Em 2025, o ciclismo continua a ser um esporte de grande prestígio, mas também de controvérsias. Um dos casos mais notórios de doping tecnológico envolveu a jovem ciclista belga Femke Van den Driessche. Aos 19 anos, ela era a favorita para vencer um campeonato europeu na categoria sub-23, mas acabou desclassificada devido ao uso de um motor escondido em sua bicicleta.
Este incidente trouxe à tona um novo tipo de doping, diferente do uso de substâncias químicas que marcaram a carreira de ciclistas como Lance Armstrong. O dispositivo encontrado na bicicleta de Femke, conhecido como Vivax Assist, é um motor elétrico que pode ser ocultado dentro do quadro da bicicleta, oferecendo uma vantagem significativa de potência.
Como funciona o Motor Vivax Assist?
O Vivax Assist é um motor cilíndrico de 22 centímetros e 1,8 quilogramas, projetado para ser discreto. Ele é composto por um motor, uma engrenagem, uma bateria externa e uma conexão à roda. A bateria pode ser escondida no suporte de garrafinhas d’água, tornando o sistema quase imperceptível. Ao pressionar um botão no guidão, o ciclista recebe um impulso de 200 Watts, aumentando a velocidade em cerca de 5 km/h.
Embora o Vivax Assist tenha sido desenvolvido para ajudar pessoas com limitações físicas, como pacientes cardíacos ou idosos, seu uso em competições esportivas levanta questões éticas. A tecnologia, que começou a ser vendida há mais de uma década, já pode ter sido utilizada por outros atletas antes do caso de Femke.

Como a tecnologia está Mudando o doping no ciclismo?
A detecção de motores em bicicletas levou a União Ciclística Internacional (UCI) a adotar medidas rigorosas de fiscalização. A UCI utiliza raio-X em competições para identificar dispositivos ocultos. Após o caso de Femke, a fiscalização foi intensificada, mas ainda há desafios na detecção de novas tecnologias de doping.
Além dos motores ocultos, investigações apontam para o uso de doping eletromagnético, que envolve sistemas menores instalados diretamente nas rodas. Este tipo de tecnologia é ainda mais difícil de detectar, o que representa um desafio contínuo para as autoridades do ciclismo.
Quais são as implicações do doping tecnológico?
O uso de tecnologia para obter vantagens no esporte levanta questões sobre a integridade das competições. O doping tecnológico não apenas desafia as regras, mas também a essência do esporte, que é baseada na habilidade e no esforço humano. A evolução contínua da tecnologia exige que as organizações esportivas se adaptem rapidamente para manter a justiça nas competições.
Com o avanço das tecnologias, a linha entre inovação e trapaça torna-se cada vez mais tênue. As autoridades precisam equilibrar a promoção de inovações que beneficiem a saúde e o desempenho dos atletas com a necessidade de manter a competição justa e equitativa.