Ubatuba conquistou oficialmente o título de Capital do Surfe do Estado de São Paulo em 2007, através da Lei 12.718. Nos anos 1990, a cidade já era conhecida nacionalmente como a “Capital do Surfe” no estado de São Paulo, com eventos como o Circuito Brasileiro de Surfe e o Circuito Paulista de Surfe acontecendo regularmente.
O município é um celeiro de atletas de destaque que, inclusive, passaram pelas escolinhas municipais da modalidade. Em mais ou menos 30 anos de história da Escolinha Municipal de Surfe, mais de cinco mil crianças passaram pela formação, dentre eles, grandes nomes revelados como Filipe Toledo (Bicampeão mundial de surfe), Matheus Toledo, Suellen Naraísa (Bicampeã brasileira), Wiggoly Dantas, Wesley Dantas, Camila Cássia, Renato Galvão e Hizumone Beterro.
Como começou a história do surfe em Ubatuba
A modalidade chegou ao município em 1967, com os irmãos Paulo e Ricardo Issa. Com 16 anos, Paulo pegava ondas com uma prancha de madeirite (compensado de madeira), em São Vicente-SP. Aos 17 anos, trouxe a primeira prancha para a atual capital do surf.
Em 1968, aos 18 anos e já com habilitação nas mãos, Paulo e Ricardo Issa decidiram enfrentar a então temida Praia Grande. A Praia de Itamambuca, hoje palco dos principais mundiais de surf, foi “descoberta” no verão de 1968, quando uma turma de aventureiros resolveu conhecer novos points para surfar.
Por que Ubatuba se tornou referência nacional no surfe?
A qualidade das ondas e a infraestrutura da cidade atraíam tanto amadores quanto profissionais. Conhecida como a Capital do Surf no estado de São Paulo, Ubatuba conta com 102 praias catalogadas.
O diferencial de Ubatuba está na variedade de condições para o surfe. Existem ondas para todos os níveis, desde iniciantes até surfistas experientes. As principais praias incluem:
- Itamambuca – considerada a melhor praia para competições mundiais
- Praia Grande – local onde Filipe Toledo aprendeu a surfar
- Praia das Toninhas – conhecida pelo “Rocky Point”
- Praia do Félix – um dos pontos mais respeitados pelos locais
Qual a importância das escolinhas municipais?
@kauesurfubt Aprenda a surfar na primeira aula 🏄🏽♂️ #surfubatuba #aulasdesurfubatuba ♬ som original – Kauê Gioia
A Escolinha Municipal de Surfe da Secretaria de Esportes e Lazer de Ubatuba completa 30 anos no dia 4 de abril. O projeto teve início em 1995, em uma simples tenda na Praia Grande.
Atualmente, as aulas ocorrem em duas praias, Grande e Perequê-Açu, e um terceiro polo está prestes a ser inaugurado na Praia do Sapê. O principal objetivo é aproveitar as características naturais da cidade oferecendo atividades físicas saudáveis para crianças e adolescentes.
Os números impressionam. Das 250 a 300 crianças atendidas anualmente:
- A maioria encontra ocupação relacionada ao surfe, mesmo não seguindo carreira profissional
- Vários se tornaram professores da própria escolinha
- Grandes talentos emergiram, incluindo campeões mundiais
- O projeto nunca sofreu interrupções desde 1995
Como a integração institucional fortalece o surfe local?
Para garantir a fluidez das competições e evitar conflitos de agenda, a Associação Ubatuba de Surf (AUS) e a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer atuam de forma integrada na estruturação do calendário, respeitando os cronogramas estabelecidos pela Federação de Surf do Estado de São Paulo (SPSurf) e pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf).
Essa parceria estratégica permite que Ubatuba mantenha um calendário técnico consistente. A AUS, criada em 1979, trabalha em sintonia com o poder público, garantindo eventos de qualidade durante todo o ano.
A cidade recebe regularmente competições de diferentes níveis:
- Campeonatos municipais (Ubatuba Pro Surf)
- Etapas estaduais e nacionais
- Competições da CBSurf (Taça Brasil e Dream Tour)
- Festivais estudantis envolvendo escolas locais
Ubatuba vive o esporte. Temos um território naturalmente privilegiado, mas é a dedicação de nossos atletas, treinadores, entidades e o trabalho da gestão pública que colocam a cidade como referência, destaca o secretário de Esporte e Lazer, Saulo Souza.