Cuca dá exemplo de longevidade no Cruzeiro

A despeito da dança das cadeiras entre os técnicos nos Brasil, o Cruzeiro aposta nos trabalhos mais longos. Os frutos são colhidos dentro de campo com o melhor futebol da Copa Santander Libertadores e do Campeonato Mineiro sob o comando de Cuca, que completa 50 partidas à frente do clube celeste neste sábado, contra o América/TO.

No Cruzeiro, a palavra prestígio, para quem está no banco de reservas treinando o time, não é banalizada. Na história recente do clube, são muitos treinadores com grande número de jogos. Adilson Batista, por exemplo, antecessor de Cuca, chegou a entrar na sua terceira temporada seguida – feito inédito desde os anos 70 com Ilton Chaves – e teve um cartel de 170 jogos.

Além dele, Levir Culpi e Vanderlei Luxemburgo se destacam com mais de 100 partidas no comando técnico da Raposa. Números expressivos também foram conquistados por outros técnicos, como Marco Aurélio, PC Gusmão, Paulo Autuori e Felipão, todos com mais de 80 jogos.

No caminho de se consagrar com muitos jogos e também títulos, está Cuca. Ele assumiu no período da Copa do Mundo, no ano passado, venceu a desconfiança da torcida e hoje voltou a ser um dos profissionais mais valorizados do país.

Prova disso é que ele recebeu duas ofertas tentadoras para sair desde que montou o Cruzeiro com um ótimo futebol. São Paulo e Fluminense tentaram reconquistar o seu trabalho. Mas o comandante decidiu pela permanência na Toca da Raposa 2.

Cuca comemora todo a sua trajetória de sucesso nos 49 jogos disputados, 33 vitórias e aproveitamento de 73%.

- Quando eu cheguei aqui, o povo de Minas não tinha muito conhecimento do meu trabalho, pois só passei aqui como adversário. Era um sonho meu trabalhar no Cruzeiro. Sempre que jogava contra eu tinha uma vontade imensa de vir trabalhar, por tudo que falavam daqui. Hoje eu me sinto realizado por trabalhar em uma estrutura tão boa quanto essa, em um ambiente tão bom como o que a gente tem aqui, com os jogadores, e também com a Diretoria, que é irmã nossa – afirma.

O recordista

Em toda a história do Cruzeiro, Ilton Chaves é o treinador com maior número de jogos: 362. Ele comandou a Raposa em seis períodos diferentes entre 1968 e 1984.

O segundo há mais tempo na Série A

A cultura do futebol brasileiro de fazer mudanças no comando técnico é refletida com clareza entre os clubes da Série A do Brasileirão. Mas alguns se destacam por se manterem no cargo por mais tempo, como Cuca.

Ele é o segundo há mais tempo sem trocar de clube na competição. Apenas Mauro Fernandes, do América, tem mais tempo de casa. Ele foi contratado em fevereiro do ano passado.

Assim como Cuca, Felipão chegou ao seu atual clube em junho de 2010. Ele segue no Palmeiras. Celso Roth, que estava no Internacional e tinha o mesmo período de clube que Cuca e Felipão foi recentemente trocado por Falcão.

Cuca fica feliz com o trabalho desempenhado na Toca da Raposa 2 e a longevidade conquistada.

- Aqui está tudo bem, as coisas caminhando certo. Estamos ganhando os jogos, o que faz tuido ficar bom também. Se Deus quiser a gente ir até o final das duas competições – afirma o treinador celeste.