Recentemente, uma equipe de pesquisadores internacionais, sob a liderança do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, fez uma descoberta notável na Amazônia. Utilizando a tecnologia LiDAR, que permite mapear terrenos sob a densa vegetação, eles identificaram uma vasta rede de assentamentos antigos no Vale Upano, localizado no Equador Amazônico. Esta descoberta, publicada na revista Science, revela cidades que existiram há cerca de 2.500 anos.
Essas cidades antigas surpreendem pela complexidade e organização, desafiando a percepção tradicional sobre a vida pré-hispânica na região. As evidências sugerem que essas civilizações possuíam um planejamento urbano avançado, com estruturas sociais e políticas bem definidas.
Como eram estruturadas as cidades antigas na Amazônia?
As cidades descobertas no Vale Upano apresentam características urbanas impressionantes. Elas eram compostas por ruas largas, estradas bem definidas e praças centrais, além de plataformas monumentais. O estudo liderado por Stéphen Rostain indica que esses assentamentos foram meticulosamente planejados, refletindo um nível de sofisticação surpreendente para a época.
O uso do LiDAR permitiu a identificação de mais de 6.000 plataformas em uma área de 600 km². Durante o período entre 500 a.C. e 600 d.C., as culturas locais, como Kilamope e Upano, desenvolveram métodos inovadores de construção, utilizando montes de terra para erguer suas habitações e organizar suas comunidades.
Qual era o papel das praças e plataformas nessas cidades?
As praças e plataformas desempenhavam um papel central na vida comunitária dessas cidades antigas. Elas serviam como centros cívicos e cerimoniais, onde ocorriam atividades sociais e rituais importantes. A disposição dessas estruturas sugere uma sociedade que valorizava a interação comunitária e a prática de cerimônias coletivas, essenciais para a coesão social e política.
Quais eram os esportes e atividades físicas nas civilizações antigas da Amazônia?
Embora os registros arqueológicos diretos sobre esportes nas civilizações amazônicas antigas sejam escassos, é plausível considerar que a presença de praças centrais poderia ter sido também um espaço para atividades físicas e jogos comunitários. Assim como em outras civilizações antigas ao redor do mundo, as atividades físicas provavelmente fizeram parte das práticas culturais, contribuindo para o fortalecimento dos laços comunitários e a manutenção da saúde e destreza física dos habitantes.
Qual é o impacto das descobertas na história dos assentamentos pré-hispânicos?

Essas descobertas têm o potencial de reescrever a história dos assentamentos pré-hispânicos na Amazônia. Além do Vale Upano, outras regiões, como o sul do Mato Grosso, também revelaram aldeias com características semelhantes, indicando uma rede de comunicação e troca cultural entre diferentes núcleos urbanos.
As aldeias eram organizadas em torno de praças centrais e protegidas por valas de contenção, evidenciando uma infraestrutura complexa e interconectada. Essas descobertas não apenas ampliam o entendimento sobre as civilizações antigas da Amazônia, mas também destacam a importância de tecnologias modernas na arqueologia.
Quais são as perspectivas futuras para a arqueologia na Amazônia?
A aplicação da tecnologia LiDAR na arqueologia abre novas possibilidades para a exploração de áreas inexploradas na Amazônia. Ao iluminar a grandiosidade dos assentamentos antigos, o estudo destaca a capacidade dos povos pré-hispânicos de transformar a floresta em um espaço urbano planejado.
Essas descobertas prometem continuar revelando segredos ocultos sob a vegetação amazônica, contribuindo para uma compreensão mais profunda da história humana na região. O avanço tecnológico, combinado com a pesquisa arqueológica, oferece uma janela única para o passado, permitindo que a história das civilizações antigas seja contada de maneira mais completa e precisa.