Mais tranquilo, Felipão pode bater sequência inédita pelo Verdão desde o retorno

Invicto há 13 jogos (não perde desde 6 de novembro) e satisfeito com o elenco. Felipão, sempre exigente, está longe de achar que tudo no Verdão está perfeito. Mas as reações do sempre explosivo treinador, muito por conta dos resultados, mudaram no clube.

Nesta quinta-feira, contra o Oeste, jogo com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, às 19h30, o Palmeiras pode conseguir a sexta vitória consecutiva, algo que Felipão nunca atingiu desde que voltou, em 2010.

O Verdão vai a campo embalado por triunfos contra Mogi Mirim, Santos, XV de Piracicaba, Ituano e Guaratinguetá. Por duas vezes, em 2011, o time conseguiu séries iguais. Mais do que isso, Felipão só alcançou uma vez, ao embalar dez, em outubro de 1998.

Scolari mudou a postura neste início de ano. Os resultados ajudam a acalmar o clube. Mas o treinador, que muitas vezes colocava lenha na fogueira contra conselheiros e diretores, "tirou o pé".

Com fevereiro já caminhando para o fim, Felipão não deu nenhuma entrevista coletiva na Academia, algo que é rotina em outros clubes e também era hábito, todas as sextas-feiras, até o ano passado.

Ele só fala após os jogos. Deu poucos recados, ou indiretas, comuns na rotina do treinador. Respondeu ao desafeto Roberto Frizzo, em janeiro, por "atrapalhar" negociações com o atacante Barcos.

Em 9 de fevereiro, cutucou conselheiros que plantaram boatos sobre demissão de César Sampaio.

– Não dou entrevista desde o início do ano porque não dá para aguentar, tem de ter o saco do tamanho de um boi – comentou.

E o saco está do "tamanho de um boi". Ao menos até agora. Felipão vê o elenco mais completo, não reclama das contratações da diretoria e festeja a disputa interna por posições entre atletas. Sem ilusão. Scolari passa ao grupo com clareza: o que importa é ser campeão.

Pontos positivos para o treinador

1 – Reforços
Felipão colocou como exigência, no fim de 2011, receber reforços de sua lista. Esperava por pelo menos quatro atletas. Ele já recebeu cinco e está próximo de ganhar o sexto: Wesley. O desânimo do fim do Brasileirão se transformou em animação, com um elenco com mais opções.

2 – Diretoria
Felipão continua não tendo simpatia por Roberto Frizzo. Mas o vice ficou enfraquecido após o presidente Arnaldo Tirone sugerir sua saída. Para Scolari, as presenças de Galeano e Sampaio na Academia, e no vestiário, ajudaram a impedir que problemas políticos atrapalhem o ambiente.

3 – Política
Scolari continua achando que há conselheiros que dão pitacos demais e, muitas vezes, atrapalham a equipe. Ele já deu inúmeras patadas em coletivas, em 2010 e 2011. Neste início de ano, também com ajuda de seu "staff", direcionou um só recado: cutucou o conselheiro Gilto Avalone após crítica.

Outras séries com Scolari

Em 2011

Verdão estreou com empate em casa no Paulistão do ano passado, mas depois embalou cinco vitórias seguidas, contra Ituano (4 a 1), Oeste (1 a 0), Paulista (3 a 1), Lusa (2 a 0) e Mirassol (1 a 0). Depois, perdeu para o Corinthians. A série foi repetida em março: Linense (3 a 0), Bragantino (3 a 0), Santos (1 a 0), Grêmio Prudente (2 a 0) e Santo André (2 a 1). No segundo semestre, a crise pegou de vez. Isso é lição para Felipão.

Primeira passagem

Em janeiro de 2000, o time que depois foi à final da Libertadores venceu cinco seguidas, contra Fluminense, Vasco, Corinthians, Fluminense de novo, e The Strongest (BOL). Entre março e abril do ano anterior, Felipão também venceu cinco em sequência: Gama, Guarani, Portuguesa santista, Corinthians e Gama, de novo. Mesmo com times muitos mais fortes do que o atual, Scolari não conseguiu mais séries de vitórias.

Em 1998

Felipão conseguiu sua maior série de vitórias pelo Palmeiras, no segundo semestre. Entre setembro e outubro, com jogos pelo Brasileirão e Copa Mercosul, venceu: Ponte Preta, Independiente (ARG), Vitória, Bragantino, Juventude, Nacional (URU), Corinthians, Portuguesa, Internacional e Universidad de Chile. Campeão da Copa do Brasil, o time levou também a Mercosul.