Brian Stann relembra experiência no exército: ‘Não sinto falta da guerra’

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Se engana quem pensa que o UFC Japão deste sábado se trata de um retorno especial apenas para Wanderlei Silva. O que muita gente não sabe, é que Brian Stann, adversário do brasileiro na luta principal do show, é nascido em Tóquio. O lutador veio ao mundo na base da força aérea americano de Yokota, localizada em Fussa, cidade da capital japonesa. Com nove meses de vida, saiu do país levado por sua mãe e sua irmã rumo a Pensilvânia (EUA), onde cresceu. Diante de uma 'lenda', Stann falou ao LNET! sobre seu retorno ao Japão e lembrou seus tempos de exército. Antes do MMA, ele foi Capitão da Marinha dos Estados Unidos por cinco anos.
- Eu nasci aqui (no Japão) e me mudei com minha mãe e minha irmã nove meses após o meu nascimento. Crescendo, eu ouvia sempre a todas as histórias do Japão e como era viver aqui. Obviamente, não me lembrava de nada, pois era muito novo. Mas é muito especial voltar pela primeira vez desde que nasci. Não só por isso, mas por lutar no evento principal contra uma lenda como Wanderlei Silva. É uma grande combinação para mim. Tenho trabalhado muito nesse esporte. Isso é muito especial - disse o lutador americano.
Filho de uma mãe que trabalhou como enfermeira em boa parte de sua vida, Brian nunca conheceu seu pai biológico. Com duas filhas - uma de dois anos e outra de quatro - o americano aguarda a chegada de sua terceira cria. Ao ser perguntado sobre a saudade dos tempos de exército, Stann cita que o motivo maior de ter deixado a Marinha após cinco anos de trabalho foi a falta que sentia da família quando se ausentava. O americano prestou serviços de 2003 a 2008.
- Eu sinto saudade de ser da Marinha, estar perto de outros do exército, aquele ambiente. Ter pessoas por perto que você sabe que pode depender delas, e elas tem o mesmo valor que você. Eu não sinto falta da guerra, dos meus inimigos. Sinto falta de ser do exército. Era bom ser um líder de tantos homens. Sinto falta do campo de batalha onde treinávamos... Ter aqueles valores. Essa era a melhor parte do trabalho. Hoje, sou pai, tenho duas crianças, com a terceira a caminho. Deixar minhas crianças por tanto tempo... Seria difícil demais - contou, emocionado.
Confira um bate-papo com Brian Stann
Qual a melhor lembrança da Marinha?
Preciso dizer que minha melhor memória dos tempos militares era quando eu voltava para casa e reencontrava minha família. Na minha segunda ida ao Iraque, fiquei por sete meses lá. Foi muito difícil deixar minha família. Foi diferente para mim estar longe da minha mulher. Voltar para casa depois de uma experiência tão difícil foi duro. Voltar para minha família e me sentir normal é a minha melhor memória.
E a pior?
Minha pior memória é difícil de dizer. Acontece muita coisa ruim durante uma guerra. Todas as vezes que um dos meus companheiros morria, é uma das piores lembranças que tenho até hoje. E, infelizmente, isso não aconteceu apenas uma vez.
Como a sua experiência na guerra ajuda você no MMA?
Ajuda com a minha perspectiva e minha mente. Minha mente é muito forte. Eu comecei com esse esporte em 2006 e não tinha ninguém para me treinar, ou que soubesse treinar. Até 2008, a maioria dos lutadores que lutei já faziam MMA há mais tempo do que eu. Mas, por conta da experiência e da minha disciplina, eu fui capaz de juntar tudo e aprimorar em pouco tempo. Agora, estou competindo com caras que estão fazendo isso há muito mais tempo do que eu. Por conta do meu tempo de treino, eu pego as habilidades muito rápido. Enfrento caras que já fazem MMA há muito tempo.
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