China conta com brasileiros para reeguer futebol após extinção de clubes na pandemia

Preparador físico Rodrigo De Melo, que trabalha no Chengdu Rongchen, é um deles. Profissional tem também a parceria no clube de ex-jogadores de Botafogo, Internacional e Vila Nova

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Rodrigo de Melo em trabalho no Chengdu Rongchen (Foto: Arquivo pessoal)

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O futebol chinês sofreu uma baixa de grandes estrelas com a falência de alguns clubes devido a pandemia da Covid-19. Para buscar se reerguer, o país conta com a ajuda de brasileiros nesse processo. Um deles é o preparador físico Rodrigo De Melo, que trabalha pela primeira vez na Ásia e veste a camisa do Chengdu Rongcheng. O clube tem como grande destaque o brasileiro naturalizado chinês Elkeson, ex-atacante de Grêmio e Botafogo. O profissional de Educação Física detalhou a parceria com o compatriota e comentou que, apesar dos problemas ocorridos, o esporte continua em alta no lugar mais populoso do mundo.

Antes de chegar ao Chengdu Rongcheng em 2023, Elkeson atuou no ano passado no Grêmio. Mas entre 2013 e 2021, o atacante se consolidou na China pelo Guangzhou e Shanghai SIPG alcançando títulos, como o bicampeonato da Liga dos Campeões da Ásia e o penta do Campeonato Chinês.

- Elkeson, por tudo que tudo que ele representa e conquistou na China, poderíamos esperar um atleta apenas desfrutando do momento da carreira que atravessa, mas muito pelo contrário. É a minha primeira temporada trabalhando com ele e o que posso dizer é que é um atleta que se preocupa e trabalha muito para estar em ótimas condições para performar em campo. Conversamos e trabalhamos muito, sempre buscando alcançar os objetivos traçados. O que faz esse processo ser interessante e prazeroso não é apenas a motivação profissional, mas também a pessoa que ele é. Poderia esperar um outro perfil, mas muito pelo contrário é um ser humano fantástico - disse Rodrigo De Melo.

Aprendendo no momento o mandarim, idioma da China, Rodrigo também explicou sobre a fase atual do futebol no país, que viu a falência de vários clubes recentemente depois de perderem receitas diante da pandemia de Covid-19 e enfrentaram dificuldades para pagar salários. Isso após os times da elite chinesa terem gastado quase 350 milhões de euros em contratações para a temporada 2016, muitas delas de jogadores dos grandes centros da Europa e das Américas.

- Vejo o futebol chinês com um bom nível, é um campeonato forte sim. Muito nivelado, aberto, onde detalhes fazem toda a diferença. O que o torna um campeonato interessante de seguir. No ponto de vista de trabalho, sempre nos desafia a pensar nos mínimos detalhes e buscando a melhor performance da equipe - afirmou.

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Campeão belga na temporada 2020/21 pelo Club Brugge, o preparador físico está na primeira temporada em solo chinês. Entre o fim de 2022 e o início deste ano, Rodrigo teve uma rápida passagem pelo Botafogo-PB até desembarcar na China.

- Trabalhar na China tem sido uma experiência fantástica, tendo estado muito tempo na Europa e em países, como Irlanda, Inglaterra e Bélgica, além de breves passagens pelo Brasil, aprendi a ver o futebol ou a preparação física de uma equipe e de atletas de uma maneira um pouco diferente. Hoje não apenas estou vivenciando o futebol chinês, como também tenho a oportunidade de aprender e compartilhar conhecimento e ideias com um dos maiores nomes do futebol coreano, que é o treinador Seo Jung-won. Uma experiência realmente enriquecedora, que, sem dúvidas, está me fazendo a cada dia que passa um profissional mais qualificado e apaixonado pelo meu trabalho - completou.

Além de Elkeson, o Chengdu Rongcheng conta com mais três brasileiros no elenco: o meia Rômulo (ex-Bahia) e os atacantes Andrigo (ex-Internacional) e Felipe Sousa (ex-Vila Nova). Esse último, que é piauiense, entrou para a terceira temporada no Chengdu Rongcheng.

- A China passou por momentos muito difíceis com a Covid. Com isso desapareceram muitos times que foram até campeões. Creio também que ao mesmo tempo o país aprendeu bastante. Antes eram super contratações e, na verdade, vejo que eles fracassaram. O país não conseguiu classificar nem para a Copa do Mundo, não teve uma evolução. Agora eles implementaram um limite para estrangeiros. Tem novas regras nos contratos. A gente é espelho para os mais jovens. Da minha parte tento ser bem responsável no meu dia a dia. Eles nos contratam para evoluir, principalmente, os atletas da casa. Os estrangeiros têm um bom papel. É uma responsabilidade gigante - finalizou Felipe Sousa.

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