Dinei conversa com o LANCE! no metrô e diz: ‘Aqui é Corinthians, mano!’
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Claudinei Alexandre Pires, aos 44 anos, deixou sua casa na região do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, pouco depois do almoço desta segunda-feira. Trajando jeans azul e camiseta polo e boné rosas, fez o que outros milhares de paulistanos fazem diariamente: embarcou em um trem da Linha 3-Vermelha do Metrô e rumou para o outro extremo da cidade de pé, equilibrando-se nas barras de apoio do vagão.
A cada estação no trajeto até a Zona Oeste da capital paulista, mais olhares miravam Claudinei dos pés à cabeça. "É ele?", foi pergunta frequente enquanto alguns passageiros mais corajosos arriscavam cumprimentos e até pedidos por uma foto. Pacientemente, Claudinei abria um largo sorriso com os apertos de mão e, aos poucos, deixava de ser um cidadão comum para ser Dinei, personagem rico na história do Corinthians.
- Sou gente igual todo mundo, irmão... Não tem essa de não andar de ônibus ou metrô. Fiz isso minha vida toda até virar profissional e comprar um carro, por que não faria agora? - respondeu, em meio a riso contido, o único tricampeão brasileiro com a camisa do Timão (1990, 1998 e 1999).
Aposentado há 11 anos, Dinei sabe que hoje consegue circular de transporte público por São Paulo sem enfrentar tanta euforia de torcedores. Mas sabe também que agora pode encarar um novo tipo de fã, como algumas mulheres que o estigmatizam como o participante de uma das edições do reality show "A Fazenda", exibido pela TV Record.
Dinei e Claudinei, juntos, fazem todo o esforço para que a fama não tenha os mesmos efeitos que tiveram na década de 1990, quando a alegria e os gols deram lugar ao drama das drogas. As duas faces de quem também foi campeão mundial pelo Corinthians em 2000 tentam ser resistentes aos deslumbramentos e pregar pela humildade.
- Não tem problema nenhum andar de metrô. Primeiro porque aqui é Corinthians, mano! Depois, porque tem horários aqui em São Paulo que fica mais fácil deixar o carro em casa mesmo. Como o meu quebrou no fim de semana e deixei em uma oficina na Barra Funda, vim de metrô. Sempre fui humilde e não gosto de ver o que vejo quando vou a jogos e treinos do Corinthians... É muita máscara! - lamentou.
Após agradecer a conversa com a reportagem do LANCE!, jornal que ele assegura acompanhar, Dinei avisou que não subiria a escada convencional da estação Palmeiras-Barra Funda (que ironia!). O motivo? "Meus joelhos não aguentam mais!". A caminhada até a escada rolante garantiu mais alguns segundos de conversa e uma foto posada.
O vagão parado no "cenário" da fotografia exibia adesivo com a indicação "18º trem modernizado pelo Metrô". Uma coincidência simples, quase insignificante, com o camisa 18 usada por Dinei nos tempos de xodó da Fiel.
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