‘Criação da liga é irreversível e sua organização tem de passar por um marco regulatório’, diz Pedro Paulo

Atual secretário de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, político vê o clube-empresa como caminho para equilibrar nível de equipes e ajudar a estruturar a liga

Deputado Pedro Paulo
'Uma das situações que têm de ser discutidas pela liga é como torná-la equilibrada e rentável para todos', afirmou o político (Foto: Tarso Ghelli

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A movimentação de clubes das Séries A e B para a criação de uma liga que seja responsável por organizar as competições nacionais é recebida com otimismo entre quem acompanhou de perto os bastidores dos gramados. Cerca de um ano após ter sinalizado esta união como o caminho para a estruturação do futebol nacional, o atual secretário da Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, reforçou ao LANCE! quais fatores são fundamentais para que haja uma evolução nesta organização. Recentemente, dirigentes avaliaram propostas de direitos de imagem e até de possíveis patrocinadores.

- Continuo com a minha tese de que a liga é um caminho irreversível, que vai acontecer por bem ou por mal. Veremos se acontecerá rapidamente, de maneira eficiente, errando menos, ou se acontecerá por circunstâncias do acaso. Esta movimentação aconteceu em meio à situação recente da CBF e tem de se tornar mais sólida - declarou o político.

Aos seus olhos, a organização da liga passa pelo desafio de assegurar o equilíbrio da competição.

- Para que haja a formação de uma liga, o clube-empresa pode ser um bom caminho. Quando preparava o meu Projeto de Lei (5082/16, no qual incentivava as agremiações a se transformarem em clubes-empresas, projeto que foi aprovado na Câmara e foi para o Senado), vi o contraste que ocorria devido ao endividamento de clubes - e apontou:

- Uma das situações que têm de ser discutidas pela liga é como torná-la equilibrada e rentável para todos. Atualmente, vemos o Flamengo que é um modelo de gestão, com dívidas equacionadas, e em um outro lado o Cruzeiro com uma situação bem complicada financeiramente. O clube-empresa tende a diminuir estes contrastes - completou.

Em relação ao tema, o PL 5516/2019, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi aprovado recentemente no Senado Federal. A proposta tenta viabilizar a criação de Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs). 

Pedro Paulo detalha um fator que pode ser essencial para impulsionar a liga.

- Acredito que a organização passa pelo marco regulatório. O mercado se ajusta se os clubes estiverem muito bem estruturados. Com agremiações paupérrimas, endividadas, fica difícil estabelecer qualquer acerto com eventuais patrocinadores. O marco regulatório trará regras de transparência, condições de profissionalização e oferecerá às associações sem fins lucrativos a possibilidade de se transformarem em clubes-empresas - disse.

Ele ainda destacou modelos de gestão de  outras ligas e apontou qual deve ser a relação da CBF com a Liga Nacional de Clubes.

- Temos alguns exemplos no exterior, como o Francês, no qual a Ligue 1 é parceira da Federação Francesa de Futebol (FFF), enquanto o modelo da La Liga tem um estremecimento com a Federação Espanhola. Para mim, o caminho tem de ser o diálogo. A CBF tem de estimular a criação da liga de clubes, para que o futebol brasileiro esteja, enfim, no caminho de uma estruturação - frisou.

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