Holandesas sem concorrência no Mundial de Ciclismo

Anna van der Breggen, que já tinha levado o titulo no contrarrelógio, ganha a prova mais nobre (de estrada), fazendo dobradinha com a campeã de 2019, Annemiek  van Vleuten

Anna Van der Breggen - Ciclismo
Anna van der Breggen (centro) vai ao pódio já usando a camisa de campeã mundial. Aos seu lado a vice-campeã  e vencedora de 2019,  van Vleuten (sem máscara) e  italiana Elisa Longo Borghini (Foto: AFP)

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A holandesa Anna van der Breggen vem coroando o seu ano de ouro no ciclismo. Neste sábado, venceu com extrema facilidade a prova de ciclismo estrada do campeonato mundial, que vem sendo realizado na Itália, na região de Ímola. Seu tempo foi de 4h09min07s, incríveis 1m21s à frente da campeã mundial de 2019, a também holandesa Annemiek van Vleuten, que venceu por meia roda, no sprint final, a italiana Elisa Longo Borghini. Para lembrar, em 2019 ocorreu uma inversão na dobradinha, com Vleuten em primeiro e Breggen em segundo.

Alías, van der Breggen é apenas a segunda ciclista da história a sagrar-se campeã, num mesmo Mundial, do contrarrelógio (prova em que os ciclistas largam com a diferença de 2m para o outro e correm sem equipe e sem o pelotão) e na prova de estrada. Apenas a supercampeã francesa Jeannie Longo (a única pentacampeã mundial) obteve o feito, em 1995.

Anna Van der Breggen - Ciclismo
Breggen cruzou a linha de chegada com 1m21s de vantagem  (AFP)

A rainha de 2020

Anna van der Breggen está sobrando na temporada. Foi campeã holandesa, europeia, venceu a versão feminina do Tour de France na semana passada e, na quinta-feira, ganhou também a prova de contrarrelógio.



Vale lembrar que van der Breggen foi campeã olímpica na Rio-2016, tinha sido campeã mundial em 2018, vice em 2019 e agora é bicampeã.


Só dá Holanda no feminino


Seu triunfo mostra a total hegemonia das holandesas. Nos últimos três anos as meninas do país foram as campeãs. E mais, a quarta colocada na prova também foi da Holanda, o mito Mariana Vos: tricampeã mundial em 2006, 2012 e 2013 e cinco vezes vice entre 2007 e 2011.


Como foi a prova

A prova foi um show das holandesas. A prova teve uma escapada da fuga e restando 40km para o fim, van der Breggen atacou para ficar isolada na frente. Nessa hora, van Vleuten e Elisa Longo Borghini tentaram segui-la, mas o máximo que essa dupla conseguiu foi se isolar do pelotão da fuga, ciente de que iria disputar apenas a medalha de prata.

Vleuten fazia uma prova de superação, pois fraturou o pulso no Tour de France e teve poucos dias para recuperar-se. Ainda assim, se manteve na disputa do pódio. A definição ocorreu na reta de chegada, quando Borghini, sempre na frente, acabou sendo ultrapassada nos metros finais por van Vleuten.

Depois, com 2,01s para a campeã, veio o pelotão, com Mariana Vos exibindo mais força e cruzando em quarto lugar, mostrando que segue em alto nível, embora desde 2013 bata na trave, não terminando no Top3.




Digger opera e se recupera

A americana Chloe Diggert, que sofreu um grave acidente na prova de contrarrelógio na quinta-feira, fez na sexta-feira uma cirurgia no joelho e perna esquerdos, que sofreram lacerações após um grave acidente. Diggert, campeã mundial da prova em 2019, vinha em aceleração numa curva, quando perdeu o controle da bicicleta e se chocou na grade de proteção da estrada a cerca de 60km/hora. De acordo com os médicos, a operação foi bem sucedida e Diggert deverá retornar aos treinos em 2021.



Neste domingo, a prova nobre


Hoje ocorre a prova mais nobre do Mundial, a de ciclismo estrada masculina. O percurso é de montanha e típico para ciclistas de provas clássicas de um dia. Por se tratar de uma prova em montanha, os velocistas, como o ex-tricampeão Peter Sagan (2015/2017), nem se inscreveram. Em compensação, todos os astros que disputam o título geral das grandes provas estarão em ação como o campeão do Tour de France-2020, o esloveno Tadej Pogacae, e o seu compatriota Primoz Roglic, o vice-campeão na França. Campeão mundial em 2019, o dinamarquês Mads Petersen preferiu não defender o título por considerar o trajeto muito duro para as suas características. Com isso, quem usará a camisa número 1 será o seu compatriota Jakob Fulgsang, também cotado como um dos favoritos ao título.


Filippo Ganna tornou-se, na sexta-feira, o primeiro italiano a vencer a prova de contrarrelógio, superando Wout Van Aert com uma diferença de 26s (seu tempo foi de 35m54s). Ganna é outro que não vai disputar a prova de estrada deste domingo.

Importante lembrar: no Campeonato Mundial, os ciclistas competem por suas equipes, mas defendem as cores de seu país. Assim, por exemplo, a vitória no contrarrelógio de Ganna, que defende a Ineos (ex-Sky), é creditada para a Itália.

Fipippo Ganna - Ciclismo
Filippo Ganna venceu a prova de contrarrelógio masculina (AFP)

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