O recente empate entre Sport e Fortaleza pelo Campeonato Brasileiro reacendeu uma discussão antiga sobre a utilização de tecnologias avançadas no futebol, como a linha do gol. O episódio, que envolveu uma análise de oito minutos pelo VAR para determinar se a bola havia cruzado a linha, levantou questionamentos sobre a ausência de tecnologias mais precisas, como as utilizadas na Premier League.
A principal razão para a não implementação dessas tecnologias no Brasil é o custo elevado. O sistema de linha do gol, como o da empresa alemã Goal Control, tem um custo de instalação de aproximadamente US$ 260 mil por estádio. Multiplicando esse valor pelo número de estádios, o investimento total seria significativo, ultrapassando R$ 26 milhões. Além disso, os custos operacionais por jogo também são altos, tornando a tecnologia economicamente inviável para muitos clubes e federações.
Por que a tecnologia de linha do gol não é amplamente utilizada?
A tecnologia de linha do gol, que utiliza câmeras para determinar se a bola cruzou completamente a linha, foi adotada pela Premier League em 2013. Na época, cada clube teve que arcar com um custo considerável para a instalação do sistema. No entanto, mesmo na Europa, a tecnologia não é universalmente aceita. Ligas como a La Liga, na Espanha, optaram por não implementá-la devido aos altos custos e à crença de que o VAR já cumpre esse papel satisfatoriamente.
No Brasil, além dos custos, a infraestrutura dos estádios é um fator limitante. Muitos estádios não possuem a estrutura necessária para suportar a instalação de tecnologias avançadas. Segundo o ex-diretor de arbitragem da CBF, Coronel Marcos Marinho, os estádios brasileiros precisariam ser do tipo arena para acomodar tais sistemas, o que não é a realidade de muitos locais.

Quais são as alternativas ao uso da tecnologia de linha do gol?
Embora a tecnologia de linha do gol ofereça precisão, o VAR tem sido a principal ferramenta utilizada para resolver lances duvidosos. Desde sua implementação, o VAR tem ajudado a esclarecer situações complexas, incluindo a verificação de gols. No entanto, casos como o de Sport e Fortaleza mostram que o VAR nem sempre é conclusivo, especialmente em lances de difícil interpretação.
O uso de chips na bola, como ocorreu na Copa do Mundo de 2014, também foi considerado, mas enfrenta os mesmos desafios financeiros. A implementação de tecnologias avançadas no futebol depende não apenas de custos, mas também da frequência com que tais situações ocorrem. No Brasil, lances que requerem a linha do gol são relativamente raros, o que torna o investimento menos justificável.
O futuro da tecnologia no futebol brasileiro
Apesar das limitações atuais, a discussão sobre a tecnologia no futebol continua. A evolução tecnológica pode, eventualmente, tornar essas soluções mais acessíveis. Enquanto isso, o VAR permanece como a principal ferramenta para auxiliar a arbitragem em lances controversos. A busca por precisão e justiça no esporte é contínua, e a tecnologia desempenha um papel crucial nesse processo.
Em suma, a implementação de tecnologias como a linha do gol no Brasil enfrenta desafios significativos, principalmente financeiros. A discussão sobre sua viabilidade e necessidade persiste, enquanto o futebol busca equilibrar tradição e inovação para melhorar a experiência do jogo.