Marcos André Batista Santos, o Vampeta, é considerado um dos maiores “gozadores” do futebol brasileiro. Em seu livro “Histórias do Velho Vamp”, escrito em parceria com o jornalista Celso Unzelte, ele revelou os bastidores mais divertidos e inusitados dos vestiários, envolvendo craques como Romário, Ronaldo e Marcelinho Carioca.
- As travessuras épicas de Vampeta com Ronaldo Fenômeno na Inter de Milão, incluindo o famoso vinho do Papa
- Os momentos hilários no vestiário do Corinthians durante a era de ouro com Marcelinho Carioca e Rincón
- As polêmicas revelações sobre Romário e outros craques da seleção brasileira
O vinho do Papa e outras aventuras com Ronaldo
Uma das histórias mais emblemáticas contadas por Vampeta aconteceu durante sua passagem pela Inter de Milão, em 2000, quando morava no apartamento de Ronaldo Fenômeno. O volante baiano recebeu a visita de um amigo brasileiro músico e, sem saber, abriu uma garrafa de vinho especial que havia sido dada de presente pelo Papa João Paulo II ao atacante.
“Eu não paguei quando jogava, imagina agora que eu não jogo mais”, brincou Vampeta anos depois, quando Ronaldo ainda o cobrava pelo vinho perdido. O episódio ficou ainda mais hilário quando se descobriu que Vampeta bebia o vinho em copo de plástico e ainda colocava gelo na bebida, o que fez Ronaldo comentar: “O Vampeta é brincadeira. Ele bebia tudo em copo de plástico, colocava gelo no vinho e achava que era ruim”.
A zoação épica com Ronaldo no restaurante
Outro momento antológico envolvendo Ronaldo aconteceu após o famoso episódio com os travestis, em 2008. Vampeta foi jantar com o Fenômeno, que estava acompanhado de sete modelos, quando soltou a pérola que marcou época: “Quem são as mulheres e quem são os travestis?”
A brincadeira não foi bem recebida por Ronaldo, que mais tarde questionou: “Que p… você colocou no livro?”. Vampeta respondeu tranquilamente: “O país todo sabia”. Essa situação acabou gerando um afastamento temporário entre os dois amigos, mostrando que nem todas as “resenhas” do Velho Vamp foram bem aceitas.
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Romário e o polêmico caso da aeromoça
Em uma das revelações mais controversas de seu livro, Vampeta contou o motivo pelo qual Romário ficou de fora da Copa do Mundo de 2002. Segundo o ex-volante, o Baixinho teria tido um encontro com uma aeromoça na concentração da seleção brasileira antes de uma partida contra o Uruguai em 2001.
“Dizem as más línguas que ele ‘comeu’ a aeromoça. Dizem que a aeromoça deu mole antes do jogo contra o Uruguai, e o Baixinho ‘podpah’ no hotel”, revelou Vampeta em entrevista ao canal Podpah. Segundo ele, Felipão perdeu a confiança em Romário após o episódio e decidiu não convocá-lo mais.
O próprio Romário sempre negou a história: “O Felipão acreditou nisso, mas não teve. Se fiquei de fora da Copa por causa disso, perdi duas vezes. Não fui à Copa e não comi a aeromoça, que era a maior gostosa”.
Os causos hilários no vestiário do Corinthians
No Corinthians, Vampeta formou um dos quartetos mais engraçados do futebol brasileiro ao lado de Marcelinho Carioca, Edilson e Rincón. O vestiário corintiano era palco de brincadeiras constantes e situações inusitadas que marcaram época.
Uma das histórias mais divertidas envolveu uma “competição” entre Marcelinho Carioca e Dida para ver quem seria o último a sair do treino. “O Dida ficava alongando, pacientemente, esperando o Marcelo terminar para ele ser o último a sair do treinamento. Isso gerava uma competição entre os dois. Tinha vez que eu tinha de tocar o Marcelo para o vestiário para poder acabar a atividade do dia”, relembrou o técnico Oswaldo de Oliveira.
Vampeta também revelou que Marcelinho tinha um “culto” peculiar em casa. Durante a passagem pelo Brasiliense, Vampeta foi convidado para um culto na casa do Pé de Anjo, mas chegando lá encontrou “3 moças semi nuas, geladeira cheia de bebida alcoólica, show do cantor Belo e tudo mais”.
As provocações e apelidos jocosos
Vampeta ficou famoso por criar apelidos debochados para os rivais do Corinthians. Ele chamava os são-paulinos de “bambis”, os palmeirenses de “porcada”, os santistas de “peixe podre” e os flamenguistas de “bicharada”. Essas provocações se tornaram marca registrada do jogador nas entrevistas.
Mas as brincadeiras não paravam nos rivais. No próprio vestiário corintiano, Vampeta era conhecido por suas “resenhas” constantes. Uma das mais famosas aconteceu quando um jovem zagueiro chegou ao clube e, sem saber, sentou no lugar de Romário no vestiário. “Tu acabou de chegar e já quer que eu te mande de volta para o lugar de onde você veio?”, disse o Baixinho, arrancando gargalhadas de todos.
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A cambalhota no Palácio do Planalto
Após a conquista do pentacampeonato mundial em 2002, toda a delegação da seleção brasileira foi recebida pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto. Vampeta roubou a cena ao descer a rampa do palácio fazendo cambalhotas, vestindo uma camisa do Corinthians enquanto todos os outros jogadores usavam o uniforme oficial da CBF.
A justificativa foi típica do Velho Vamp: “Estava bebendo desde o Japão”, disse ele sobre o estado em que se encontrava durante a cerimônia. O episódio se tornou um dos momentos mais emblemáticos e divertidos da comemoração do penta.
As confissões sobre os bebedores do futebol
Em uma de suas revelações mais polêmicas, Vampeta foi questionado sobre quem mais bebia no futebol brasileiro e não hesitou em responder: “Ronaldo ‘Fenômeno’, Djalminha, Luizão, Oséas cervejeiro… falta mais um né… Marcelinho Carioca escondido”.
Ele também contou situações inusitadas vividas no Oriente Médio, onde teve que se adaptar às regras locais sobre bebidas alcoólicas. No Catar, Vampeta lembra que trocava ilegalmente água por vodka, enquanto no Kuwait um libanês o ensinou a fazer vinho caseiro.
Durante sua passagem pelo Flamengo, em meio à crise financeira do clube, Vampeta soltou uma das frases mais marcantes de sua carreira: “Eles fingem que pagam e a gente finge que joga”, em clara crítica à diretoria que não honrava os salários.
O legado humorístico do velho Vamp
- Vampeta transformou os bastidores do futebol em um verdadeiro show de humor, sempre com histórias que revelam o lado humano dos craques
- Suas “resenhas” se tornaram lendárias e são contadas até hoje como parte do folclore do futebol brasileiro
- O livro “Histórias do Velho Vamp” perpetua a memória de uma era em que o futebol era mais descontraído e os jogadores tinham personalidades mais marcantes