Uma revolucionária descoberta paleontológica na Alemanha revelou uma nova espécie de grande primata que viveu há milhões de anos. O Buronius manfredschmidi é oficialmente o menor grande primata já identificado pela ciência.
Com apenas 10 quilos de peso corporal, essa espécie extinta reescreve nossa compreensão sobre a diversidade dos primatas europeus no período Mioceno. A descoberta aconteceu no sítio arqueológico de Hammerschmiede, na Baviera alemã.
O que torna o Buronius Manfredschmidi tão especial
O Buronius manfredschmidi representa um marco na paleontologia por ser o primeiro caso documentado de simpatria entre grandes primatas na Europa. Essa nova espécie coexistia pacificamente com outro grande primata, o Danuvius guggenmosi, há aproximadamente 11,6 milhões de anos.
As características únicas desta espécie incluem dentes com esmalte extremamente fino, similar ao dos gorilas modernos, indicando uma dieta vegetariana rica em fibras. Sua estrutura corporal sugere habilidades excepcionais para escalada em árvores, permitindo acesso aos galhos mais altos da copa florestal.
Como os cientistas identificaram esta descoberta surpreendente
A identificação da nova espécie baseou-se em fósseis minúsculos mas altamente informativos: dois dentes e uma patela encontrados no poço de argila de Hammerschmiede. Atenção: um dos dentes mede apenas 7,7 mm de comprimento, mas fornece informações detalhadas sobre o estilo de vida do animal.
Os pesquisadores utilizaram análises microtomográficas para examinar a espessura do esmalte dentário, revelando características distintivas que diferem completamente de outros primatas fósseis europeus. A equipe internacional foi liderada pela professora Madelaine Böhme da Universidade de Tübingen.
- Fósseis encontrados na mesma camada estratigráfica do Danuvius guggenmosi
- Datação magnetostratigráfica precisa de 11,62 milhões de anos
- Análise comparativa com mais de 20 espécies de primatas extintos
- Primeira evidência de coabitação entre grandes primatas na Europa

Qual era o habitat natural do menor grande primata
O ecossistema de Hammerschmiede no Mioceno tardio oferecia condições ideais para a coexistência de múltiplas espécies de primatas. O Buronius habitava principalmente as copas das árvores, alimentando-se de folhas tenras e frutas macias, enquanto evitava competição direta por recursos.
As condições de deposição dos sedimentos indicam que ambas as espécies viveram simultaneamente no mesmo ambiente imediato.
Dica rápida: essa divisão de recursos permitiu que espécies com necessidades diferentes prosperassem no mesmo território, similar ao comportamento observado entre gibões e orangotangos modernos.
- Habitat arborícola nas florestas tropicais e subtropicais europeias
- Estratégia de forrageamento focada nos galhos mais finos e altos
- Dieta especializada em vegetação macia e nutritiva
- Particionamento de recursos com o Danuvius guggenmosi
Por que esta descoberta revoluciona a paleontologia europeia
A descoberta do Buronius manfredschmidi quebra um paradigma científico estabelecido há décadas: nenhum sítio paleontológico europeu do Mioceno havia apresentado mais de uma espécie de grande primata. Hammerschmiede torna-se oficialmente o primeiro local com evidências de múltiplas espécies coexistindo.
Esta revelação sugere que a diversidade de primatas europeus no passado era significativamente maior e mais complexa do que imaginávamos. A descoberta abre precedentes para reanálises de outros sítios fósseis europeus, potencialmente revelando mais casos de simpatria entre grandes primatas.
- Primeira evidência de simpatria entre hominídeos na Europa
- Redefine nossa compreensão sobre ecossistemas do Mioceno tardio
- Inspira novas escavações e reanálises de sítios já conhecidos
- Contribui para o entendimento da evolução dos grandes primatas