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Aliviado, Marcos Paquetá se prepara para deixar a Líbia

TR - Fluminense x Nacional - Conca (Foto: Photocamera)
imagem cameraTR - Fluminense x Nacional - Conca (Foto: Photocamera)
Dia 28/10/2015
05:07

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Técnico da Líbia desde setembro do ano passado, Marcos Paquetá respira aliviado: está de malas prontas para deixar o país, que vive uma revolta popular contra o ditador Muammar Kadhafi. Apesar de não ter sido vítima da violência que toma conta das ruas locais, o treinador teve de se adaptar à rotina da insegurança.

Desde 15 de fevereiro, intensos protestos acontecem na Líbia pela renúncia de Kadhafi. O governo reagiu violentamente às manifestações: não há números oficiais, mas estima-se que até 400 pessoas morreram no interior. Na capital Trípoli, onde vive Paquetá, houve pelo menos 62 mortos desde domingo.

O brasileiro não se viu diante de situações de risco. Ainda assim, teve de mudar sua rotina. O técnico sai apenas durante o dia, quando não há protestos - estes acontecem ao anoitecer, após as rezas islâmicas. Diariamente, compra mantimentos para armazenar em casa. Os contatos telefônicos também são cortados com frequência.

- Não vimos isso que falam, mortes, nada... Mas estamos preocupados em fazer alguma coisa. Em outras cidades, a situação é mais extrema. Temos de nos preocupar com coisas que podem atingir nosso grupo - disse o treinador ao LANCENET!.

O grupo citado por Paquetá é formado por outros quatro membros da sua comissão técnica e suas respectivas famílias, incluindo quatro crianças e um bebê. Todos deixarão o país na quarta-feira. A viagem, no entanto, esteve perto de não acontecer devido às manifestações.

- A federação orientou que seria melhor sairmos do país. Eles pegaram, então, nossos passaportes para emitirem os vistos de saída. Há uns três dias, invadiram a federação, roubaram algumas coisas e colocaram fogo. Graças a Deus, não levaram ou queimaram nossos passaportes - contou o brasileiro.

Retorno incerto
Paquetá ainda não tem data para voltar ao país. Como é indiretamente contratado do governo, já que a federação funciona com recursos públicos, o técnico pode até perder o posto com o desenrolar dos fatos políticos. No entanto, se diz tranquilo:

- Treinador não pode dizer que é treinador. Ele sempre está treinador. Se depender do trabalho, acho que não haverá problemas. A federação e o povo estão gostando muito. Mas temos de aguardar mesmo. Não tenho muito o que falar sobre isso.

A Líbia tenta voltar à Copa Africana de Nações após seis anos. Até o momento, o desempenho da seleção vem sendo bom. O time de Paquetá lidera o Grupo C das Eliminatórias para o torneio de 2012 com quatro pontos - um empate e uma vitória. O próximo compromisso será contra Comoros, no dia 25 de março, em Trípoli.

Otimista, o brasileiro torce para que a situação política do país se resolva até lá. Diante da incerteza, resta a ele pensar maneiras em reunir sua equipe.

- Temos mais de um mês até lá. Vou pensar numa estratégia para juntar todos.

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