O Circuito Brasileiro de Surfe, que ocorre na Praia de São Conrado, Rio de Janeiro, entre 26 de novembro e 2 de dezembro de 2025, promete ser um marco na história do esporte. Além da presença de atletas renomados como Silvana Lima, Edgard Groggia e Jadson André, o evento contará com uma inovação tecnológica que pode transformar a maneira como as competições de surfe são realizadas.
Uma nova tecnologia de boias, desenvolvida pela AtmosMarine em parceria com a OceanPact, será utilizada para monitorar as condições do mar em tempo real. Essas boias, posicionadas a cerca de um quilômetro da costa, coletarão dados sobre a altura, período e direção das ondas, fornecendo informações cruciais para os surfistas e organizadores do evento.
Como funciona o sistema de boias?
O sistema de boias foi projetado para transmitir dados em dois modos distintos. O primeiro, chamado de parâmetros, envia informações sobre as ondas a cada 30 minutos. Já o segundo, conhecido como wavestream, oferece dados em tempo real sobre a elevação da superfície do mar. Essa tecnologia permite que os surfistas se preparem para a chegada de séries de ondas maiores com antecedência, melhorando suas estratégias durante a competição.
Além disso, as boias também coletam dados sobre as condições do vento, que são assimilados em modelos de previsão de ondas por meio de técnicas de inteligência artificial. Isso resulta em previsões mais precisas, que são essenciais tanto para a comissão técnica quanto para os atletas durante as competições.

Qual o impacto da tecnologia no surfe brasileiro?
O uso dessa tecnologia representa um avanço significativo para o surfe no Brasil. Segundo Henrique Pereira, oceanógrafo e cofundador da AtmosMarine, a iniciativa não só marca um novo capítulo para o esporte, mas também destaca o papel da tecnologia nacional na evolução dos esportes aquáticos. A tecnologia oferece uma experiência mais interativa e estratégica para atletas e espectadores, aumentando o nível de competitividade e planejamento nas provas.
Guilherme Aguiar, presidente da Federação de Surf do Rio, destaca que a tecnologia tem potencial para melhorar a acurácia das previsões, o que pode ser um diferencial na tomada de decisões durante o evento. Ele observa que o uso de dados medidos em campo para calibrar os modelos de previsão de ondas é uma tentativa válida que pode beneficiar a direção de prova.
Quais são as expectativas para o futuro?
Com a implementação dessa tecnologia, espera-se que o Circuito Brasileiro de Surfe se torne uma referência em inovação no esporte. As previsões comentadas por especialistas como Henrique Pereira e Lauro Souza, fundador do SurfConnect, proporcionarão ao público uma visão mais ampla das condições marítimas, enriquecendo a experiência dos espectadores.
O sucesso dessa iniciativa pode abrir caminho para a adoção de tecnologias semelhantes em outras competições de surfe ao redor do mundo, colocando o Brasil na vanguarda da inovação tecnológica no esporte. A expectativa é que, com o tempo, essas ferramentas se tornem parte integrante das competições, auxiliando atletas e organizadores a otimizar suas estratégias e melhorar o desempenho geral.