Paulo André sente falta de William e Ronaldo: 'Hoje não tem quem segure tudo'

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Bem esclarecido, 28 anos, no Corinthians desde julho de 2009, Paulo André não foge da responsabilidade. O zagueiro, mesmo reserva em grande parte da temporada, assume a "bronca" e divide a liderança do atual elenco com outros jogadores.
Ele aponta a carência, porém, de referências como ex-zagueiro e capitão William e Ronaldo Fenômeno.
- Acho que antes havia jogadores de maior expressão. Sempre que existia crise, Ronaldo aparecia na sala de imprensa e defendia todo mundo, dizia que tinha costas largas, aguentava porrada. Hoje não tem essa figura que segura tudo. Tem os líderes, pessoas mais influentes, é importante para dividir um pouco a atenção, a cobrança. William foi um dos melhores capitães com os quais eu trabalhei, cobrava sempre, era centrado, sempre seguia a mesma linha. Quem trabalhou com ele pôde aprender nesse sentido - disse o zagueiro ao LANCENET!.
Sobre o abandono de Chicão à concentração da equipe às vésperas do clássico diante do São Paulo, ele não quis julgar o companheiro e o considerou "homem por falar que não estava em condição". Em outro momento, deixou claro que pensa de forma diferente ao traçar o perfil ideal para um capitão do Corinthians.
- A primeira coisa é personalidade. Ter consciência daquilo que acredita e então passar para os outros. Líder sempre abre mão de alguma coisa pelo grupo. O que mais? Lidera por atitude, as atitudes do dia a dia, como chegar no horário, trabalhar firme, aguentar a pressão nos dias importantes, de jogos, isso vai moldando o líder e vai fazendo ele ganhar o respeito dos outros atletas - opinou.
Na entrevista, ele ainda afirmou que deseja se manter na equipe na reta final, "a cereja do bolo", e jurou ter orgulho de vestir a camisa do Corinthians, no banco de reservas ou como titular. Veja abaixo:
Você teve longo período na reserva, ficava chateado por não ser relacionado. Conseguia exercer a liderança assim?
Na posição de reserva é complicado exercer liderança. Eu falo que a gente comanda mais por atitude do que por palavra. Sem jogar, você não consegue mostrar a vontade, a sua qualidade para que os outros o respeitem. Procurei ficar mais quieto, chamava individualmente um outro que tenho mais afinidade para conversar, dar um toque. Alguns momentos pontuais que percebi que precisava falar, eu falava e colocava a minha opinião. Não é fácil cobrar sem jogar, mas faz parte desse respeito que eu tenho com o pessoal e que eles têm por mim. Eles me dão essa abertura de poder falar alguma coisa.
Não demonstrar insatisfação com a reserva, mesmo quando Wallace foi escolhido, ajudou-o a ser exemplo?
Acho que sim. Mesmo se não jogar, mas trabalhar com afinco, o pessoal vê e dá valor. Certo dia o Nenê Bonilha veio perguntar como eu conseguia ficar sem jogar, com a idade que tenho, me dedicando todo dia, puxando fila... Eu disse que era o que eu gostava de fazer. Ninguém faria por mim. Se eu não fizesse, ficaria encostado para o resto da vida. Tenho orgulho de jogar pelo Corinthians, independentemente de estar no banco ou no campo. Jamais vou reclamar disso aqui, sempre vou estar tentando fazer o melhor.
Foi surpreendente a atitude do Chicão? Acha que foi um baque, para ele ter tomado tal atitude?
Difícil julgar. São quatro anos como titular, ídolo da torcida, é o zagueiro que mais fez gols. Difícil julgar, não estamos na pele dele. Acho que foi homem de falar que não estava em condição e que podia atrapalhar. Muitos fingiriam lesão, apontariam dor, ele não. Ele calculou o que poderia repercutir. A gente o recebe de braços abertos, ele não tem problema com ninguém do grupo, e contamos com ele para a sequência do campeonato.
Pela coerência do Tite, você entrou por questão técnica e então continuará titular nos próximos jogos?
É com o Tite. Acho que fizemos um bom trabalho, eu e Wallace. Gostaria de ter a minha chance, está na reta final do campeonato, é a cereja do bolo e eu estou pronto. Se me der oportunidade, eu vou ajudar.
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