linha do Corinthians em alusão ao Mundial do Japão

Contra o Galo, o Timão entrou em campo com três volantes, Fausto Vera, Du Queiroz e Maycon, além de Ramiro, que joga aberto pelos lados, mas não tem característica de atacar os espaços, mas, sim, compor o meio-campo. Ali, poderia haver uma ideia tática diferente do que a comissão técnica fez durante todo o ano, presa no mesmo 4-1-4-1, preenchendo o meio-campo e fazendo Róger Guedes flutuar entre as pontas, atuando por trás do centroavante Yuri Alberto. Mas o que se viu foi a manutenção do mesmo esquema e com atletas com menos capacidade de executá-los com qualidade. Resultado da etapa inicial? Uma equipe que até teve mais a bola em alguns instantes, mas tinha pouquíssimo poder de criação.

As poucas chegadas foram em bolas alçadas na área adversária e o grande momento de perigo corintiano no primeiro tempo foi em uma rara criação pelo meio-campo, com Du Queiroz encontrando Yuri Alberto em boa condição para dominar, invadir a área e finalizar, parando em uma boa defesa de Éverson.

+ Confira como ficou a tabela final do Brasileirão

No intervalo, Renato Augusto entrou e a ideia inicial de todos era que um volante seria sacado, para dar mais qualidade de armação ao 4-1-4-1. Foi quando o auxiliar Filipe Almeida, que dirigia o time na ausência do suspenso Vítor Pereira, ousou, tirando Ramiro. Com isso, existia a expectativa de, finalmente, uma mudança de sistema. Uma espécie de 4-4-2 em losango, o 4-1-2-1-2, com o perdão do ‘neologismo tático’. Fausto Vera faria a saída de bola, com Du Queiroz compondo o meio-campo pelo lado direito e Maycon a esquerda, Renato faria a armação, Róger flutuaria entre as pontas, jogando por trás de Yuri Alberto. Na prática, o 4-1-4-1 se manteve, com Du Queiroz passando a fazer a função que era exercida por Ramiro no primeiro tempo, de atuar aberto pelo lado direito.

Após o fim da partida, ‘the last dance’. O presidente Duílio Monteiro Alves comunicou a saída do técnico Vítor Pereira. Nem houve entrevista coletiva de Filipe Almeida. O jogo já era segundo plano. VP se despediu do elenco no vestiário, e os atletas já deixaram a Neo Química Arena para iniciar as suas férias.

Mas se houvesse a chance de questionar sobre as decisões táticas do jogo, certamente a resposta seria a falta de tempo de preparação, calendário e algo nessa linha. O que é fato, a insanidade do futebol brasileiro foi uma das maiores, se não a maior, inimiga de Vítor Pereira no Corinthians. No entanto, não dá para ficar só nessa justificativa. Há outras formas de fazer o jogador entender o papel tático, com vídeos, conversas, sem expor ao campo no dia a dia e comprometer a parte física. Está aí um dos papéis do treinador, também ser um educador dos atletas na parte tática. E, nesse caso, VP e a sua comissão pecaram. E, na boa, eles sabem disso. O próprio treinador sabe que poderia ter desenvolvido muito mais no Timão, mas não teve tempo.