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‘Sobrevivente’ da África sonha alto no Palmeiras

Fabiana Beltrame no Mundial de Remon na Eslováquia (Foto: Srdjan Zivulovic/Reuters)
imagem cameraFabiana Beltrame no Mundial de Remon na Eslováquia (Foto: Srdjan Zivulovic/Reuters)
Dia 27/10/2015
22:45

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Bastou um teste em abril no Palmeiras B para o atacante Dweh Allison, de 22 anos, impressionar o técnico Luiz dos Reis com o seu estilo Kleber de lutar por todas as bolas com os zagueiros. Mas ao contrário do Gladiador, o liberiano pode ser chamado de guerreiro de verdade.

Durante a infância em seu país, Allison teve de enfrentar as barbaridades de duas guerras civis antes de se tornar profissional, chegar à seleção principal e chamar a atenção do Alviverde paulista.

– Na guerra não existe controle, regras ou regulamentação. O país fica jogado, sem leis. Invadiam casas, roubavam. Não podia nem sair de casa depois das 17h – contou.
Diferentemente de seu tio, morto durante o período de mais de 20 anos de guerra, ele saiu ileso dos conflitos cessados em 2003.

Agora, sua luta é bem mais suave, embora igualmente desafiadora: mostrar ao técnico Luiz Felipe Scolari que tem condições de jogar pela equipe de cima do Palmeiras.

– Posso melhorar, é questão de tempo. Se Scolari me der uma chance, eu vou agarrá-la – afirmou.

Antes disso, porém, terá de conquistar o seu espaço no time B. Como teve problemas na documentação, só pôde estrear pela Copa Paulista há duas semanas, e como reserva. Até dobrar Felipão, terá de matar muitos leões por dia.


Confira um bate-bola com Dweh Allison

LANCENET!: Você deixou a família na Libéria antes de vir para o Brasil?

DWEH ALLISON: Deixei minha mulher grávida na Libéria. Minha filha nasceu há um mês e meio. Meu pai está lá também, e minha mãe mora nos Estados Unidos, com um homem que conheceu no meu país.

LNET!: Como era a vida no seu país?

DA: Na maior parte do tempo eu jogava bola na escola. Sempre fui um garoto que gostava da escola, de aprender, de realizar atividades extras. Sempre o futebol.

LNET!: Como tem sido a adaptação?

DA: Não é tão difícil, pois nos times sempre se aprende a se adaptar. O problema é ainda a língua. Moro no alojamento com os companheiros de time e todos falam português, então estou aprendendo.

LNET!: Qual é o seu lazer no Brasil?

DA: Eu e meus amigos saímos bastante para conhecer a cidade, para ver as belas mulheres do Brasil. Eu fui para Santos uma vez na casa de um dos meus colegas de time. Brasil é ótimo e São Paulo também.

LNET!: Quais são suas características?

DA: Sou rápido e tenho chute forte.

LNET!: Qual zagueiro é pior de passar: o brasileiro ou o africano?

DA: Acho que os brasileiros são mais inteligentes, pois têm a oportunidade de ver muitos jogos pela televisão. Na Libéria não se assiste muito. E isso faz muita diferença.

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