Peso de favoritismo e busca de vaga olímpica desafiam handebol feminino

Equipe brasileira, que estreou com vitória sobre Cuba por 29 a 20, busca sua sexta medalha de ouro consecutiva em Jogos Pan-Americanos e a vaga para a Olimpíada de Tóquio-2020

Mariana Costa comemora com Deonise mais um gol do handebol feminino diante de Cuba (Crédito: Wander Roberto/COB)
Mariana Costa comemora com Deonise gol na estreia do handebol feminino (Crédito: Wander Roberto/COB)

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Não é fácil competir com o peso de ser o time a ser batido em uma competição. Esse será o grande desafio da seleção brasileira feminina de handebol nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Uma prova disso pôde ser sentida logo na estreia, nesta quarta-feira, quando derrotou a equipe de Cuba por 29 a 20, no complexo esportivo de Videna.

O placar pode até enganar um pouco, porque não foi uma partida fácil. Na primeira metade da etapa inicial, as cubanas chegaram a abrir vantagem de dois gols no marcador, beneficiadas pelo nervosismo das jogadoras brasileiras. Ainda nesta etapa, o Brasil fez prevalecer sua condição de principal potência da modalidade no continente, virou o placar e manteve a vantagem até o final.

Com cinco medalhas de ouro consecutivas conquistadas em Pan-Americanos, o handebol feminino brasileiro ainda detém o status de ser a única equipe das Américas a ter conquistado um Mundial, feito obtido em 2013, na Sérvia. Para completar o pacote Lima-2019, há ainda o peso de tentar um novo título pan-americano, que renderá a vaga olímpica nos Jogos de Tóquio-2020.

– Estamos conscientes de nossa responsabilidade, mas o atleta pensa e foca jogo por jogo. Sabemos que teremos cinco partidas para conquistar a medalha de ouro. Precisamos pensar em um passo de cada vez. Não é só ganhar, temos que melhorar também a nossa performance em quadra. Não podemos só pensar em Pan. Temos como objetivo alcançar a vaga olímpica aqui e este ano há também o Mundial – disse a armadora central Duda Amorim, um dos principais nomes da equipe brasileira.

Duda não teve receio em admitir que a primeira partida do Brasil em Lima poderia ter sido melhor.

– Faltou um pouco de concentração na defesa em alguns momentos. O primeiro tempo não foi muito bom, mas é normal. Algumas meninas estavam um pouco nervosas, era o primeiro Pan delas – comentou a jogadora do Gyor, da Hungria.

O maior sintoma de que o Brasil correu riscos contra as cubanas, segundo Duda, foi o desempenho ofensivo da equipe.

– É aceitável tomar 20 gols, foi um bom número, mas acredito que a gente poderia ter feito mais gols neste jogo – analisou Duda, que aos 32 anos reconhece o seu papel de líder dentro de uma equipe que passa por um processo de renovação.

– Tento passar o máximo da minha experiência. Acredito que temos muitos talentos, mas ao mesmo tempo também pego no pé das meninas mais novas. Nem todas que não tiveram o resultado que eu tive, com o título mundial de 2013, percebem a grandeza que é conquistar um resultado expressivo para o esporte. Temos que trabalhar muito mais – afirmou.

Elogios ao chefe

Duda Amorim também não economiza nos elogios ao trabalho feito pelo técnico espanhol Jorge Dueñas, que assumiu a missão de melhorar ainda mais o ótimo trabalho feito pelo dinamarquês Morten Soubak, comandante na campanha do título mundial de 2013.

– Eu o considero um gênio do handebol, ele é incansável. Acho que ainda falta para ele conhecer um pouco mais das atletas, pois não é sempre que estamos reunidas, mas estou muito satisfeita com o que ele conhece de handebol – explicou Duda, que mesmo evitando comparações, fala sobre as diferenças entre os trabalhos de Dueñas e Soudback.

– São escolas bem diferentes. O Morten apostava mais na individualidade e rodava menos a equipe, enquanto o Dueñas pensa no jogo de uma forma mais coletiva e coloca as jogadoras mais em ação durante uma partida – afirmou a armadora brasileira.

Nesta quinta-feira, o Brasil fará sua segunda partida pelo torneio feminino de handebol no Pan de Lima, diante do Canadá, a partir das 22h30 (de Brasília).

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