Federações de esportes aquáticos pedem reunião com a CBDA

Insatisfeitos com a atual situação da entidade e preocupados com o futuro do esporte, 18 federações enviam carta aberta pedindo encontro na próxima semana

Coaracy Nunes - presidente da CBDA
Coaracy Nunes assumiu a presidência em 1988 (Foto: Divulgação)

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Após o afastamento da diretoria da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), 18 federações aquáticas divulgaram um documento mostrando 'nosso total repúdio e descontentamento com as sucessivas tentativas de violação da autonomia administrativa da CBDA'  e pedindo uma reunião com a entidade para a próxima quarta-feira, dia 29.

A "carta aberta" afirma que as federações não podem 'aceitar que usem e sobrecarreguem o judiciário com manobras jurídicas cujos objetivos são claramente eleitoreiros, causando ainda mais danos à entidade'. A diretoria da CBDA foi afastada pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 25ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por estar acéfala no plano jurídico, já que as eleições presidências deveriam ter acontecido no dia 18 deste mês. A ação para afastar o presidente Coaracy Nunes partiu da Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro, alegando que seu governo terminou no dia nove. 

As eleições presidenciais foram adiadas devido a uma ação judicial de quatro atletas de esportes aquáticos, devido a escolha de Thiago Pereira como representante da Comissão de Atletas da CBDA sem votação dos atletas. O pedido foi aceito pela justiça e as eleições adiadas. 

O documento das federações critica a escolha de um administrador provisório para comandar a CBDA.

'A decisão de nomear um interventor que não tem experiência pretérita com esporte e cobra elevados honorários que correrão por conta da entidade, paralisa as ações que estão em andamento, prejudica as modalidades, às entidades envolvidas em todo o país e milhares de atletas e profissionais que vivem dos esportes aquáticos, além de onerar a Confederação neste momento de austeridade em que estamos mergulhados'.

Preocupados com o futuro dos esportes aquáticos, as federações pedem uma reunião com a CBDA.

'Nós - a maioria dos presidentes das Federações que compõe a Assembléia soberana à CBDA - solicitamos a entidade a realização de reunião no próximo dia 29 de março não para tratar de eleições, mas para definir e decidir questões fundamentais para o andamento dos esportes. No que fomos prontamente atendidos. Não consideramos justo que os esportes sofram estes sucessivos ataques colocando em risco o trabalho construído ao longo de décadas'.

As entidades responsáveis pela carta são: Federação Aquática do Estado do Acre; Federação Aquática do Estado de Alagoas; Federação Amapaense de Esportes Aquáticos; Federação Amazonense de Desportos Aquáticos; Federação Bahiana de Desportos Aquáticos; Federação Cearense de Desportos Aquáticos; Federação de Desportos Aquáticos do Distrito Federal; Federação Gaúcha de Desportos Aquáticos; Federação Maranhense de Desportos Aquáticos; Federação de Desportos Aquáticos de Mato Grosso do Sul; Federação de Esportes Aquáticos da Paraíba; Federação de Desportos Aquáticos do Paraná; Federação Piauiense de Desportos Aquáticos; Federação Aquática Norteriograndense; Federação Aquática de Santa Catarina; Federação Aquática de Sergipe; Federação Aquática Mineira e Federação Aquática de Goiás

Confira o documento na íntegra:

'Carta aberta à comunidade aquática nacional,

Nós - os presidentes das federações filiadas à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos abaixo assinados -, vimos manifestar nosso total repúdio e descontentamento com as sucessivas tentativas de violação da autonomia administrativa da CBDA. Como todos sabem, a Assembléia das federações filiadas é soberana. É ela quem aprova as principais diretrizes e decisões que afetam às cinco modalidades olímpicas que compõem a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Com isto posto, não podemos aceitar que usem e sobrecarreguem o judiciário com manobras jurídicas cujos objetivos são claramente eleitoreiros, causando ainda mais danos à entidade.

