No Qatar, Felipe reencontrou amigo que teve vida transformada pelo Maestro

A história do garoto que virou estrela no Qatar graças a Felipe (Foto: Arquivo Pessoal)
A história do garoto que virou estrela no Qatar graças a Felipe (Foto: Arquivo Pessoal)

Escrito por

Além de negócios, onde tentou trazer investimentos para o Vasco, Felipe aproveitou a ida ao Qatar para reencontrar antigos amigos. Um em especial, considerado quase que um filho adotivo: chama-se Rodrigo Xavier da Rocha, mais conhecido como Rodriguinho. Ou, como o Maestro gosta de dizer, o “Magrinho”, de 25 anos.

A história de amizade começou há alguns anos. Felipe, então jogador do Al-Sadd, organizou uma pelada de fim de ano contra os amigos do Jorginho, jogador de futebol de areia. Através de amigos em comum, Rodriguinho, com carreira no futsal, atuou pelo time do Maestro e roubou a cena. Deu chapéu, lambreta e até elástico no astro das areias. Sem saber, um mundo de oportunidades se abriria.

Encantado com o futebol do jovem, Felipe voltou para o Qatar e, pouco tempo depois, o convidou para atuar pelo time de futsal do Al-Sadd. Ainda meio atônito, Rodriguinho providenciou o passaporte, que ainda não tinha, e foi. Dias depois, já estava morando na mesma casa do ídolo vascaíno.

- Não tinha muita amizade com o Felipe e fui morar com ele. Fiquei meio com receio, ele era meu ídolo! Eu não acreditava, como não acredito até hoje. Ele me trouxe com contrato, carro e casa já. Assinei com o time dele, o Al-Sadd (onde atua até hoje) - recorda Rodriguinho.

Atualmente, o “Magrinho” é ídolo por lá. Já foi artilheiro e eleito melhor da Liga. Para completar, se naturalizou e joga pela seleção do Qatar. Eternamente grato, Rodriguinho faz questão de dizer:

– Faltam palavras para mim. Felipe, obrigado por tudo! Te amo e estamos juntos sempre, “paitrão”. Você é mais do que um amigo!

Tenório, o Demolidor, também fez amizade com Rodriguinho

A convivência entre latino-americanos no Qatar é grande. Depois da adaptação nos primeiros meses, Rodriguinho passou a fazer amizades com brasileiros e jogadores da América do Sul. Entre os conhecidos do futebol brasileiro, Emerson Sheik, do Corinthians, e Tenório, do Vasco, ambos com passagens pelo Al-Sadd.

- O Rodrigo é uma pessoa muito gente boa. Joga muito. Tem muita moral no Qatar. Éramos parceiros, eu, ele e Felipe - se recorda o Demolidor, que atuou por oitos anos no Qatar.

Como não há tantas opções de lazer no país, o grande passatempo sempre foram os churrascos, com Felipe sendo o "maestro" da churrasqueira.

- Saudades dos churrascos que ele (Felipe) fazia. Qatar sem ele não é a mesma coisa (risos).


Felipe, com toalhinha de churrasco, em dia de confraternização (Arquivo pessoal)

Bate-Bola
Rodriguinho
Jogador de futsal do Al-Sadd (QAT) e amigo de Felipe

Como você conheceu o Felipe?

Um dia, saindo do treino no Vasco (pelo futsal), O Luizinho (amigo de Felipe) falou que ia ter um jogo contra do Felipe com o Jorginho (futebol de areia). Ele falou que ia me levar para conhecê-lo. Então fomos para um shopping, ai o Felipe me olhou e disse: "Esse magrinho que você (Luizinho) fala que joga?". Então o Luizinho disse: "Você vai ver". No jogo dei lambreta, elástico no Jorginho... Sei que ganhamos. O "patrão" (Felipe) gostou e depois fui a algumas peladas dele.

E como foi o convite para o Qatar?

Teve um torneio e eles (dirigentes no Qatar) pediram um brasileiro. O Felipe não pensou duas vezes e me chamou. Ligou para o Luizinho e falou: "Chama aquele magrinho que dá lambreta". Então fiz todos os procedimentos que tinha que fazer, fiz meu passaporte, que não tinha, e fui. Ele me ajudou, me ajuda e sei que posso contar com ele para o que for preciso. Vou ser grato hoje, amanhã e sempre. E não tenho vergonha de dizer: para mim ele vai ser sempre o "paitrão".

E a convivência com o Felipe?


Tínhamos uma convivência de pai e filho, como ele mesmo diz. Foram momentos maravilhosos. Ele ia aos meus treinos, aos jogos, me dava dura... Saudades dos churrascos que ele fazia. Qatar sem ele não é a mesma coisa.

Após cinco anos, já está totalmente adaptado ao Qatar?

Hoje estou totalmente adaptado. Falo inglês e árabe falo um pouco também.

Pensar em voltar a atuar no Brasil?

Penso em voltar no final da carreira, pois o que ganho aqui, o futsal do Brasil não paga. Primeiro minha vida, minha situação financeira, e depois, para fechar a carreira com chave de ouro, o retorno ao Brasil.

O Felipe é marrento?

Muita gente não o conhece de perto. Acha que é uma pessoa arrogante, mas só quem o conhece sabe a pessoa amiga que é. Só quer ajudar os outros.

O que representa o Felipe para sua vida?

Difícil falar de uma pessoa da grandeza dele. Me ajudou muito nessa vida, só eu sei. Me faltam palavras para descrevê-lo. Felipe, obrigado por tudo. Te amo e estamos juntos sempre, "paitrão". Você é mais que um amigo. Falar de você me emociona demais.


Felipe e Rodriguinho em momento de lazer no Qatar (Arquivo pessoal)

Carreira de Rodriguinho no futsal brasileiro desde a base:

- Varzea Country Club, Edac Sport Club, Mackenzie Sport Club, Maria da Graça, Fluminense, Olaria, Vasco, Macaé, Cabo Frio

No Qatar:

- Al Sadd Sport Club (2007-2010)
- Al Qadsia, Kuwait (2011)
- Al Sadd Sport Club (2012)

- Rodriguinho disputou o Grand Prix de Futsal no Brasil, em 2010, pela seleção do Qatar

Prêmios:

- Artilheiro da Liga do Qatar (2007 e 2008)

- Artilheiro da Copa do Golfo (2011)

- Melhor jogador da Liga do Catar (2008-2009)

- Melhor jogador da Copa do Golfo (2011)

Títulos:

- Campeão da Liga do Qatar (2008 e 2009)

- Campeão da Copa do Rei (2010)

- Campeão da Copa do Golfo (2011)

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter