Alpinistas 'escalam' Allianz Parque e trabalham na cobertura da arena
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Entre os funcionários "comuns" que atuam na reforma do Allianz Parque, estádio do Palmeiras que fica pronto até o fim do primeiro trimestre de 2014, cinco pessoas chamam a atenção por conta da diferente função: os alpinistas industriais.
Por cordas, eles literalmente escalam o futuro estádio e atuam na montagem da cobertura (com diversas funções, desde parafusar partes da estrutura, a retoques de pintura no setor). Cristiano Backes, supervisor da área, tem em sua companhia no local Leandro de Oliveira, de 33 anos, José Roberto Monteiro, também de 33, Osvaldo Souza, 24, e Benjamin Edmo, 25.
Contratar alpinistas profissionais é algo utilizado pelas construtoras nos novos e modernos estádios. A equipe se conheceu trabalhando no Mané Garrincha. Mas diferentemente do estádio no Distrito Federal, no qual cerca de 450 alpinistas trabalhavam, só eles realizam a tarefa no Allianz Parque – em breve mais cinco chegarão.
Olhá-los caminhando tranquilamente nas estruturas da cobertura do estádio chega até a dar certa tensão, mas faz parte da adrenalina tida como necessária por eles - sem deixar de valorizar a segurança.
- A diversão é constante, a adrenalina está ali o tempo todo. Muita gente acha que somos loucos, mas somos técnicos. Às vezes precisamos da adrenalina para sobreviver, mas temos procedimentos para trabalhar com segurança e executar tarefas sem problemas - disse Backes.
Com prazo apertado a cumprir (a expectativa é de que toda a parte deles seja finalizada em dezembro), o grupo - que chegou há cerca de três meses para trabalhar na Arena - teve pouco tempo de folga: em duas vezes a "família", como eles se chamam, foi para São Bento do Sapucaí (SP) e, como de costume, escalaram.
Ao término dos trabalhos no estádio, parte da equipe já sonha em passar um mês no começo de 2014 na Patagônia e aproveitar as montanhas do local. Propostas das arenas de Manaus e Cuiabá são esperadas. Trabalho, sem deixar a diversão de lado.
Confira um bate-bola com Cristiano Backes, supervisor dos alpinistas na obra:
LANCE!Net: Qual a intenção de usar alpinistas em obras como esta?
Cristiano: Chegamos, por cordas, em locais de difícil acesso no estádio. Podemos fazer trabalhos de andaimes com uma demanda de pessoas menor, com um custo também mais baixo e de forma mais segura.
O que é preciso para trabalhar nesta profissão?
Somos todos qualificados. Tiramos a NR35 (norma regulamentar no ministério do Trabalho), para trabalho em altura. Os que estão aqui ou vêm do esporte, como eu, e depois buscou o conhecimento na área, ou fez o caminho inverso.
Como é a relação entre vocês?
Temos uma análise preliminar de risco. Tem tarefas que planejamos a semana inteira. Isto vem do espírito de equipe da montanha. Nunca trabalhamos sozinhos, ter um time é fundamental. E tem que ter o medo, como um respeito a coisa. Lá em cima ninguém é herói.
A família de vocês aceita bem?
Eu sou a ovelha negra da minha família. Minha mãe não confiava no esporte, mas quando viu o filho em uma plataforma de petróleo, como um técnico, começou a respeitar. Agora só pede para ligar às vezes e falar que estou vivo (risos).
Outros estádios que usaram alpinistas
Itaquera
O estádio do arquirrival palmeirense, o Corinthians, também utilizou de alpinistas industriais. O local da abertura para a Copa-2014 utilizou três pessoas para a função, também para atuar na cobertura do local.
Mineirão
Em Minas Gerais, um grupo de 20 alpinistas industriais instalou a membrana auto-limpante sobre a estrutura de cobertura do estádio.
Maracanã
No início do ano, o Maracanã recebeu um grupo de alpinistas que fizeram função parecida com a do grupo em Minas Gerais: instalar a lona na cobertura do estádio, que receberá a decisão do Mundial no ano que vem.
Mané Garrincha
Estádio do Distrito Federal contou com 450 alpinistas na obra para trabalhar na cobertura. O Beira-Rio também contou com o trabalho deste tipo de funcionários.
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