O Washington Commanders passou por uma das transformações mais significativas da história da NFL quando abandonou o nome “Redskins” em 2020. A mudança não foi apenas estética, mas representou uma ruptura com décadas de controvérsia envolvendo o termo considerado racista contra povos nativos americanos.
- O nome “Redskins” foi usado por 87 anos e gerou polêmicas por ser considerado pejorativo aos nativos americanos
- A franquia conquistou três Super Bowls (XVII, XXII e XXVI) durante a era Redskins, entre 1983 e 1992
- Trump recentemente ameaçou impedir a construção de novo estádio se o time não voltar ao nome original
A origem do nome Redskins e seu significado controverso
O termo “Redskins” surgiu em 1933, quando a franquia ainda estava em Boston e se chamava Boston Braves. O proprietário George Preston Marshall mudou o nome para Boston Redskins antes da mudança definitiva para Washington em 1937.
A palavra “redskins” (peles vermelhas em tradução literal) sempre foi utilizada como referência aos nativos americanos. Líderes de tribos locais consideravam o termo uma forma de racismo e discriminação pela cor da pele, classificando-o como estereótipo étnico ofensivo.
Durante décadas, a polêmica foi alimentada por ativistas e grupos de nativos americanos. Os proprietários da franquia defendiam ter orgulho do nome, alegando que representava força e tradição em mais de 80 anos de história.
Os três títulos de Super Bowl conquistados como Redskins

Washington conquistou três Super Bowls durante a era como Redskins, todos sob o comando do lendário técnico Joe Gibbs. As conquistas aconteceram em momentos históricos para a franquia e para a NFL.
O Super Bowl XVII (1983) marcou a primeira conquista, com vitória de 27-17 sobre o Miami Dolphins. John Riggins foi eleito MVP após uma corrida histórica de 43 jardas que definiu o jogo a favor de Washington.
Leia também: A função mais subestimada que influencia grandes partidas
No Super Bowl XXII (1988), Doug Williams se tornou o primeiro quarterback negro a vencer um Super Bowl, liderando uma vitória esmagadora de 42-10 sobre o Denver Broncos. O terceiro título veio no Super Bowl XXVI (1992), com triunfo de 37-24 sobre o Buffalo Bills, tendo Mark Rypien como MVP.
A pressão dos patrocinadores e a mudança forçada em 2020
A situação se tornou insustentável em 2020, quando os protestos antirracistas por todo os Estados Unidos ganharam força após a morte de George Floyd. O movimento Black Lives Matter trouxe à tona discussões sobre símbolos considerados racistas na sociedade americana.
Grandes patrocinadores como FedEx, Pepsico e Nike começaram a pressionar a franquia para mudar o nome. A FedEx, que possui os direitos de naming do estádio da equipe, foi especialmente enfática na exigência.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou publicamente que a mudança “já tinha passado da hora” e que “uma equipe com tantos fãs não deve ter um nome que ofenda tantas pessoas”. A pressão financeira se tornou determinante para a decisão final.
De Football Team para Commanders: a transição controversa
Em julho de 2020, a franquia anunciou oficialmente o abandono do nome Redskins. Durante duas temporadas, a equipe jogou como “Washington Football Team”, um nome temporário enquanto buscava uma nova identidade definitiva.
Em 2 de fevereiro de 2022, foi anunciado o nome “Washington Commanders”. A escolha gerou reações mistas entre torcedores, com muitos preferindo opções como “RedWolves” ou “Washington Wolves”.
A nova identidade manteve as cores tradicionais bordô, dourado e branco, além do logo estilizado com a letra “W”. A transição custou milhões de dólares em rebranding e novos produtos licenciados.
Leia também: O dia que um escanteio ganhou nome próprio no futebol
A polêmica atual: Trump e o retorno ao nome original
Em janeiro de 2025, o presidente Donald Trump reavivou a controvérsia ao ameaçar impedir a construção do novo estádio dos Commanders caso a franquia não retorne ao nome “Redskins”. Trump tem poder para isso, já que o terreno planejado é gerenciado pelo Serviço Nacional de Parques dos EUA.
Trump declarou em sua rede social Truth Social: “Posso impor uma restrição para que, se eles não mudarem o nome de volta para o original ‘Washington Redskins’, não farei acordo para que construam um estádio em Washington”.
O presidente afirmou que existe “grande pressão” para o retorno do nome original e que “nossos grandes povos indígenas querem que isso aconteça”. A declaração contraria pesquisas que mostram maioria da opinião pública apoiando a mudança realizada em 2020.
- O nome “Redskins” foi abandonado em 2020 após 87 anos devido à pressão de ativistas e patrocinadores por ser considerado racista
- Durante a era Redskins, a franquia conquistou três Super Bowls históricos entre 1983 e 1992 sob comando de Joe Gibbs
- Trump atualmente pressiona pelo retorno ao nome original, usando a construção do novo estádio como moeda de troca política