Cacau planeja visita à seleção alemã e sai em defesa de Diego Costa

Ilner e Henrique celebram a Copa da Itália (Foto: Divulgação)
Ilner e Henrique celebram a Copa da Itália (Foto: Divulgação)

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Nenhum brasileiro conhece melhor a atual seleção da Alemanha do que Claudemir Jerônimo Barreto. Naturalizado alemão, Cacau, como ficou conhecido para o mundo, disputou a Copa de 2010 na África do Sul, com 11 dos 23 jogadores que agora perseguem o sonho do tetra no Mundial do Brasil.

Aos 33 anos, o atacante do Stuttgart (ALE) perdeu espaço no próprio clube e, consequentemente, a chance única de unir a paixão por seus dois países numa Copa. Mas nem por isso se chateia com o técnico Joachim Löw, que foi um dos que mais insistiram para ele tirar a cidadania alemã, em 2009, e abrir mão de vestir a Amarelinha.

Há dois anos, porém, Cacau já também não veste mais a camisa da Alemanha. Seu último jogo foi na derrota por 5 a 3 em um amistoso para a Suíça, no dia 25 de maio de 2012. Seu histórico é de 23 jogos e seis gols, sendo um deles na última Copa, na goleada por 4 a 0 sobre a Austrália.

No Brasil para comentar jogos por uma rede de televisão germânica, o jogador pretende fazer uma visita ao grupo quando houve uma brecha. Na próxima terça, ele vai acompanhar o duelo entre Brasil e México no Castelão.

- Estou em contato com o Oliver (Bierhoff, gerente) para ver quando vou rever os jogadores - disse, em entrevista ao LANCE!Net.

Para ele, a seleção perde muito sem Marco Reus, meia do Borussia Dortmund (ALE) cortado após romper os ligamentos do tornozelo esquerdo no último amistoso antes do Mundial, contra a Armênia, na sexta-feira passada. No entanto, ele aposta que a força do conjunto ainda faz os comandados de Löw serem favoritos.

- A Alemanha fica enfraquecida sem o Reus, mas vai brilhar de novo na força do conjunto. Eles têm uma filosofia bem definida há anos, muita qualidade tática e uma disciplina tática impressionante. Certamente, é uma das favoritas para essa Copa - analisou.

Cacau ainda saiu em defesa de Diego Costa, que naturalizou-se espanhol para defender a Fúria nesta Copa. Para o atacante é diferente do seu caso, pois não havia comoção em cima de seu nome, mas mesmo assim ele é a favor do companheiro de profissão, dizendo que a CBF conduziu mal a situação.

- As declarações do pessoal da Seleção Brasileira geraram essa atitude de revolta da torcida. Ele não merecia isso - disse.

Muitas vezes substituto de Miroslav Klose, que está a um gol de igualar Ronaldo como maior artilheiro de Copas do Mundo, Cacau rasgou elogios ao ex-companheiro.

Confira a entrevista com o brasileiro naturalizado alemão:

Como analisa as chances da Alemanha nesta Copa?
A Alemanha sempre é favorita em Copa do Mundo, é fato. Pela história e pela qualidade. A seleção tem uma disciplina tática incrível, a filosofia de jogo atual vem sendo praticada há anos. Eles com certeza são um dos favoritos.

Em 2010, a Alemanha foi uma surpresa. Agora, pode estar ainda melhor?
Com certeza, os jogadores amadurecem e isso é positivo. Por outro lado, outras seleções agora já sabem o que a Alemanha pode fazer, conhecem os pontos fracos e forte. Mas a vantagem da seleção é esse entrosamento, é o fato de os jogadores estarem mais experientes. Com a disciplina tática que esse grupo tem, se houver vontade, vai dar muito trabalho de novo.

Fica uma ponta de decepção por não estar na Copa aqui no Brasil?
A minha saída da seleção foi um processo. Eu me acostumei com a ideia, aprendi a não ficar lamentando, não olhar muito para trás, apenas olhar para frente e fazer as coisas com alegria. Nesse período de férias, digamos, eu estou comentando a Copa aqui por uma televisão alemã. Quando vejo um jogo, a emoção do estádio, claro que dá vontade de estar junto, de fazer parte disso, mas nada que gere nenhum sentimento ruim, não.

O que você quer dizer com processo?
Eu já não havia sido convocado para a Eurocopa, em 2012. Depois, em outubro, tive uma lesão no joelho, fiquei sete meses parado. Aí depois não voltei a ser convocado, não consegui me firmar no clube como titular, tudo isso foi mimizando as chances de ir para a seleção de novo.

Como foi para você decidir tirar a cidadania? Não pensou no Brasil, não deu arrependimento?
Eu nunca tive pretensão de jogar na seleção alemã, eu comecei lá na quinta divisão do campeonato nacional. Mas criei uma história no país e depois tirei meu passaporte pensando na minha família, em dar a eles um futuro bom. O caso foi divulgado pela imprensa e o treinador me chamou. Na verdade, na época eu não pensei muito, nem pensei na Seleção Brasileira. Foi uma honra ter esse reconhecimento da seleção alemã.

O Diego Costa foi xingado contra a Holanda. Acho que não o perdoaram por ter escolhido a Espanha...
Meu caso é diferente do dele, né? Eu não tive esse apelo. Por outro lado, eu fico triste por como foi tratada a situação dele. A decisão dele não foi respeita, principalmente pela Seleção Brasileira. Deram declarações que depois acabaram gerando essa raiva dos torcedores na partida (contra a Holanda, em Salvador). Ele não merecia isso, merecia o respeito do povo.

Como vê a condição do Klose em bater o recorde do Ronaldo nesta Copa?
Ele é um excelente jogador! É um jogador que sabe finalizar, jogar para a equipe, ele sabe jogar muito bem com esse time, na filosofia do Löw. Não é à toa que já marcou todos esses gols. Além de ter muita qualidade, ele é uma pessoa extremamente humilde, conversa muito com os jogadores jovens. Ele merece tudo isso que está vivendo e, quem sabe, atingir essa marca.

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