Com moral de titular, Martínez precisa trabalhar parte física no Timão

Autor do gol da Argentina no Superclássico das Américas, na quarta-feira, Martínez não está com moral só na terra natal. No Corinthians, o gringo é cada vez mais visto como titular por Tite.

Impressionado com a qualidade técnica do jogador, o comandante alvinegro já o vê como um dos melhores da posição no elenco. O que ainda “trava” sua garantia entre os 11 é o aspecto físico aliado ao habitual esquema tático da equipe.

Uma maior resistência para acompanhar os laterais e pressionar a saída de bola adversária, ainda são os obstáculos que Burrito precisa ultrapassar. A comissão técnica já percebeu que, se o camisa 7 participar da pressão que o time exerce nos 15 primeiros minutos, sua condição física na segunda etapa não será a mesma.

Mas essa limitação não é vista como definitiva. Outros atacantes já tiveram dificuldades para se adaptar ao papel exigido por Tite em campo. Foram os casos de Emerson e Willian, no ano passado, e Romarinho, mais recentemente. Martínez tem tempo.

– Seus jogos mostram que ele tem condições de ser titular. É muito bom jogador. Não fez nenhum jogo muito abaixo da média. Mesmo com esse pequeno problema, ele tem rendido bem. Com o tempo, a tendência é que ele melhore muito nesse aspecto – explicou Cleber Xavier, auxiliar técnico de Tite.

O novo jeito de jogar é novidade para o atacante. No Vélez Sarsfield, clube argentino do qual ele foi destaque na Libertadores deste ano, Martínez atuava como segundo atacante, com liberdade para atacar e sem grandes responsabilidades na marcação. Desde que chegou ao Timão ele tem sido trabalhado para jogar aberto. Das oito partidas em que atuou, três foram como titular. E em dois desses jogos foi substituído no segundo tempo, demonstrando cansaço.

Sobe...

Habilidade e criatividade
A característica que faz Martínez ser um dos fortes candidatos a titularidade é o drible. Para a comissão técnica, o camisa 7 consegue fazer as jogadas diferentes que costumam furar bloqueios defensivos nas partidas.

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Concorrência e função tática
A forte concorrência no setor (Emerson, Romarinho e Jorge Henrique são rivais de peso e estão há mais tempo no clube) e o condicio-namento físico para cumprir o que Tite pe-de são os problemas.

Bate-Bola: Cleber Xavier
Auxiliar técnico do Corinthians, em entrevista ao LANCENET!

‘É uma função difícil. Ele precisa de mais tempo’

O Martínez ainda sente fisicamente esse processo de acompanhar o lateral adversário?
Ele tem sentido um pouco, sim. É algo diferente para o jogador. Fizemos esse mesmo trabalho com o Willian. Com Emerson também... Foi quem mais sentiu no começo.

Mas isso é considerado um problema físico para a comissão?
Martínez usa muito a jogada pessoal, a arrancada... Isso acaba desgastando. Aí dificulta um pouco mais. Mas é algo normal pela efetividade dele, de ir para cima. Ainda precisa de uma adaptação. É uma função difícil e temos de dar tempo. Ele não fazia isso no Vélez. Jogar na beirada é uma coisa, jogar na beirada e ainda ter de acompanhar na marcação é outra.

Ele ainda precisa de uma sequência maior de jogos?
Agora ele até teve uma sequência boa no Brasileiro. Mas isso dificulta por não dar para fazer algo mais de treinamento. Não dá tempo. Trabalhamos na recuperação.

Tem algum tipo de treinamento específico para Martínez?
Não só para ele, mas tem outros jogadores que já estão há mais tempo atuando e estão desgastados. Vamos ter semanas vazias e teremos de buscar um crescimento. Por causa do Mundial, teremos menos tempo de pré-temporada, que seria o ideal para ele e outros. Vai ser difícil, mas temos de nos adequar e ir trabalhando com cuidado em cima das individualidades.

E o que achou dele na seleção?
Fez uma bela partida. Mas não só o Martínez, como todos daqui. Assisti e fiquei feliz pela chance que o Fabio Santos ganhou no time.