Santos pode ter Vila penhorada por dívida com empresa que gere imagem de Pelé

Antiga diretoria assinou contrato vitalício para exploração da imagem do Rei do Futebol, mas o clube não pagou cinco parcelas em 2015 e é cobrado em mais de R$ 2 milhões

Pelé
Pelé disputou 1.114 jogos e fez 1.086 gols com a camisa do Santos entre os anos 50 e 70 (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)

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Sem pagar cinco parcelas do contrato de exploração da imagem do Rei Pelé, assinado em novembro de 2014, o Santos possui uma dívida superior a R$ 2 milhões e foi acionado na Justiça pela Sport 10 Licenciamento do Brasil, empresa responsável pela administração dos contratos de imagem do maior ídolo da história do Peixe. A garantia dada pelo clube  para quitar a dívida é a penhora da Vila Belmiro, seu patrimônio mais valioso. O processo tramita em segredo na 16ª Vara Cível de São Paulo.

O Santos assinou com a empresa a renovação e ampliação de contrato vitalício para a exploração da imagem de Pelé, com a possibilidade de aparições anuais do Rei em nome do clube, no fim de 2014, ainda na gestão Odílio Rodrigues. Anteriormente já havia dívida de US$ 250 mil pelo vínculo assinado em abril de 2013. No novo contrato, o Peixe se comprometeu a pagar US$ 500 mil em 2015 e 2016, US$ 400 mil em 2017, 2018 e 2019 e US$ 300 mil de 2020 até 2064.  O contrato deixa de valer quando Pelé morrer.

Entre junho e outubro de 2015 o Santos não pagou nenhuma das parcelas de US$ 100 mil acordadas com a empresa. O valor foi somado aos US$ 250 mil de 2013, totalizando US$ 650 mil. Com juros, correção monetária, multa, conversão de moedas e aumento do dólar, a dívida chega a R$ 2.348.483,80, cobrados pela Sport 10 judicialmente. A empresa tentou acordo amigável com o Peixe, mas não obteve sucesso. A primeira decisão do caso, tomada pela juíza Cláudia Longobardi Campana, saiu em setembro deste ano, com ganho de causa dos representantes de Pelé.

A nova diretoria do Santos tem discutido internamente a viabilidade do contrato vitalício com Pelé, já que, apesar do pagamento de parcelas anuais não necessariamente o ex-atleta fará aparições em nome do clube com a mesma frequência. Isso porque o contrato determina pagamento de passagem e hospedagem também para os acompanhantes do Rei. Assim, os gastos para as quatro aparições acordadas para 2015 e 2016 seriam ampliados. 

O imbróglio impediu que o clube concretizasse um plano de marketing da gestão de Modesto Roma Júnior, que pretendia estampar a marca do Rei em seu uniforme de jogo no espaço da fornecedora de material esportivo - o Peixe terá uma marca própria em 2016, e a imagem do soco no ar eternizada por Pelé substituiria o logo da fabricante.

Apesar de tudo, o Santos preza pela manutenção de boa relação com Pelé e deve inclusive assumir a administração do Museu Pelé, em Santos, nos próximos meses. Procurados, Sport 10 e Santos não retornaram as ligações.

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