Igatu é uma vila de pedra encravada na Chapada Diamantina que parece ter parado no tempo. Com casas construídas sem argamassa e ruínas que lembram civilizações antigas, este distrito de Andaraí guarda histórias do ciclo do diamante do século XIX.
Conhecida como a “Machu Picchu baiana”, a vila tem apenas 380 habitantes e preserva uma arquitetura única que foi tombada pelo IPHAN em 2000.
Como nasceu a arquitetura de pedra sem argamassa de Igatu?
A técnica de construção das casas de pedra surgiu da necessidade e criatividade dos garimpeiros. “A maioria dos garimpeiros construia suas casas utilizando as pedras abundantes no local, numa espécie de construção sem argamassa, esse estilo era chamado de ‘Pedra Viva'”.
Os construtores usavam pedras irregulares de diversos tamanhos, criando paredes como um “sanduíche”: pedras maiores por fora e cascalho como recheio interno. As juntas eram preenchidas com pequenas lascas de pedra, dispensando argamassa.
Essa arquitetura sustentável nasceu do reaproveitamento de materiais da mineração. As tocas, como eram chamadas algumas habitações, aproveitavam grutas e cavernas naturais, adicionando apenas paredes e telhados.
Hoje, essas construções são consideradas exemplos de permacultura e baixo impacto ambiental, usando apenas recursos locais disponíveis.
Ruínas misteriosas: o que aconteceu com a cidade de 10 mil habitantes?
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- No auge do garimpo, Igatu chegou a ter 10 mil habitantes – hoje tem apenas 380
- O bairro Luís dos Santos ficou conhecido como “cidade fantasma” após o declínio da mineração
- Casas e comércios foram abandonados quando a produção de diamantes diminuiu
- As ruínas preservadas hoje formam um museu a céu aberto da história garimpeira
Galeria Arte & Memória preserva a história do garimpo
A Galeria Arte & Memória está instalada em meio às ruínas do Parque Histórico de Igatu. “Instalada em meio às ruínas de habitações garimpeiras do Parque Histórico de Igatu, a Galeria conta com um Museu a céu aberto, um Jardim de Esculturas e Salas de Exposições”.
No local, utensílios utilizados por garimpeiros e escravos contam a história da mineração de diamantes. A galeria também recebe exposições temporárias de artistas renomados.
O Parque Histórico preserva peças originais da época do garimpo. As antigas habitações de pedra se transformaram em cenário para arte e memória.
Dica rápida: A visita ao museu é essencial para entender como era a vida durante o ciclo do diamante.
Por que artistas escolhem Igatu como refúgio criativo?
- Dmitri de Igatu: artista plástico que retrata as paisagens da Chapada em pinturas realistas
- Gabriel Macedo e Cristiano Salles: ourives que trabalham com ouro e diamante bruto
- Marcos Zacariades: fundador da Galeria Arte & Memória, graduado pela UFBA
- Diversos ateliês de arte se espalham pelas ruas de pedra da vila
Leia também: Destino na Ilha de Marajó oferece competições centenárias com búfalos e cavalos
Rampa do Caim: o mirante com vista de tirar o fôlego
A trilha para a Rampa do Caim percorre 7 km por antigas rotas de garimpeiros. “A trilha de acesso ao atrativo já foi rota para antigos garimpeiros e dura cerca de duas horas de caminhada. Da rampa, é possível ter uma das vistas mais espetaculares do Vale do Pati e do Rio Paraguaçu”.
Do mirante, a 450 metros de altura, avista-se o Cânion do Paraguaçu e o Vale do Pati. A caminhada passa por tocas de garimpeiros e riachos de água potável.
A trilha é considerada de dificuldade moderada, sendo acessível para pessoas com bom preparo físico. O visual no topo compensa cada passo da subida.
Atenção: Leve água suficiente e use aplicativos de trilha, pois não há sinalização no caminho.
Quais outras trilhas e cachoeiras explorar saindo de Igatu?
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- Cachoeira da Califórnia: trilha que passa por antigas tocas de garimpeiros
- Cachoeira das Três Barras: ideal para banhos refrescantes
- Gruna do Brejo: antiga mina reestruturada para visitação com esculturas em argila
- Poço Azul: a 60 km de Igatu, uma das principais atrações da Chapada
Como é a vida atual dos 380 moradores de Igatu?
A pequena população de Igatu mantém viva a memória do garimpo através do turismo. “A pequena cidade, atualmente atração do turismo ecológico da Chapada Diamantina, possui 382 habitantes, contados um a um por Amarildo dos Santos”.
Amarildo registra nascimentos, mortes e mudanças em livros manuscritos, documentando a vida da comunidade. O turismo hoje é a principal atividade econômica.
Durante o São João, a vila preserva tradições autênticas com trios de forró, quadrilhas e decoração de xita. É uma experiência cultural única, longe dos grandes shows comerciais.
A tranquilidade e o ar bucólico atraem visitantes em busca de paz e contato com a história viva da mineração brasileira.