Chega de marcas: Palmeiras inicia semana evitando entrar em crise
Time que acumulava recordes se perdeu a ponto de ficar fora da Copa do Brasil e da liderança do Brasileiro; nesta terça, antes do Dérbi, decide destino na Libertadores
Invencibilidade recorde no Brasileiro por pontos corridos. Zaga titular que fica 1200 minutos sem levar gol. Maior sequência de vitórias em partidas oficiais no século. Onze jogos sem ser vazado no Allianz Parque. Todas essas marcas que acompanharam o Palmeiras no primeiro semestre já ficaram para trás. Nesta terça-feira, às 21h30, em casa, o time inicia uma semana decisiva com uma missão mais importante: voltar a vencer e se manter na Libertadores.
O Verdão recebe o Godoy Cruz, para definir quem se classifica para as quartas de final. Como o confronto de ida, na Argentina, há uma semana, ficou 2 a 2, e gol fora de casa é critério de desempate, o time de Luiz Felipe Scolari não precisa nem vencer: empates por 0 a 0 ou 1 a 1 dão a vaga. Mas ganhar e encerrar um jejum de cinco partidas deve ser a meta, ainda mais com uma semana que se encerra com um clássico diante do Corinthians, no domingo.
- É uma semana importantíssima para nós. Mas, primeiramente, pensamos no jogo da Libertadores, que é importantíssimo. Sabemos o foco da semana toda, mas o foco total é no Godoy Cruz. Será um jogo difícil, em casa, contra um adversário que dificultou bastante na ida, quando saímos perdendo por 2 a 0 e buscamos o empate. Pensamento e foco total na Libertadores - disse Bruno Henrique, que indicou um discurso de mobilização para a equipe se recuperar.
A sequência de cinco jogos sem vitória já comprometeu o desempenho mostrado até a pausa dos torneios por conta da Copa América. O Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil, pelo Inter, nas quartas de final, e perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro para o Santos. Por isso, vencer o Dérbi em Itaquera é ainda mais fundamental, para se manter de olho na ponta na competição nacional. Mas tudo passa por evitar uma tragédia nesta noite.
- Há uma cobrança natural do treinador e de nós, jogadores. Estamos nos cobrando. Às vezes, não acontece como queremos e o torcedor não vê, mas estamos nos cobrando. Somos quem mais se cobra. Queremos jogar bem, vencer, estar no topo, dar alegria para o torcedor, mas, às vezes, as coisas não saem como queremos - comentou Bruno Henrique.
Os torcedores, realmente, estão irritados. No sábado, após o empate por 1 a 1 diante do Vasco, quando Felipão escalou uma série de reservas, houve protesto na frente do Allianz Parque. Chamaram o time de "pipoqueiro" e xingaram os atacantes Dudu e Deyverson, o técnico e o diretor de futebol Alexandre Mattos. Classificar-se nesta terça-feira foi apontado como "obrigação".
A esperança fica pelo que foi mostrado exatamente na terça-feira passada, na última vez em que a formação titular esteve em campo. Em Mendoza, houve um péssimo desempenho no primeiro tempo, com o Godoy Cruz chegando a abrir 2 a 0 e perdendo pênalti cinco minutos após Felipe Melo ter descontado. Mas ocorreu melhora depois do intervalo e o empate, com belo gol de Borja, inclusive criando possibilidades de virar a partida.
- Quando o primeiro tempo é ruim, ou não tão bom quanto esperado, há a oportunidade de chegar ao vestiário e ver o que está faltando. Em Mendoza, fizemos um primeiro tempo abaixo do que vínhamos fazendo e nos cobramos muito. Falamos que podemos mais do que fazíamos, que tínhamos capacidade de buscar o placar e o empate, para ter uma situação melhor em casa - lembrou Bruno Henrique.