Muitos famosos brasileiros tiveram carreiras esportivas promissoras antes de brilharem na música, televisão ou cinema. Essas histórias de transição do esporte para o entretenimento revelam talentos que se reinventaram e conquistaram sucesso em diferentes áreas.
Descubra as trajetórias esportivas de celebridades que você conhece:
- Cantores que jogaram futebol – como Djavan no CSA e Diogo Nogueira nas bases do Flamengo
- Apresentadores ex-atletas – Fred do Desimpedidos tentou carreira no futebol até os 22 anos
- Atores com passado esportivo – desde ginástica artística até artes marciais
Djavan: do atacante do CSA ao ícone da MPB
O cantor Djavan teve uma promissora carreira no futebol antes de se tornar um dos maiores nomes da música brasileira. Entre os 12 e 16 anos, ele jogou nas categorias de base do CSA (Centro Sportivo Alagoano), em Maceió.
Djavan atuava como centroavante e meia-atacante no time alagoano. “Até os 16, eu achava que meu futuro seria o futebol”, revelou o cantor em entrevista ao Globo Esporte. Ele chegou a ter talento reconhecido pelos treinadores da época.
A mudança de rumo aconteceu quando Djavan descobriu o violão aos 16 anos. A música entrou na vida através de um amigo que apresentou equipamentos de som quadrifônicos, fazendo o jovem atleta se encantar pelo mundo da arte e abandonar definitivamente o futebol.
Fred: de aspirante a jogador a apresentador do Globo Esporte
Bruno Carneiro Nunes, mais conhecido como Fred Bruno, tentou ser jogador de futebol profissional até os 22 anos antes de se tornar uma das principais figuras do jornalismo esportivo brasileiro. O ex-apresentador do Desimpedidos participou de diversas peneiras em clubes paulistas.
Fred chegou a jogar futsal profissionalmente em 2019 pelo Magnus Futsal, onde foi campeão da Copa Internacional. Sem sucesso no futebol, ele decidiu cursar jornalismo para trabalhar na área esportiva, criando o canal “Futebol Nas 4 Linhas” com amigos da faculdade.
Em 2015, passou no concurso para integrar o canal Desimpedidos, onde se tornou conhecido nacionalmente. Atualmente, Fred apresenta o Globo Esporte São Paulo, consolidando sua transição do sonho de ser atleta para o sucesso como comunicador esportivo.
Diogo Nogueira: sambista com passado nos gramados
O cantor Diogo Nogueira quase seguiu os passos do pai João Nogueira não apenas na música, mas também no amor pelo futebol. Ele jogou nas categorias de base de grandes clubes cariocas como Botafogo, Fluminense e Vasco até os 23 anos.
Como atacante, Diogo chegou a estar próximo de assinar seu primeiro contrato profissional com o Cruzeiro-RS. No entanto, uma grave lesão no joelho interrompeu sua carreira esportiva. “Travou meu pé e eu girei em cima do joelho, estalei tudo e no estalo minha vida girou completamente”, relatou o sambista.
Durante a recuperação no Rio de Janeiro, Diogo começou a frequentar rodas de samba e recebeu convites para shows. A música prevaleceu sobre o futebol, levando-o a se tornar um dos principais nomes do samba contemporâneo brasileiro.
Glenda Kozlowski: da prancha para os estúdios de TV
A apresentadora Glenda Kozlowski é tetracampeã mundial de bodyboard, conquista que poucos conhecem de seu passado esportivo. Entre 1987 e 1991, ela dominou a modalidade mundialmente, tornando-se campeã com apenas 13 anos em sua primeira conquista.
Glenda foi pentacampeã brasileira e conquistou títulos americanos e australianos no bodyboard. “Meu esporte era o bodyboard e eu fui tetracampeã mundial, pentacampeã brasileira, campeã americana, australiana”, relembrou a jornalista.
