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Levir Culpi alerta Santos para campos reduzidos no Japão

TR - Fluminense x Vasco: Fred (Flu) / Juninho (Vasco)
imagem cameraTR - Fluminense x Vasco: Fred (Flu) / Juninho (Vasco)
Dia 28/10/2015
04:45

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Mais do que adversários campeões dos seus respectivos continentes, o Santos terá de passar por cima de três fatores para chegar ao sonhado tri Mundial: fuso horário, bola diferente e o espaço reduzido nos gramados do Japão.

A terceira – e importante – dica vem do técnico do Cerezo Osaka (JAP), Levir Culpi, que trabalha há cinco anos no país e voltará ao Brasil na próxima temporada.

Segundo o treinador, o tamanho padrão dos campos no Japão é de 105m x 68m, medida mínima exigida pela Fifa para gramados que recebem partidas profissionais. Fator que influencia diretamente na dinâmica dos jogos.

– A maior dificuldade para o Santos será essa: desenvolver seu jogo em um campo menor. No Brasil, poucos campos são assim, aqui é uniforme e dá uma grande diferença. É muito pegado, apertado. A linha de zaga encurta e fazem linha de impedimento – explica o técnico ao LANCENET! (veja abaixo a análise dele sobre os três postulantes ao título japonês, a ser conhecido neste sábado).

No Brasil, alguns campos chegam a ter dimensões de 118m x 80m, como o Serra Dourada. Nos estádios em que o Peixe mais manda jogos, as medidas são de 106m x 70m (Vila Belmiro) e 110m x 75m (Pacaembu).

Além disso, a delegação santista enfrentará o fuso horário de 11h de diferença (normalmente seriam 12h, mas estamos no horário de verão).

Para minimizar o efeito, o time ficará acordado mais tempo do que o normal em Frankfurt, na Alemanha, para repor o sono no caminho ao Japão e não ser tão prejudicado.

Já a bola oficial do Mundial, usada pelos santistas desde quarta nos treinamentos, foi desaprovada pelo peso e diferença para a do Brasil. Obstáculos inevitáveis para o tri.

Bate-Bola com Levir Culpi, técnico do Cerezo Osaka há cinco anos, direto do Japão, em entrevista exclusiva por telefone ao LANCENET!

‘Santos terá dificuldade no tempo de bola aqui’

Além do curto espaço no campo, o que mais há de diferente no futebol japonês para o brasileiro?
No sistema tático, na maneira de jogar. A maiora deles atua no 4-4-2. Existe um nivelamento muito grande. Se você atua contra um time de Universidade, eles deixam o jogo igual e, as vezes, conseguem até ganhar. Nunca é fácil.

Como os japoneses veem o futebol brasileiro, de uma forma geral?
Com admiração, ainda mais depois que o Zico deixou um legado aqui. Gostam muito de técnicos brasileiros, são fãs, mas não fazem igual. A escola deles é europeia.

Se enfrentar um time japonês, o Santos sofrerá com a marcação?
Isso é certeza, vão marcar muito. O Santos terá dificuldade no tempo de bola, apesar da qualidade dos atletas. No Brasil, não chegam, mas aqui estão sempre apertando.

Qual a repercussão da ida do Santos de Neymar ao Japão?
Está boa, agora com o Neymar já estão o conhecendo. Também conhecem o Santos, o Pelé esteve por aqui recentemente. Os estádios estarão lotados. Comentam muito.

Análise dos japoneses

Nagoya Grampus
“É um time de força, principalmente na bola aérea, e os destaques são o zagueiro brasileiro Túlio e o atacante australiano Kenedi“, diz Levir. Time está em segundo, com 68 pontos.

Kashiwa Reysol
“É o time do Nelsinho (Batista, técnico brasileiro), mais técnico, mas depende muito do Jorge Wagner (ex-São Paulo) e do Leandro Domingues, outro meia”, explica o técnico. Equipe lidera a J-League, com 69 pontos.

Gamba Osaka
“Tem o melhor conjunto da Liga, é o que mais se aproxima dos brasileiros. Do meio para frente é muito organizado, mas a defesa não é boa. Endo, que é um volante craque, Futagawa, bom meia, e o Rafinha, um atacante brasileiro que está muito bem, são os destaques”, diz Levir. Time é o terceiro, com 67 pontos.

Treinador foi sondado pelo Peixe

Apesar do bom ano consolidado com conquistas do Paulistão e da Libertadores, o Santos passou por momentos turbulentos no início da temporada, quando demitiu o técnico Adilson Batista. À época procurando treinadores, o clube chegou a conversar com Levir Culpi.

– Teve um contato, falei com dirigentes do Santos, mas estava chegando ao Japão e não tinha como romper o contrato antes mesmo do início da pré-temporada. Foi no começo do ano, antes mesmo do Muricy. Não podia largar o time – explicou o treinador.

Prova da admiração dos japoneses do Cerezo Osaka com Levir Culpi e do bom relacionamento do técnico com o clube foi dada na entrevista coletiva em que o treinador anunciou que deixaria o clube na próxima temporada.

– Quando falei para o meu intérprete, ele foi repassar o que eu disse e começou a chorar. Ficou uma comoção grande e eu também não aguentei. Quando saímos da sala, aplaudiram de pé. No ônibus não deu para sair, tive até de pegar um megafone para falar com a torcida – recorda.

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