O futebol e os canhotos têm uma relação especial que marca a história do esporte mais popular do mundo. No dia 13 de agosto, celebramos o Dia Internacional do Canhoto e relembramos os gênios que transformaram o pé esquerdo em arte.
Apenas 10% da população mundial é canhota, mas no futebol esses craques sempre tiveram um brilho diferenciado. A capacidade de surpreender adversários acostumados com jogadores destros tornou esses atletas verdadeiras lendas do esporte.
Por que os canhotos se destacam tanto no futebol?
A vantagem tática dos canhotos no futebol vai além da simples habilidade técnica. Os defensores, acostumados a marcar jogadores destros, frequentemente se confundem com os movimentos invertidos dos esquerdistas.
Alguns estudos indicam que canhotos possuem diferenças no processamento cerebral em relação aos destros, mas não há consenso científico sobre superioridade cognitiva. No futebol, essa característica pode se traduzir em jogadas imprevisíveis que marcaram época.
A raridade de jogadores canhotos também contribui para seu destaque. Enquanto a maioria dos atletas usa predominantemente o pé direito, os canhotos criam situações únicas em campo.
Gerson: o cérebro do tricampeonato mundial de 1970
O “Canhotinha de Ouro” foi o maestro da seleção brasileira mais admirada de todos os tempos. Gerson comandou o meio-campo do Brasil na Copa do México com passes precisos e visão de jogo incomparável.
- Posição: Meio-campista central
- Principais títulos: Copa do Mundo (1970), Taça Brasil (1968), Campeonato Carioca (1963, 1968 e 1973)
- Curiosidade: Marcou um golaço na final contra a Itália com sua canhota calibrada
Gerson era conhecido por sua capacidade de ditar o ritmo do jogo e lançar companheiros com precisão cirúrgica. Seus passes de 30 ou 40 metros encontravam perfeitamente os atacantes brasileiros.
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Rivelino criou o drible elástico e encantou o mundo
Roberto Rivelino eternizou sua canhota poderosa na Copa de 1970 ao lado de Pelé, Tostão e Jairzinho. O meio-campista popularizou o “elástico”, drible criado inicialmente por Sérgio Echigo.
- Posição: Meio-campista ofensivo/Ponta esquerda
- Principais títulos: Copa do Mundo (1970), Campeonato Paulista (1977)
- Marco histórico: Criador do drible “elástico” que influenciou gerações
As “bombas” de fora da área de Rivelino se tornaram sua marca registrada. Maradona, outro gênio canhoto, declarou publicamente sua admiração pelo brasileiro.
Os maiores canhotos da história: Maradona e Messi
Diego Armando Maradona transformou o pé esquerdo em sinônimo de genialidade. O argentino conduziu sua seleção ao título mundial de 1986 com dribles impossíveis e gols memoráveis.
- Maradona: Campeão mundial (1986), ídolo do Napoli com 2 títulos italianos
- Messi: Campeão mundial (2022), 8 vezes melhor do mundo, 45 títulos na carreira
- Comparação: Ambos vestiram a camisa 10 da Argentina e são considerados os maiores da história
Lionel Messi herdou o legado de Maradona e superou recordes com sua canhota mágica. O camisa 10 é o jogador mais vitorioso da história do futebol.
Paolo Maldini: O defensor canhoto mais elegante do futebol
O italiano Paolo Maldini provou que canhotos também podem brilhar na defesa. Durante 25 anos no Milan, conquistou 26 títulos e se tornou símbolo de elegância e técnica.
- Posição: Lateral esquerdo e Zagueiro
- Principais conquistas: 5 Liga dos Campeões, 7 Campeonatos Italianos, 3 Mundiais de Clubes
- Recorde: Jogador com mais temporadas consecutivas na Serie A pelo mesmo clube (25)
Maldini revolucionou a posição de lateral esquerdo com sua técnica refinada e leitura de jogo. Mesmo sendo destro, desenvolveu muito o uso da perna esquerda, atuando com excelência na lateral esquerda.
O capitão do Milan por 12 anos afirmava que “quando era obrigado a fazer um desarme, era sinal de que já tinha cometido um erro”. Sua inteligência tática compensava qualquer limitação física.