Aos 16 anos, decidiu encerrar a carreira esportiva no auge. O bodyboard abriu as portas para sua entrada na televisão, quando a Globo a convidou para trabalhar como apresentadora, iniciando uma carreira de sucesso no jornalismo esportivo que perdura até hoje na Band.
Alice Wegmann: da ginástica artística para a dramaturgia
A atriz Alice Wegmann teve uma carreira promissora na ginástica artística antes de se tornar uma das principais atrizes de sua geração. Dos 3 aos 11 anos, ela foi atleta federada da modalidade, sendo treinada por nomes como Daniele Hypólito e Diego Hypolito no Flamengo.
Alice chegou a participar do Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística nas modalidades salto e solo, ficando em segundo lugar na classificação por equipes. Durante esse período, também praticava natação, tênis, surfe, vôlei e outros esportes.
“Fui atleta federada de ginástica artística dos 3 aos 11 anos, campeã estadual, competi brasileiro”, relembrou a atriz em suas redes sociais. A transição para a arte aconteceu quando Alice decidiu focar nos estudos de teatro, abandonando o esporte para se dedicar à dramaturgia.
José Loreto: faixa preta de judô virou galã da TV
O ator José Loreto é faixa preta de judô e pratica a arte marcial desde os 5 anos de idade. Sua habilidade no esporte foi fundamental para papéis que exigiam preparo físico, como no filme “Mais Forte que o Mundo”, onde interpretou o lutador José Aldo.
Para o filme, Loreto dispensou dublês nas cenas de luta, aproveitando sua experiência nas artes marciais. “Faixa preta de judô e adepto do esporte desde os cinco anos de idade, Loreto sempre teve grande interesse por artes marciais”, destaca sua preparação para o cinema.
Atualmente, José ensina judô para sua filha Bella, demonstrando que o esporte continua presente em sua vida familiar. Nas redes sociais, frequentemente compartilha momentos de treino com a criança, mantendo viva a tradição marcial.
Murilo Rosa: do taekwondo mundial para a teledramaturgia
O ator Murilo Rosa teve uma carreira brilhante no taekwondo antes de se dedicar à arte. Ele disputou dois campeonatos mundiais representando o Brasil e sonhava em participar das Olimpíadas de Barcelona em 1992.
Murilo participou do Mundial Universitário de Taekwondo em Santander, Espanha, em 1990, conquistando medalha de destaque. “Representei o Brasil em dois campeonatos mundiais. Foi emocionante”, relembrou o ator sobre sua trajetória esportiva.
A transição para a arte aconteceu em 1991, quando começou a estudar teatro. Murilo Rosa é embaixador do taekwondo brasileiro e padrinho do Comitê Olímpico Brasileiro, mantendo sua ligação com o esporte que moldou sua disciplina e dedicação profissional.
O esporte como formação para o sucesso artístico
A disciplina esportiva contribuiu significativamente para o sucesso desses famosos em suas novas carreiras. Os valores aprendidos no esporte – dedicação, persistência e superação – se tornaram fundamentais para enfrentar os desafios do mundo artístico.
Muitos desses artistas mantêm vínculos com o esporte mesmo após a mudança de carreira. Glenda Kozlowski continua no jornalismo esportivo, Murilo Rosa é embaixador do taekwondo, e José Loreto ensina judô para a filha.
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Trajetórias que inspiram novas gerações
Essas histórias demonstram que o talento pode ser multifacetado e que mudanças de rumo profissional podem levar a grandes conquistas. A formação esportiva ofereceu a esses famosos uma base sólida de valores e disciplina.
A transição do esporte para o entretenimento revela a capacidade de reinvenção desses artistas. Seja por lesões, falta de oportunidades ou descoberta de novos talentos, todos souberam aproveitar suas experiências esportivas para construir carreiras sólidas.
Principais lições dessas trajetórias esportivas:
- Disciplina esportiva desenvolve características fundamentais para qualquer carreira profissional
- Mudanças de rumo podem abrir portas para talentos antes desconhecidos
- Experiência atlética oferece vantagens únicas no mundo do entretenimento