Papo com Helinho: ‘Indy 500 pode até não ser em maio, mas vai acontecer!’

Direto dos Estados Unidos, piloto fala ao LANCE! sobre o isolamento devido ao coronavirus e das expectativa sobre a aguardada prova

Indy 500 - Corrida
Helinho vive a expectativa para a Indy 500 em meio aos cuidados com o coronavírus (Foto: Divulgação/IndyCar)

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Oi amigos! Como a vida da gente muda assim, de uma hora para outra, né? Isso, na verdade, sempre acontece algumas vezes nas nossas vidas. É um emprego que se perde, uma oportunidade que surge, uma doença que nos pega desprevenidos, um amor inesperado... mas um choque como esse, no mundo todo e ao mesmo tempo, será que já aconteceu isso alguma vez?

Eu acho que todo mundo está sofrendo, de uma forma ou de outra, nesse período tão inusitado, talvez sem precedentes na história. Do fundo do meu coração e com a humildade de minha fé, desejo que o fardo esteja sendo o menor possível para todos os amigos do Lance! e seus entes queridos. Da mesma forma, rezo para que Deus ilumine as inteligências científicas nessa hora, com o intuito de uma cura ser alcançada rapidamente.

Nesse momento em que escrevo, vejo nas estatísticas que mais de 18 mil pessoas já perderam a vida, sendo 593 nos Estados Unidos e 46 no Brasil. É algo assustador que requer de todos nós atitudes bem responsáveis.

Os meus dias aqui têm sido, como a de quase todo mundo, de confinamento. Adriana, Mikaella e eu estamos aqui em Fort Lauderdale. Minha irmã Katiúcia, meu cunhado Eduardo e meus sobrinhos Dudes e Benjamin estão na casa deles em Miami. Meus pais, D. Sandra e Seu Hélio, estão aí em Ribeirão Preto. E todo mundo cuida de todo mundo.

Meu tempo tem sido tomado por minha preparação física aqui em casa, cumpro os compromissos via computador e os contatos com a Penske continuam, mas também online. Quero estar perfeitamente bem quando a corridas voltarem, inclusive a Indy 500.

E por falar em Indy 500, talvez ela não aconteça em maio, como ocorre tradicionalmente. Todos estamos torcendo para que tudo ocorra da melhor maneira possível e que estejamos todos em Indianapolis para o Super May.

Acontece que a gente não sabe como as coisas estarão daqui a dois meses. É por isso que existe a hipótese de a prova ser adiada e realizada um pouquinho mais para a frente. Já ouvi falar em agosto, setembro, outubro e novembro. Então, não sei. Só sei que teremos Indy 500.

É que a Indy é diferente da Fórmula 1. Eles terão muitos problemas para cumprir o calendário, porque cada país tem uma realidade diferente da contaminação pelo coronavírus. Aqui, como as corridas acontecem todas nos Estados Unidos e apenas um evento no Canadá, como também é o caso do IMSA WeatherTech SportsCar Championship, são muito maiores as chances de controlar as ocorrências, fazer os monitoramentos necessários e ir de um lado para outro.

Claro que ninguém vai fazer corrida se for para colocar em risco as vidas dos fãs e das pessoas que trabalham no campeonato, mas tenho a impressão que as coisas serão menos complicadas por aqui.

Queira Deus que as corridas voltem rapidamente. E digo isso não porque sou piloto profissional e quero correr, mas principalmente porque significará que o pior já terá passado, que a segurança já terá voltado e que a vida já estará nos trilhos novamente.

Super abraço a todos, cuidem e semana que vem a gente se vê novamente.

Helio Castroneves - 44 anos, três vezes vencedor da Indy 500, 20 temporadas na Indy, 30 vitórias e 50 poles – é piloto do Acura Team Penske no IMSA WeatherTech SportsCar Championship e do Chevrolet Team Penske na Indy 500. E-mail: [email protected]

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