Ao longo dos anos, o futebol passou por uma série de transformações e adaptações em suas regras, moldando-se ao esporte que conhecemos hoje. Algumas dessas regras curiosas foram alteradas ou completamente abandonadas, pois não atendiam mais às expectativas do jogo moderno. Este artigo examina algumas dessas normas que foram suprimidas, revelando aspectos fascinantes sobre a evolução do futebol.
Por que o gol de ouro e o gol de prata desapareceram
No final do século XX, a FIFA introduziu as regras do “gol de ouro” e do “gol de prata” para aumentar a emoção na prorrogação das partidas. A ideia era acabar com o jogo assim que um time marcasse durante o tempo extra, ou ao término da primeira etapa da prorrogação, caso estivesse em vantagem.
No entanto, essas regras acabaram sendo menos emocionantes do que o previsto. Elas frequentemente levaram as equipes a adotarem táticas excessivamente defensivas para evitar a derrota instantânea, o que foi percebido como prejudicial à natureza vibrante do jogo. Em 2004, ambas foram abolidas, e o sistema de prorrogação voltou ao formato convencional.
Quando os goleiros podiam pegar recuos com as mãos
Até o início da década de 1990, os goleiros estavam autorizados a usar as mãos para pegar a bola recuada por um companheiro de time. Essa regra era amplamente criticada por promover a perda de tempo e diminuir o ritmo do jogo, uma vez que as equipes utilizavam essa estratégia para segurar o empate ou a vantagem no placar.
Buscando tornar o jogo mais ativo e atrativo, a International Football Association Board (IFAB) modificou essa regra em 1992. Desde então, os goleiros têm de jogar a bola com os pés em recuos intencionais, o que obrigou as equipes a desenvolverem novas táticas para manter a posse de bola.

Como o lateral com os pés foi regra até desaparecer
Nos primórdios do futebol, era permitido aos jogadores cobrarem o lateral com os pés, algo que gerava grande confusão e se assemelhava aos tiros de canto, dificultando a fluidez da partida. Essa prática fez parte das regras iniciais, mas eventualmente mostrou-se impraticável para a organização do jogo.
A necessidade de tornar as partidas mais organizadas levou à mudança definitiva para os arremessos laterais com as mãos. Essa padronização ajudou a esclarecer e simplificar a dinâmica do jogo, garantindo que essa parte do futebol fosse consistente e compreensível para atletas e espectadores.
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Quando existia o impedimento automático sem goleiro
Em tempos passados, uma regra curiosa estabelecia que um jogador seria considerado impedido automaticamente caso estivesse em posição de ataque sem que o goleiro adversário estivesse entre ele e o gol, mesmo que outros defensores estivessem presentes. Essa norma foi rapidamente considerada ineficaz e injusta.
A regra atual, que exige a presença de dois jogadores adversários (incluindo o goleiro) entre o atacante e a linha do gol para validar a posição de jogo, foi desenvolvida para oferecer equidade à competição e eliminar o impedimento automático desproporcional.
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Por que os uniformes não tinham números e goleiros usavam boné
Nas primeiras décadas do futebol, os uniformes dos jogadores careciam de numeração, o que tornava a identificação dos atletas em campo bastante desafiadora. A prática de numerar os uniformes começou a se popularizar apenas nos anos 1930, melhorando a organização visual das equipes.
Além disso, os goleiros eram obrigados a usar bonés, visando proteger os olhos do sol. Com o surgimento de estádios mais modernos e iluminação artificial, essa peculiaridade se tornou desnecessária, bem como a numeração dos uniformes tornou-se padrão, auxiliando comentaristas, árbitros e torcedores na identificação dos protagonistas em campo.