Aldo Rebelo: ‘Não vejo esse caos no Brasil’


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Nem o iminente atraso na entrega dos seis estádios que faltam ser concluídos para a Copa parece perturbar o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Com a fala pausada, o homem que é o maior representante do governo federal nas questões referentes ao Mundial recebeu o Lance!Net para entrevista exclusiva. Rebelo reiterou sua confiança de que as coisas funcionarão e minimizou a retirada
da Matriz de Responsabilidades de obras que não seriam entregues a tempo. Confira a íntegra.

Quando todos os estádios estarão prontos?

O governador do Amazonas queria abrir no dia 20/12. O problema é que a presidente Dilma teria de desmarcar um compromisso em São Paulo, com o pessoal dos sem-teto. Aí deixamos para janeiro. A governadora do Rio Grande do Norte também ofereceu quatro datas, mas achei melhor também deixar para depois por causa de agenda, assim como Cuiabá, que seria a partir de 20 de dezembro.
Então, deixa tudo para janeiro, não vou achar que isso fará grande diferença. Por sua vez, houve o acidente no estádio do Corinthians. O Beira-Rio não estava previsto para dezembro mesmo. O do Atlético-PR teve problemas, desde o atraso do repasse por conta de contrato e negociação, pois são três entes que financiam. Nós chamamos o Mário Celso Petraglia (presidente do clube) e conversamos com ele, falei com o prefeito. Na próxima semana vai lá uma equipe do ministério e do COL para conversar com o governador, o prefeito e o Petraglia. Tenho expectativa de que
seja entregue no fim de janeiro. Mas isto dependerá da reunião.

Como eles poderiam ajudar a essa altura dos fatos?

Há uma correção a ser feita, prevista nos acordos iniciais, que é a correção do custo inicial do estádio. Mas não está plenamente acertada a distribuição dos valores entre o estado, prefeitura e o dono do estádio. É esse e o acerto da questão das garantias. O prefeito disse que essa é uma questão que pode ser resolvida.

Há alguma tensão do governo e da Fifa de que esses atrasos comprometam a Copa do Mundo?

Os estádios serão entregues e os prazos não estarão comprometidos para os testes, que é a principal razão para a antecedência na entrega dos estádios. Testar a parte hidráulica, a parte elétrica, os aspectos operacionais, locais de entrada e saída. Isso se sabe só depois que os eventos testes são realizados. Em geral eles fazem o primeiro com uma presença pequena de público e aumentam até que o jogo tenha um público maior. Tem de conseguir fazer este escalonamento, que é o que está previsto.

A retirada de mais obras da Matriz de Responsabilidade não gera uma descrença no povo brasileiro de que não haverá legado?

Não. As obras na sua maioria são do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Independentemente do Brasil receber ou não Copa e Olimpíada, essas obras seriam realizadas. São obras de infraestrutura para melhoria dos aeroportos, vias de acesso, abertura de vias. Algumas que não ficarão prontas a tempo serão entregues um, dois ou três meses depois. O que houve foi uma antecipação. O que não for entregue no prazo será entregue depois.

A imprensa estrangeira tem denunciado que vive-se um “caos” no Brasil, por causa da infraestrutura. Os aeroportos estarão equacionados até o início da Copa de 2014?

Não sei onde é que está esse caos. Eu cheguei em Salvador, peguei meu carro, vim e não vi nada. Chegaremos em 2014 com quase o dobro da capacidade aeroportuária em relação à demanda projetada no período. O problema não é da capacidade. Nós temos um problema de operação aeroportuária. Há áreas com concentração de voos, principalmente internacionais. Isso chega a ser um problema. Os investimentos para melhorar a operação já estão acontecendo.

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