O futebol brasileiro registra diversos episódios marcantes envolvendo goleiros, mas raros são os casos em que um arqueiro balança as redes em partidas oficiais. No histórico do Fluminense, o inglês Archibald Waterman permanece como o único goleiro tricolor a anotar um gol em um jogo oficial. Em 5 de julho de 1908, pelo Campeonato Carioca, o Flu venceu o Riachuelo por 11 a 0, e Waterman fechou a goleada, nas Laranjeiras, ao converter uma cobrança de pênalti, criando um feito que permanece singular na história do clube.
A trajetória desse gol carrega um significado especial, pois evidencia uma faceta rara dos guardiões das traves. Até 2025, mais de um século após o episódio, nenhum outro goleiro do Fluminense repetiu o feito em partidas oficiais. Este fato transforma o nome de Archibald Waterman em referência obrigatória ao abordar curiosidades e feitos inusitados envolvendo arqueiros do futebol brasileiro, principalmente entre os clubes de maior tradição.
Quem foi Archibald Waterman, o goleiro-artilheiro tricolor?
Archibald Waterman nasceu no Reino Unido, mas fez carreira no início do futebol brasileiro, defendendo a meta do Fluminense nas primeiras décadas do século XX. O arqueiro desembarcou no Rio de Janeiro trazendo consigo não apenas a técnica inglesa, mas também espírito esportivo e disciplina diferenciados para os padrões da época, pois o futebol ainda engatinhava em termos de organização e profissionalismo no Brasil.
Waterman foi titular do Fluminense em temporadas marcadas por placares elásticos e jogos com regras em constante evolução. Sua liderança não se limitava à defesa: o gol de pênalti contra o Riachuelo revela a confiança e a habilidade do jogador, algo raro em goleiros naqueles tempos e até mesmo nos dias atuais.
Como ocorreu o único gol de um goleiro do Fluminense?
Durante a partida contra o Riachuelo, disputada em 5 de julho de 1908 pelo Campeonato Carioca, o Fluminense já dominava amplamente o marcador quando surgiu a oportunidade de um pênalti a favor da equipe. Aos 37 minutos do segundo tempo, Waterman se dirigiu até a marca da cal, surpreendendo parte dos presentes. Com precisão pouco comum entre arqueiros, ele converteu a cobrança, contribuindo para o histórico placar de 11 a 0.
O contexto da partida ajudou a criar uma atmosfera propícia para uma jogada tão inusitada. Em goleadas dessa proporção, certos jogadores têm a chance de arriscar ações que, em outros cenários, seriam improváveis. Mesmo assim, o feito não perdeu valor: mais de 100 anos depois, permanece inédito e é lembrado sempre que se fala nas curiosidades e marcas do clube das Laranjeiras.
Por que outros goleiros do Fluminense não marcaram gols oficiais?

É raro encontrar goleiros que atuem como cobradores regulares de bolas paradas, seja em pênaltis ou faltas. Muitos treinadores preferem designar jogadores de linha para essas situações, tanto por questões técnicas quanto pelo risco de contragolpes adversários. Sendo assim, a chance de um goleiro balançar as redes, especialmente em jogos oficiais, é bastante restrita, o que explica por que Waterman continua sendo uma exceção na história do Tricolor.
No Fluminense, mesmo arqueiros renomados, como Castilho ou Paulo Sérgio, não somam gols em partidas válidas por competições. O retrospecto único de Waterman é frequentemente citado em retrospectos sobre recordes e curiosidades, reforçando a tradição do clube em valorizar episódios singulares como esse.
Curiosidades sobre gols de goleiro no futebol brasileiro
Embora casos como o de Archibald Waterman sejam excepcionais, o futebol nacional já presenciou outros goleiros artilheiros. Alguns se notabilizaram, como Rogério Ceni, que atuando pelo São Paulo transformou cobranças de falta e pênalti em rotina, marcando mais de 100 gols ao longo da carreira. No entanto, na trajetória do Fluminense, a marca do inglês permanece isolada, sendo motivo de referência quando se fala sobre o tema.
No século XXI, há uma valorização crescente por histórias pitorescas que envolvem personagens fora dos holofotes habituais. O gol de Waterman ganha ainda mais destaque por seu contexto pioneiro e por nunca ter sido igualado por outro jogador da posição no clube, reforçando sua importância na rica história do futebol das Laranjeiras.