‘Sem influência’ no São Paulo, Marco Aurélio Cunha deixa o cargo

- Matéria
- Mais Notícias
Marco Aurélio Cunha não é mais o superintendente de futebol do São Paulo. Após oito anos e meio no cargo, o dirigente resolveu abrir mão de sua posição por sentir que, desde a saída do técnico Ricardo Gomes, não tem mais a influência de antes na diretoria de futebol do clube.
- Chega um momento em que você não consegue influir para mudar ideias. Tem que ter sempre ideias novas, ousadas, tento ser assim em todos os meus atos, na medicina e agora na política (é vereador em São Paulo). Como não consigo realizar o que sei que posso fazer, talvez por uma orientação diferente da diretoria, a forma mais honesta é sair com portas abertas - disse, em entrevista coletiva.
- Tenho a imagem do São Paulo, dizem na rua: "você é o São Paulo." Quando não posso mais transmitir às pessoas que querem saber como está o São Paulo, não posso mais continuar. Não posso ser cobrado e ter o ônus de não poder mudar. Não posso sair à rua, encontrar torcedores e falar que não sei. Não sou uma fraude, abro mão dos meus direitos trabalhistas, de receber o meu fundo de garantia sem indenização. Abro mão de tudo, como fiz há dez anos. É um até breve. Sou conselheiro do clube, tenho minhas raízes e minhas pretenções, oportunamente e seguramente estaremos de volta - disse Cunha, que iniciou a carreira no clube nos anos 70 e saiu pela primeira vez em 90 (veja mais abaixo).
Questionado se existiu nos últimos meses uma "incompatibilidade" com o vice-presidente de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, com o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes e até com o próprio presidenet Juvenal Juvêncio, Cunha admitiu divergência de ideias.
- Incompatibilidade não, mas ideias diferentes muitas. Sou firme, coloco minhas ideias com veemência, vem aceitação dos fatos do dia a dia. Você quer resolver e vem alguém com poder maior e diz que não é assim, aí você sofre. Quando mudamos o Ricardo (Gomes) pelo técnico da base (Sérgio Baresi) fui intempestivo e criticado por não apoiar a política sem programação. Claro que não podia dar certo! Não tenho nada contra ninguém, é apenas o processo. Se seu poder de persuasão diminuiu, é hora de deixar o clube. Por frustração, está na hora de deixar o futebol do clube - diz.
Mas Marco Aurélio Cunha não pretende sair de cena. A ideia do, agora, apenas conselheiro é sair candidato à presidência do São Paulo em 2014. Sentindo-se preparado, ele diz que até poderia ser o candidato nas eleições de abril. Mas que não será oposição por respeito a Juvenal Juvêncio, que deve tentar se reeleger.
- Oposição, não. Sou único, não tenho lado, sou independente, sem conotação com torcida. Serei candidato pelas minhas pernas, pela minha história. Me sinto a vontade para dizer que sou capaz. O processo é dinâmico. Deixo claro que com o Juvenal Juvêncio jamais farei isso - garantiu.
A CARREIRA
Marco Aurélio iniciou seu trabalho no esporte ao final da década de 70, como estagiário do departamento médico do São Paulo. Foi efetivado e seguiu carreira no clube, onde ficou até 1990. Depois, passou por Bragantino, Guarani, Juventude antes de ir para o futebol japonês, onde atuou como consultor médico do Kashiwa-Reysol e Verdy-Kawasaky.
Voltou ao Brasil como diretor de futebol do Coritiba. Passou também pelo Santos, Figueirense e Aavaí antes de voltar ao Tricolor em 2002. Seis anos depois, foi eleito vereador da cidade de São Paulo com 38.421 votos.
Títulos como superintendente do São Paulo:
Super-Campeonato Paulista 2002, Campeonato Paulista 2005, Libertadores da América 2005, Campeonato Mundial de Clubes 2006, vice-campeonato da Taça Libertadores da América 2006 e Campeonato Brasileiro 2006, 2007 e 2008.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias