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Brasil luta nos bastidores por vaga olímpica no taekwondo

José Aldo (Foto: Divulgação)
imagem cameraJosé Aldo (Foto: Divulgação)
Dia 28/10/2015
05:23

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A Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) está agindo nos bastidores da política esportiva para tentar incluir o lutador Márcio Wenceslau na delegação que disputará a Olimpíada de Londres, entre julho e agosto.

O atleta teve sua última chance de classificação em novembro, no Pré-Olímpico das Américas, no México. Ele foi eliminado na semifinal pelo mexicano Damian Villa na categoria até 58kg, em uma derrota contestada por Wenceslau e a confederação por um suposto favorecimento dos árbitros ao adversário (leia mais abaixo).

Sentindo-se injustiçados, Wenceslau e a CBTKD acionaram a Federação Mundial de Taekwondo (WTF, em inglês)  e a União Pan-Americana de Taekwondo (PATU), em busca da inclusão do atleta na Olimpíada de Londres.

Segundo Carlos Fernandes, presidente da CBTKD, foram enviados fotos e vídeos do combate polêmico, e uma carta com argumentos a favor de Wenceslau.

– Estou confiante que ele (Wenceslau) vai conseguir, senão a WTF já tinha fechado as portas – falou Fernandes ao LANCENET!.

Em contato com a reportagem por e-mail, o sul-coreano Jeongkang Seo, diretor esportivo da WTF, confirmou o recebimento do requerimento brasileiro. A entidade instruiu a CBTKD a buscar uma vaga para Wenceslau como convidado. A Olimpíada oferece duas vagas chamadas wild card.

– De fato, Marcio é um dos destaques do taekwondo e mostra grande talento em nível internacional, incluindo a última Olimpíada (em Pequim), mesmo que ele não tenha se qualificado para os Jogos Olímpicos em Londres – escreveu Seo.

O próximo passo, segundo Fernandes, envolve organismos maiores. A CBTKD irá comunicar oficialmente o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na próxima semana  sobre o procedimento.  O COB, por sua vez, terá de acionar o Comitê Olímpico Internacional (COI)  para fazer o pedido de inclusão de Wenceslau na competição olímpica.

Até o momento, Diogo Silva e Natália Falavigna representarão o taekwondo brasileiro em Londres.

Brasileiros classificam resultado como roubo

Escândalo, roubo e absurdo. Estes foram alguns dos adjetivos utilizados por Carlos Fernandes, presidente da CBTKD, e pelo lutador Márcio Wenceslau para definir o resultado do combate contra o mexicano Damian Villa.

A luta aconteceu em novembro pela semifinal do Pré-Olímpico das Américas, em Queretaro, no México. O vencedor se classificaria para os Jogos Olímpicos de Londres.

O lado brasileiro alega que houve erros nos segundos finais do combate. Wenceslau disse que a arbitragem computou faltas cometidas por ele que não existiram, e que um chute do adversário na direção de sua cabeça foi validado, sendo que não teria acertado de fato.

– Foi um roubo o que aconteceu lá, uma falta de responsabilidade – falou Fernandes, por telefone.

As regras do taekwondo permitem que a comissão técnica "desafie" algum acontecimento na luta, e peça a revisão do que os árbitros marcaram em um lance. Porém, é concedido apenas um questionamento.

– O técnico pode mostrar um cartão quando não concorda com uma marcação. Mas o nosso treinador na ocasião (Fernando Madureira) já tinha usado o cartão antes. Isso chateou o Márcio, foi um erro do técnico – disse Fernandes.


Bate-Bola

Márcio Wenceslau, ao LANCENET!, por telefone

LANCENET!: O que aconteceu exatamente nesta situação toda?

Márcio Wenceslau: Eu já havia lutado contra ele (Damian Villa) no Pan em Guadalajara, e meteram a mão legal a favor dele. O México é muito forte na política do taekwondo. O Pré-Olímpico das Américas foi lá no México, e com a presença do presidente da federação deles. Na semifinal contra o Damian,  deram umas faltas contra mim que não existiram no fim do combate. A dois segundos do final trocamos chutes e caímos no chão. Ele me chutou, o golpe veio na direção do meu rosto, mas acertou a minha mão. Mesmo assim foram computados pontos para ele. Todo mundo viu que não pegou. Depois da luta eu não queria sair da quadra, mas ficou nisso.
 
LNET!: Você está confiante de que disputará a Olimpíada de Londres?

MW: Normalmente os convites são dados a países que não têm chances de medalha, que vão só para participar. Sou o quinto no ranking mundial, é inadmissível que eu fique fora.  Tenho   esperança de ir. Continuo treinando e aguardando este convite, se é que  vai sair.

LNET!: Como está sua situação atual na Seleção Brasileira?

MW: Agora no fim do mês terá a seletiva para ver quem vai integrar a Seleção. Se eu já tivesse a vaga olímpica não precisaria participar. Mas como não tenho, não sei o que vai acontecer. Acho que eu não precisaria passar por isso. Vou falar com o presidente e questioná-lo.


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