‘Pelezinhos’ sonham com sucesso no São Paulo e reencontro com avô

Os netos de Pelé, contratados pelo São Paulo na semana passada, estão rindo à toa com a chance de atuar por um grande clube, mas ainda esperam uma aproximação com o avô, com quem tiveram um único contato em toda a vida.

O LANCENET! passou parte da tarde desta quarta-feira com Otávio (12 anos) e Gabriel (10), filhos de Sandra Arantes do Nascimento Felinto, já falecida (em 2006, vítima de câncer de mama) e só reconhecida pelo Rei após um exame de DNA, em 1996, e longa batalha judicial. Entre uma brincadeira e outra, a falta do avô, cuja benção foi o maior presente recebido pelos garotos até hoje.

– Sinto falta, todo neto quer conhecer seu avô, com afinidade. Mas ele é muito ocupado e, enquanto não tem tempo para falar com a gente, a vida vai seguindo, o mundo vai girando – lamentou Otávio, o neto homem mais velho de Pelé.

Ontem, Otávio e Gabriel conheceram o CT de Cotia, onde atuarão a partir de julho, e depois seguiram para o escritório de Wagner Ribeiro, empresário responsável por colocá-los no Sampa. Eles assinaram um contrato de formação, que, embora não seja a base de salários, renderá moradia perto do CT, assistência médica e outros benefícios à família. Méritos também do avô, acreditam.

– Pensei que poderia jogar no São Paulo apenas com 16 anos, e estou com 10. É maravilhoso e isso é por sermos neto dele também – atestou Gabriel, ciente de que, se não fosse neto de Pelé, talvez ainda não tivesse conseguido tal oportunidade agora.

Acostumado a dar entrevistas como primogênito da filha que o Rei negou, Otávio reconhece a importância do avô, mas é realista.

– Ser neto dele apenas não basta. Abre portas como essa, mas não é garantia de que seremos profissionais – diz Otávio, com personalidade.

É só o começo. DNA eles têm!

Bate-bola com Otávio Felineto Neto, neto mais velho de Pelé

O que achou do CT de Cotia, onde você passará a treinar a partir de julho?
É uma estrutura tremenda, coisa ótima. Falavam-me que era bom, ótimo, mas não esperava que seria tudo isso. Tão bonito assim.

Como foi o único encontro com seu avô?
Ele nos deu a benção dele, foi ótimo. Foi o primeiro e único até hoje. Durou mais ou menos uns dez minutos. Foi pouco tempo para quem esperou tanto, mas valeu.

Se pudesse falar com ele, o que lhe diria?
Jesus te ama! Perguntaria também se a gente poderia bater uma bolinha qualquer dia desses. Queria falar com ele, conversar, porque tenho algumas perguntas especiais em particular.

Bate-Bola com Gabriel Arantes do Nascimento, neto mais novo

O que achou do CT de Cotia, onde você passará a treinar a partir de julho?
Não esperava ser tão grande, tão lindo. A estrutura lá é demais, uma das melhores do Brasil.

Como foi o único encontro com seu avô?
Foi muito rápido para dez anos de espera, foi muito pouco, mas foram dez minutos preciosos. Qual neto não quer conhecer seu avô? A gente sente falta, mas é complicado, porque ele não tem tempo nem para os filhos, quanto mais para os netos.

Se pudesse falar com ele, o que lhe diria?
Mandaria um abraço e pediria algumas táticas dele para ser pelo menos 10% do que ele foi.