Vamos aos fatos. No dia de hoje, 23 de março, despertamos com a notícia de que por intermédio de uma liminar solicitada pela Federação Aquática do Rio de Janeiro – FARJ - a presidência da CBDA será afastada e que um interventor nomeado dirigirá a entidade até que possam ser realizadas eleições para o novo ciclo. Os fatos que motivaram esta decisão não dizem respeito a nenhum ato ilícito imputado aos seus dirigentes, mas a uma alegação de que o mandato atual está extinto desde o dia nove deste mês e que deste modo a Confederação estaria “acéfala”.

Em 28 de setembro do ano passado realizamos uma Assembléia Extraordinária com o objetivo de atualizar o estatuto de acordo com as orientações da Lei Pelé. Uma medida judicial, impetrada pela Federação Aquática Paulista - FAP, deixou em suspenso as decisões desta Assembléia até o dia de hoje. Assim, o estatuto vigente segue sendo o anterior - de 2014 - e a Confederação seguiu à risca suas determinações. Aproveitando-se desta brecha, três atletas buscaram na justiça respaldo barrar a realização da Assembléia Geral Eletiva, marcada para o último dia 18/03. A alegação desta vez foi irregularidades na forma de escolha da Comissão Nacional de Atletas, de acordo com as novas diretrizes da Lei Pelé, aquela mesma que tentamos ajustar em setembro último.

A decisão de nomear um interventor que não tem experiência pretérita com esporte e cobra elevados honorários que correrão por conta da entidade, paralisa as ações que estão em andamento, prejudica as modalidades, às entidades envolvidas em todo o país e milhares de atletas e profissionais que vivem dos esportes aquáticos, além de onerar a Confederação neste momento de austeridade em que estamos mergulhados.

Nós - a maioria dos presidentes das Federações que compõe a Assembléia soberana à CBDA - solicitamos a entidade a realização de reunião no próximo dia 29 de março não para tratar de eleições, mas para definir e decidir questões fundamentais para o andamento dos esportes. No que fomos prontamente atendidos. Não consideramos justo que os esportes sofram estes sucessivos ataques colocando em risco o trabalho construído ao longo de décadas.

Queremos um esporte correto e que vise não apenas resultados, mas a formar cidadãos. No entanto, também acreditamos que todos os assuntos devam ser apurados e investigados com responsabilidade e sob a luz da democracia, que prevê o pleno direito a defesa, sem exposição desnecessária e midiática em troca de votos.

Atenciosamente,

Federação Aquática do Estado do Acre – Ricardo Sampaio Santos
Federação Aquática do Estado de Alagoas – Henrique Costa dos Santos
Federação Amapaense de Esportes Aquáticos – José Silvio Guilhermino
Federação Amazonense de Desportos Aquáticos – Vitor Hugo Lopez Façanha
Federação Bahiana de Desportos Aquáticos – Sérgio Luiz Sampaio Lacerda Silva
Federação Cearense de Desportos Aquáticos – Guillermo Sanchis Gritsch
Federação de Desportos Aquáticos do Distrito Federal – Magda Machado Gomes
Federação Gaúcha de Desportos Aquáticos – Mauro Campos de Quadros
Federação Maranhense de Desportos Aquáticos – Julio César Moraes Monteiro
Federação de Desportos Aquáticos de Mato Grosso do Sul – Jefferson dos Santos Borges
Federação de Esportes Aquáticos da Paraíba – Antônio Meira Leal
Federação de Desportos Aquáticos do Paraná – Mirley Lemos Conrado
Federação Piauiense de Desportos Aquáticos – Francisco Mendes de Andrade
Federação Aquática Norteriograndense – Rosileide Maria de Brito
Federação Aquática de Santa Catarina – Carlos Eduardo Ramos de Camargo
Federação Aquática de Sergipe – Antônio Alves Aragão Neto
Federação Aquática Mineira – Eros Damasceno
Federação Aquática de Goiás – Maurício Roriz dos Santos

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